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CIDADANIA COSMOPOLITA: PROGRESSO OU RETROCESSO?


Autoria:

José Carlos Borges


JOSE CARLOS BORGES - ACADÊMICO DE DIREITO - 10º PERÍODO - FACULDADE AGES - PARIPIRANGA/BA.

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Texto enviado ao JurisWay em 12/12/2010.



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A sociedade contemporânea testemunha a era das grandes revoluções, especialmente na área tecnológica. O mundo tornou-se uma aldeia global. A aldeia da troca de informações, das negociações econômicas, das comunidades virtuais. O homem e a mulher não são cidadãos apenas da sua cidade, mas do mundo.  É assim que cada um deve se sentir e agir, como um cidadão cosmopolita, responsável pelo que acontece em sua volta e do outro lado do mundo.

 

     A mundialização é responsável por interferir nos elementos culturais, étnicos, religiosos e de gênero. O “uno” cedeu lugar ao “pluri”. Os espaços geográficos não são mais considerados como barreiras para os diversos tipos de relações. Somos transportados para outros espaços sem nos levantarmos do sofá, sem sair na rua, sem comprar uma passagem e nem tirar passaporte. Essa é uma realidade que se torna cada vez mais abrangente, a partir das políticas de inclusão.

 

     Sabe-se que há muitos elementos negativos disseminados a partir da mundialização. Um exemplo bem significativo é a aculturação que sofrem os países subdesenvolvidos pela imposição das culturas hegemônicas. Corremos o risco de perder a nossa identidade, somos sufocados pela mídia veiculadora de uma ideologia da classe dominante. É muito comum encontrarmos empregados com pensamentos de patrões, dominados com pensamento de dominadores, defendendo uma causa que não é a sua.

 

     Sobretudo, não adianta gastarmos as nossas preciosas energias e conhecimentos enumerando a face negativa da globalização, afinal precisamos descobrir o seu lado positivo e utilizá-lo para construirmos um mundo mais justo. Em que as pessoas tenham seus direitos garantidos pelas Constituições, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Declaração Internacional Humanitária, respeitados e efetivados em seu cotidiano.

 

     Afirmo que a cidadania cosmopolita é um progresso para a humanidade por entender que se vivemos numa aldeia global precisamos nos sentir responsáveis pelos acontecimentos. Essa responsabilidade abrange aspectos sociais, ecológicos, étnicos, de gênero, entre outros. É nesta perspectiva que entra em ação o Direito Internacional dos Direitos Humanos. Para ter direito a esses Direitos basta apenas ser uma pessoa.

 

     Para Eduardo Suplicy é mundial a preocupação em minimizar a pobreza resultante das más distribuições de renda e da desigualdade social, conseqüência de um sistema neoliberal. Neste sentido, o alvo foi sempre criar uma rede de proteção social para as pessoas mais pobres, a partir de uma transferência de renda. Fazer parte dessa rede é agir com responsabilidade diante de uma problemática mundial, é agir como um cidadão cosmopolita e contribuir para o progresso da humanidade.

 

     A cidadania cosmopolita gera uma rede de solidariedade diante de algumas situações de comoção social. Não dá para ficar sentado de braço cruzado diante da TV, enquanto uma mulher é espancada a cada 15 minutos. Precisamos fazer alguma coisa, podemos fazer algo para mudar essa realidade. No caso dos 11 de setembro, o atentado a torre gêmeas, o mundo tremeu, nos solidarizamos com aquelas vítimas, as suas famílias, experimentando uma solidariedade que ultrapassa as identidades culturais. Conforme Vieira: 

 

Enquanto na formação das nações o sentimento de pertencimento limitava-se a um povo culturalmente definido no plano de integração social do Estado nacional, o estudo sobre a questão das minas terrestres nos revela um movimento claro de extensão, de transformação destes elementos identificadores de um povo e de formação da solidariedade em limites que extrapolam as identidades nacionais para uma identidade coletiva muito mais identificada com a raça humana em si. (66)

 

     Recentemente Santa Catarina foi arrasada pelas enchentes, muitas pessoas morreram e as sobreviventes ficaram numa situação lastimosa. Foi bonita como a solidariedade rompeu as fronteiras, muitas pessoas se mobilizaram para enviar suas contribuições.

