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DIFERENTES CONCEPÇÕES TEÓRICAS SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES - FORMAÇÃO INICIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA


Autoria:

Antonio Porfirio Filho


Brasileiro, funcionário público, graduado em Letras/Português/Inglês, pós-graduação Formação de Professor e Língua Portuguesa - Universidade Federal de Alagoas, bacharel em Direito/FACIMA/AL.

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Resumo:

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma explanação a despeito da formação do professor, em suas duas espécies fundamentais: formação inicial e formação continuada.

Texto enviado ao JurisWay em 03/08/2010.

Última edição/atualização em 05/08/2010.



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INTRODUÇÃO

 

 

 

            Para os fins específicos demandados pela disciplina Formação de Professores: Perspectivas Atuais, subdividimos o presente trabalho nos seguintes tópicos: 1. Concepções de formação abordada nos textos; 2. Segundo IMBERNÓN, o que precisa o professor para exercer sua profissão? Como se poderia analisar as questões propostas pelo autor em relação ao professor de língua portuguesa? 3. Em que consiste a formação inicial e continuada do professor; 4. A partir das discussões e reflexões sobre a formação continuada dos professores, que críticas foram feitas aos antigos paradigmas da formação e que novos paradigmas foram propostos? 5. Como analisar as teses propostas por Candau sobre o desenvolvimento profissional do professor?

 

            O material teórico adotado tem concepções particulares a respeito do tema formação de professores. Para Imbernón a formação não é sinônima do desenvolvimento, mas sim serve como instrumento para se chegar a esse. Barros tem a concepção de formação como reflexão. E isso caminha para as várias possibilidades ensejados para os termos, como a participação do professor nas tomadas de decisões ocorridas no ambiente da escola, de forma consciente.

 

            O presente trabalho não pretendeu ser extensivo, tampouco elucidativo, já que a dinâmica envolvida na exploração dos temas aqui apresentados demandaria uma percuciente análise, o que requer uma disposição de tempo bem maior para o que se pretenderia expor. Todavia, cabe ressaltar que, em razão dos textos, fica a aprendizagem da força motriz e norteadora a respeito da formação do professor, sobretudo na tomada de conscientização desse frente ao processo ensino e aprendizagem.

 

 

 

 

 

DIFERENTES CONCEPÇÕES TEÓRICAS SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES - FORMAÇÃO INICIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA

 

 

 

 

            Para o estudo desta Unidade, importa verificar que os três textos apresentados trazem perspectivas próprias a despeito da formação de professores, não obstante percebermos uma proximidade no que concernem aos conteúdos. Com o intuito de tornar o presente trabalho compreensivo para o leitor, primamos por delinear a posição de seus autores, assim sendo, preferimos anotar de forma individualizada as concepções apontadas em face das leituras propostas.

 

            Tomaremos, inicialmente, as inferências trazidas por IMBERNÓN, em seu texto A formação como elemento essencial, mas não único, do desenvolvimento profissional do professor.

 

            Em seguida, serão apresentadas as idéias trazidas por BARROS, no texto A formação de professores: concepções e tendências.

 

            A ordem de apresentação segue à constante da paginação da apostila desta disciplina, portanto, preservou-se a mesma seqüência disposta nas atividades, considerando as adaptações de acordo com a nossa forma de escrever, com a seguinte previsão:

 

1. Concepções de formação abordada nos textos;

 

2. Segundo IMBERNÓN, o que precisa o professor para exercer sua profissão? Como se poderia analisar as questões propostas pelo autor em relação ao professor de língua portuguesa?

 

3. Em que consiste a formação inicial e continuada do professor;

 

4. A partir das discussões e reflexões sobre a formação continuada dos professores, que críticas foram feitas aos antigos paradigmas da formação e que novos paradigmas foram propostos?

 

5. Como analisar as teses propostas por Candau sobre o desenvolvimento profissional do professor?

 

 

 

 

 

1. Concepções de formação

 

            De início vale lembrar que Imbernón[1] (2000, 43) faz uma distinção entre os conceitos de formação e desenvolvimento, de forma a negar uma sinonímia, e alerta, ademais, para “o perigo de confundir termos e conceitos em tudo o que se refere à formação do professor”.

 

            Partindo dessas idéias iniciais, o autor considera a formação importante para o profissional da educação, é necessária, até; lembra, todavia, que a formação é elemento para o desenvolvimento profissional, mas não é o único, pois há outros fatores, como salário, a demanda do mercado de trabalho, o clima de trabalho nas escolas em que é exercida, a promoção na profissão, as estruturas hierárquicas, a carreira docente; desaguando na formação permanente do professor.

 

            Haja vista essas considerações, Imbernón credita-nos perceber que é possível que o professor, embora obtenha uma excelente formação, poderá não adquirir o desenvolvimento pleno de sua profissão, por não lhe terem sido dispostos os fatores norteadores para a constituição plena desse desenvolvimento, conforme já explicitado.

