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À Luz da Ideologia de Gênero


Autoria:

Nelson Olivo Capeleti Junior


Bacharel em Direito pela Faculdade Cenecista de Joinville. Aprovado no XX Exame de Ordem. Advogado - OAB/SC 51.501 Contato: capeleti.legis@gmail.com Rede Social: Nelson Capelletti

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Resumo:

Não demorou muito para que os conservadores, comedores de repolho, que defendiam uma sociedade de comedores de repolho, passassem a defender a ideia de que a família cristã deve ser constituída por comedores de repolho.

Texto enviado ao JurisWay em 17/11/2017.



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Em uma sociedade de comedores de repolho, Manuel, atreveu-se, sob forte impulso, a comer alface. De início, tentou matar no seu íntimo o desejo, porque, apesar de não haver nenhum estudo científico que contra indicasse a ingestão de alface, todos os seus iguais, comedores de repolho, pareciam não ver com bons olhos alguém que quisesse comer alface.

 

Havia uma velha lenda de que, quem comesse alface, estaria em pecado, porque Deus, não ama os comedores de alface. Não obstante, os comedores de alface já foram encarados até mesmo como pessoas doentes, haja vista, não gostarem de repolho.

 

O que mais lhe causava estranheza, é que os comedores de repolho eram apontados na sociedade pelas suas características distintivas de ordem social, assim, quando passava o José, que comia repolho, ninguém o apontava ou o distinguia como José comedor de repolho, mas tão e somente como José, advogado, pouco importando se, em sua intimidade, comia repolho.

 

Contudo, quando Manuel, advogado, comedor de alface, transitava pela rua, ninguém o via enquanto Manuel, advogado, mas tão e somente como Manuel, o comedor de alface.

 

Logo, percebeu que não era identificado pelo seu "eu social", mas pelas suas predileções intimas; o que não fazia sentido, haja vista, que a sua intimidade pouco importa para a manutenção ou modificação do tecido social.

 

Perplexo, chega ao seu conhecimento, o desenvolvimento de uma ideologia de gênero, em que, Manuel, do gênero humano, fora classificado, em um subgênero do gênero humano, assim, da mesma forma que havia o subgênero, do gênero humano, comedores de repolho, ele, agora, era visto pelo subgênero do gênero humano, de comedores de alface.

 

Logo, se iniciou uma série de debates e seminários sobre o reconhecimento de direitos dos comedores de alface, que reivindicavam seu lugar na sociedade enquanto comedores de alface, surgindo outros subgêneros, haja vista, pessoas que gostavam de repolho e de alface, ao mesmo tempo. E ainda, gente que gostava de repolho com aparência de alface.

 

Não demorou muito para que os conservadores, comedores de repolho, que defendiam uma sociedade de comedores de repolho, passassem a defender a idéia de que a família cristã deve ser constituída por comedores de repolho, abominando os comedores de alface.

 

Em contrapartida, os defensores dos direitos dos comedores de alface, começaram a divulgar obras de arte, mostrando a religião cristã, até então utilizada pelos conservadores como instrumento para demonizar os comedores de alface, imersa em uma plantação de frutas, verduras e legumes.

 

Manuel, após participar do Terceiro Seminário Inventando Gêneros, na Cidade de Joinville, Santa Catarina, teve a certeza de que o caminho não é reivindicar seu espaço enquanto comedor de alface.

 

A bandeira a ser levantada, deveria ser a abolição de todos os subgêneros!

 

A vida intima de Manuel não possui o condão de modificar o tecido social, pouco importando, sob este prisma, a sua intimidade, de tal modo que este não deseja ser reconhecido como um comedor de alface e respeitado enquanto comedor de alface. Não!

 

Manuel deseja ser reconhecido perante a sociedade pela sua atividade capaz de modificar o tecido social, ou seja, Manuel, advogado, ou pediatra, ou dentista e etc.

 

Políticas sobre subgêneros do gênero humano subtraem a idéia central de que todos os indivíduos são iguais, porque, criam diferentes definições acerca da criatura humana, a partir de suas particularidades. Ao invés de categorizar subgêneros e buscar o seu reconhecimento, que deixemo-los de lado e passemos a nos identificar apenas enquanto indivíduos, pouco importando nossas predileções gustativas.

 

As predileções da criatura humana não devem colocá-las em uma categoria de subgênero, sob pena de as diferenças apontadas, impedirem a noção de um ser único. Logo, você é distinguido, não por quem é, mas por suas predileções intimas, motivo pelo qual a ideologia de gênero deve ser repensada, abordando-se um viés abolicionista de gêneros, em detrimento de infinitas categorias que não definem o caráter social do indivíduo.

 

Contudo, tal reflexão, por óbvio, não se aplica ao nome social, pois a criatura humana que adota uma imagem para si, antagônica a sua característica física primaria, deve ser identificada por um nome social que se coadune com a imagem secundária adotada voluntariamente. Assim, passar-se-á a chamar-se de Manuel ou Manuela, identificada pela sua atribuição social; advogada, pediatra, dentista, e nada mais.

 

Assim, quando surgir na sociedade um ato lesivo, praticada por indivíduo incapaz de aceitar que outrem possua uma predileção sexual diferente da sua, que o agressor responda pelos seus atos na forma da lei.

 

Cada subgênero é um novo abismo de incompreensão, e a criatura humana, deveras primitiva, é profícua em agredir aquilo que desconhece, portanto, ao ver na rua um transexual ou travesti, o melhor seria que ninguém percebesse, naquela pessoa, o rotulo de transexual ou travesti, mas tão e somente alguém que se vai, destinando-se ao destino a que se destina.

 

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