 

     Ser um cidadão cosmopolita é ser um cidadão do mundo. Sujeito construtor de uma realidade mais humana, interventor nas decisões que diz a respeito ao rumo da humanidade a partir das organizações. Assim como afirma Vieira: 

 

“Com informação disponível e uma autoconsciência de identidades pluralistas, a sociedade civil global ou transnacional tem mais facilidade de se estabelecer em redes, com ações estratégicas coordenadas internacionalmente e obter influencia mundial, como é o caso da ICBL” (66).

 

     A organização da sociedade civil dentro de um país é fundamental para intervir nas decisões políticas que diz respeito ao interesse coletivo. Essas organizações precisam ultrapassar as fronteiras do seu país e se conectar a partir de redes organizadas para se tornar mais forte e assim fazer valer os Direitos Humanos.

 

     Por outro lado, pode-se cogitar que um cidadão do mundo não dará  conta de resolver os seus problemas locais. Se levarmos em consideração que muitas vezes um cidadão não resolve um simples problema de seu bairro, como poderá influenciar em decisões internacionais, que envolve as grandes potências mundiais. Para Vieira: 

 

            De fato ainda não conhecemos os deveres e as obrigações decorrentes da condição de estarmos nos tornando cidadãos do mundo. Pois, da mesma forma com que muitas vantagens na forma de reconhecimento de novos direitos, novas responsabilidade também surge em contrapartida. (83) 

 

     Ainda não sabemos exatamente quais serão as obrigações de um cidadão do mundo, esse é um grande percalço e pode ser um retrocesso. As responsabilidades podem ser bem mais vastas de que as vantagens, não são sensatas nos arriscarmos tanto.

 

     É ingenuidade pensar que um latino americano deva se preocupar com o que está acontecendo na Europa, não já temos problemas demais para se envolver com os dos outros? Ser um cidadão do mundo pode ser um progresso para quem mora no Primeiro Mundo que não enfrenta grandes problemas, pode se preocupar com os outros. Além disso, ainda há outros fatores que contribuem para que os cidadãos dos países ricos possam agir: possuem mais recursos, mais conhecimento e influência.

      No entanto, um cidadão do mundo torna-se mais forte, pois ele deixou de ser sozinho e passou a dividir os seus problemas com outros cidadãos cosmopolitas, conectados a partir de uma rede estratégica organizada que não negarão esforços para resultados êxitos nas diversas situações.

 

      Um latino americano deve se preocupar com o que está acontecendo na Europa, porque de certa forma esses fatos influencia nas decisões que deverão ser tomadas aqui. Os problemas existentes em nosso continente só entrarão em pauta se estivermos organizados nesta rede, se formos cidadãos cosmopolitas. A pobreza, as drogas, a corrupção, a degradação do meio ambiente são problemas mundiais que envolvem todas as pessoas, por isso é uma responsabilidade de todos.

 

        A influencia democrática das sociedades civis sobre o mundo depende da construção de referenciais coletivos capazes de mobilizar os cidadãos a lutar pela sua participação direta nas decisões que englobam o interesse de todos. Um cidadão cosmopolita é um cidadão coletivo que se mobiliza para garantir o bem estar de todos.       A humanidade só tem a progredir se as pessoas se conceberem como cidadãos do mundo, capazes de construir uma história em que as diferenças venham a ser elemento de orgulho e riqueza e não de desigualdade.

 

REFERÊNCIAS:

    

 VIEIRA. Gustavo Oliveira. Inovações em Direito Internacional: Um Estudo de Caso           a Partir do Processo de Ottawa. Santa Cruz do Sul: EDUNISC. 2006.     

 

 SUPLICY, Eduardo M. Programa de Garantia de Renda Mínima - Bolsa Família -. Senado Federal; 1992. 

 

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