 

            Nessa linha de pensamento, então, seria possível considerarmos que um professor leigo pode alcançar seu desenvolvimento profissional, já que a formação e o desenvolvimento são conceitos distintos. No entanto, da leitura atenta do texto, percebe-se que seria possível pensar assim se considerássemos uma conotação funcionalista, por que não dizer, mecânica, para o desenvolvimento profissional. Assim, somos compelidos a negar essa proposta, embora considerarmos que o professor leigo, muitas vezes, poderá realizar a tarefa de alfabetizar, e quem sabe educar com uma diferenciação que um professor com formação não o faça.

 

2. O que precisa o professor para exercer sua profissão? - Análise das questões propostas por IMBERNÓN em relação ao professor de língua portuguesa.

 

            Segundo o autor, “o professor precisa de novos sistemas de trabalho e de novas aprendizagens para exercer sua profissão” (op. Cit., p. 45), de forma a não ser mais possível o trabalho quase isolado, em que cada um faça conforme o seu próprio entendimento, e deixe o resto como está. Para as novas perspectivas da sala de aula, requer-se um desenvolvimento voltado para a coletividade na escola, o que abrange a todos os funcionários, seja da área administrativa, seja do corpo docente: visão holística em razão da participação dos vários componentes da escola.

 

            O ponto crucial considerado diz respeito à conscientização do professor frente às mudanças das antigas concepções de formação, às novas diretrizes já vivenciadas e experimentadas pela coletividade escolar, em que haja a participação nas lutas por melhores salários e condições de trabalho, por exemplo. O que se entende por passar de uma concepção de desenvolvimento profissional tida como aptidão para as práticas da formação, para a idéia de profissionalização da carreira docente.

            Deste modo, terá o professor de língua portuguesa particular atribuição diante da formação que lhe é cabível no processo de formação profissional. Isso porque não devemos olvidar que o professor de LP, atinente ao trabalho com a palavra, a interpretação de texto, à dinâmica do discurso, necessariamente será convocado a participar bem mais com ímpeto nesse processo, já que, sem dúvidas, é deveras cobrado sejam por seus pares, sejam pelos demais integrantes da sociedade, na luta constante e transformadora da realidade dessa profissão. Não cabe ficar apenas num modus operandi de conceitos mecanizados, mas sim e sobretudo, interagir de forma contundente e significativa.

 

            Por outro lado, Barros, em A formação das professoras que alfabetizam jovens e adultos: uma demanda (re) velada, traz a concepção de formação como reflexão, pois considera a como processo que ganha aspectos de desenvolvimento, que está para a “reflexão na ação”,  “reflexão sobre a ação”, “reflexão na e sobre a ação”. Percebemos, também, nestes termos, um continuum processo de formação, em que esta se daria em um aspecto inicial e em outro ao longo da vida, o que se entende por formação continuada.

 

3. Formação inicial e continuada do professor

 

            A formação inicial tem relação intrínseca com as competências básicas do profissional da educação, já sendo exigido desse um posicionamento reflexivo sobre o labor que abraçou desempenhar profissionalmente.

 

            Enquanto que cabe à formação continuada permitir o desenvolvimento profissional do professor, de forma a suscitar a aquisição de conhecimentos que o torne capaz de desenvolver as habilidades vitais para o exercício pleno da função de ensinar.

 

            A formação inicial e continuada do professor são condições para o desempenho das atividades inerentes à função de ensinar, lecionar e educar, são requisitos inerentes à aquisição plena da profissionalização do professor. A primeira denota um limiar em decorrência do que já está definido nas políticas de educação, enquanto a segunda requer um procedimento constante e duradouro de aquisição de novas roupagens mediante a inserção de novos modelos de atuação em face das necessidades ensejadas pela transformação social.

 

4. A partir das discussões e reflexões sobre a formação continuada dos professores, que críticas foram feitas aos antigos paradigmas da formação e que novos paradigmas foram propostos?

 

            Os antigos paradigmas da formação continuada do professor tinham para com esses uma visão mecanizada sobre a sua função, daí a existência de termos como treinamento, capacitação, reciclagem e aperfeiçoamento. Todos essas palavras, em sua íntima natureza, voltavam-se para a atividade do professor, não para a pessoa desse profissional de ensino. Tais expressões, conforme Barros (2003, p. 23), “não permitiam a construção da autonomia intelectual dos professores, tomando como referência as propostas de formação continuada, elaboradas previamente”.

 

            Atualmente, tem-se a expressão formação continuada, como novo paradigma da formação do professor. Envolve a visão macro da permanente formação do professor. Importa para esse a participação constante nas decisões da escola, de sua conscientização em face de sua pessoa enquanto profissional e enquanto cidadão (ã) inserido em um contexto social. É a sociedade que, enquanto precisa do profissional preparado, ao mesmo tempo cobra desse a preparação de que faz rogo. É preciso, então, conhecer as diferentes necessidades dessa sociedade, se o professor quiser sempre fazer parte dela.

