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Texto enviado ao JurisWay em 30/10/2012.
Última edição/atualização em 01/11/2012.
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Posso parecer antiquado, mas sou daqueles que possuem visceral amor pelas coisas republicanas e democráticas do nosso Brasil.
Não um patriota tolo, embrulhado na bandeira, que acaba por se tornar massa de manobra de demagogos ou enxerga em tudo e em todos algo de subversivo, pronto a montar obscuros porões patrióticos como os do DOPS.
Mas dos que acreditam no interesse público, na necessidade de honestidade, ética e decência dentro da administração.
Quem ocupa um cargo público, qualquer que seja, não pode usá-lo para alimentar os caprichos egoístas.
Tem que fazer da consciência cidadã seu alicerce, para que floresça o reconhecimento no outro, isto é, no povo, da dignidade que não pode lhe ser suprimida.
Só com um compromisso ético será possível dizimar a corrupção e a utilização dos cargos públicos como forma de exibição do ego, do poder, do apadrinhamento de amigos.
Tão dolorosa quanto a prostituição infantil, é a prostituição da coisa pública.
Tão abjeto quanto os crimes de sangue, que os programas sensacionalistas fazem povoar o fim de tarde da televisão brasileira, é o gestor, funcionário ou servidor que não serve, mas se faz servir pelas instituições, apoderando-se de parcelas de poder com avidez indisfarçável, e revelando, no amesquinhamento das questões cotidianas, o despreparo para ocupar determinado cargo.
Nós, que cremos na justiça, na ética, nos valores republicanos, não podemos nos calar, mas ocupar com o voto, com a exigência de que se cumpram as leis, com a autoconscientização e com o compartilhar de experiências, o espaço que nos cabe.
E o espaço que nos cabe está talhado de forma lapidar na Constituição: “Todo o poder emana do povo (...)”.
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