 

5. Como analisar as teses propostas por Candau sobre o desenvolvimento profissional do professor?

 

            Os trabalhos de Candau estão sintetizados na elaboração de suas três teses: a escola: lócus da formação continuada; a valorização do saber docente e o ciclo de vida dos professores.

 

            A primeira tese considera a escola como espaço principal da formação do professor. O que pressupõe a chamada desse para refletir e interagir sobre sua condição de profissional da educação. O que requer desse uma íntima vivência e integração com a problemática da escola, já que será ele o principal agente de inserção de modelos de formação para a sua própria prática pedagógica. Isso significa que se antes a tomada de decisões já vinha pronta, hoje o professor, no seu dia a dia do exercício das atividades em sala, terá que perceber a necessidade de expor a formação adequada diante do problema ou situação vislumbrada. Requer maior participação, sem dúvida, e preparação e aceitação para desafios que dantes não eram vistos.

 

            A segunda tese leva em conta que o professor, pela própria essência e natureza de sua profissão, está preparado para executar sua própria formação continuada. Daí importar ter-se em consideração que seus saberes, suas experiências e prática são relevantes: a falada cultura docente em ação. Ver o professor apenas como aquele que traz para as suas práticas modelos prontos e inacabados é ruim para o processo de ensino e aprendizagem, pois limita o exercício profissional como uma transmissão de conhecimento como se fosse simples transmissão de informação. É importante considerar o revés, isto é, ter o professor como pesquisador, que, em face de sua atividade, propõe ações diante da constante e rotativa mudança dos contextos sociais.

 

            O ciclo de vida dos professores, como terceira tese apresentada por Candau (1998), tem por fundamental objetivo, vê-los como profissionais que passa por momentos diferenciados ao longo de sua carreira, assim, convém observar que “não podemos tratar um professor que possui ampla experiência profissional, da mesma forma que um professor iniciante ou um professor que está próximo da aposentadoria” (BARROS, 2003, 28). De certo, tratam-se de momentos distintos. Quantas vezes é percebida mudança no comportamento do professor, ao longo de seu labor, seja por uma motivação pessoa, seja por um estímulo externo. Vista a relevância dessa assertiva, convém desvincular-se dos chamados “modelos prontos e homogêneos”, pois esses propõem, em seu conteúdo, a existência de um único momento na vida do professor: aquele o momento que o professor se encontra diante do quadro-negro, com o giz, falando para seus alunos. Não importa, portanto, a pessoa do professor (o que pressupõe enxergá-lo como partícipe de um processo de ensino e aprendizagem em etapas diferenciadas em sua vida), mas a atividade desempenhada. Para sair dessa visão equivocada, é preciso compreender que o professor, antes de ser o profissional do ensino, é a pessoa do profissional de ensino. Portanto, não dá para dissociá-lo como simples executor de tarefas. É preciso dispor de um conceito que leve em conta a amplidão da noção primeira de pessoa à de profissional, pois uma não convive sem a outra.

 

 

 

 

  

 

CONCLUSÃO

 

 

 

            Não obstante a observação de que os textos em análise, quais sejam, A formação de professores: concepções e tendências – BARROS, e A formação como elemento essencial, mas não único, do desenvolvimento profissional do professor – IMBERNÓN, trazem em si uma linha de abordagem particularizada, em que cada autor expõe razões próprias a respeito da formação de professores, incorre acentuarmos uma linha condutora, uma ligadura, por assim dizer, para os presentes textos. Ambos remetem à conscientização do professor frente à sua formação, inicial e continuada. Sobretudo a continuada, para nossa opinião, se considerarmos a inicial como já inserida na formação desse professor, como a graduação.

 

            Sobre os conceitos de formação inicial e formação continuada, vimos que Barros apresenta uma distinção por demais considerável, haja vista que embute para ambos a idéia de desenvolvimento. Não no sentido de que são significados desse, mas no de que tanto a formação inicial quanto a continuada servem ou prestam para fins de proporcionar o desenvolvimento profissional do professor. Se considerarmos que uma está para a consecução da outra, perceberemos que a assertiva é verdadeira.

 

            O norte da discussão é possibilitar que o professor seja visto por si mesmo como agente de transformação social, daí a importância de uma tomada de conscientização desse profissional frente às transformações percebidas na sociedade, para que assim possa, em diferentes momentos de sua atividade, aperceber-se da instrumentalidade essencial para o fomento de resposta diante das questões que surgirem ao longo de sua carreira. Nessa linha de pensamento, o professor será bem mais exigido do que dantes, quando se dizia que o processo de formação vinha ‘de cima para baixo’. Mas vinha algo. Hoje, se o professor não buscar por si só (aliás foi o que sempre se sonhou: sem imposições), sua formação ao longo de sua vida, fatalmente estará de fora nesse longo processo. Requer-se, como assinalado, a continuação dessa tomada de consciência.



[1] A formação como elemento essencial, mas não único, do desenvolvimento profissional do professor

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