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Memorial descritivo


Autoria:

Samya Nara Mendes


Advogada BR/PT, Palestrante e Professora- Graduada em Direito, Licenciada em Pedagogia, Filosofia; Sociologia; Português/Inglês, Jornalismo, Contabilidade e Fisioterapia. Especialista em Direito Ambiental e Sustentabilidade; Direito Tributário, Educação para Diversidade, Psicopedagogia, Educação Especial e Inclusiva, Orientação e supervisão Escolar Perícia e auditoria Ambiental, Mestre em Gestão Ambiental. Professora de sociologia e Filosofia SEEMG, Professora de formação na universidade Aberta, criadora de cursos livres, Coordenadora do Programa PQA/NEAM/CIEPS/PROEX/UFU, Presidente da Comissão de Direitos Educacionais da 13ª subseção da OAB Uberlândia-MG, Membro das Comissões de Direito Constitucional e OAB Mulher, membro Conselho Municipal de Educação Uberlândia/MG - Diretora do SINDUTE Uberlândia/MG - Associada a Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura, ABRADE, ABRACRIM, ASPEJUDI - Associação dos Peritos Judiciais, Árbitros, Conciliadores. Palestrante UFU

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Resumo:

Memorial de Formação, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade de Uberaba, como requisito para aprovação em Trabalho de Construção de Aprendizagem. Reflexão acerca do curso de Pedagogia

Texto enviado ao JurisWay em 11/05/2012.



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1-    RESUMO

O memorial (do latim memoriale) é a escrita de memórias e significa momento ou escrito que relata acontecimentos memoráveis. O momento – que quer dizer ‘lembra-te’ – de modo geral pode ser compreendido como uma marca que serve para lembrar qualquer coisa.

Elaborar um memorial descritivo é reconstruir a própria existência.  Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Moraes (1992), “memorial é um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual possibilita inferências de suas capacidades.”

Sendo assim ao elaborar este memorial levei em conta a crítica e autocritica do desempenho acadêmico ao longo da minha trajetória. Neste ensejo procuro destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerência e incoerências, e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a construção de minha trajetória acadêmica que envolve o pessoal e profissional.

O desafio proposto é resgatar fragmentos das experiências passadas conscientes e “inconscientes” que possam dar vida ao Memorial de Trajetória Acadêmica e as transformações percebidas no decorrer dessas experiências.

Procuro destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerências e incoerências e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a construção de minha vida profissional.

Além de considerar este memorial auto-avaliativo, acredito que ele acaba se tornando um instrumento confessional de meus sonhos.


2-    INTRODUÇÃO

O presente Memorial tem por objetivo descrever a minha trajetória educacional, destacando atividades que eu já desenvolvi, quanto às atividades que realizo atualmente e as minhas perspectivas de estudo e pesquisa em relação a esse curso.
Quem lida com a ciência sabe, pela própria história da filosofia da ciência, que este não é um conhecimento que se gera espontaneamente, nem se dá a produzir sem determinadas condições objetivas infraestruturais de formação humana e de pessoal tecnologicamente preparado e, muito menos, é disseminado fora de interesses econômicos, políticos e ideológicos, apesar de ser uma necessidade vital de segunda ordem para toda a humanidade. É um conhecimento especial, exige longa formação, método, rigor e, fundamentalmente, condições objetivas, infraestruturais tecnológicas e de financiamento para ser elaborado, produzido, socializado e realmente ser útil e necessário à classe trabalhador.

Em 2009 comecei a graduação, Pedagogia, UNIUBE -Polo Uberlândia-MG. Estamos na etapa final e graças a Deus mais uma etapa da minha vida concluída.

Falar que algumas expectativas negaram algumas verdades é afirmar que os cursos à distância na atualidade são essenciais, porém trazem monotonia, a exemplo, sempre senti muita falta da presença de um professor mesmo em sala, quando estava ali um tutor que atendia apenas a instruções já pré-estabelecidas e muitas vezes secamente sem buscar inovações que entrassem em conformidade com o que estava estabelecido pela coordenação geral do curso.

São tantas coisas que gostaria de explanar neste memorial sobre as vivencias na graduação em pedagogia que ficaria muito extenso por isso resolvi delimitar por partes bem resumidas que dão noção de toda bagagem que carrego até a presente data com essa nova formação.


3-GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

Considerando que Pedagogia é uma ciência ou disciplina do ensino que começou a se desenvolver no século XIX. A pedagogia estuda diversos temas relacionados à educação, tanto no aspecto teórico quanto no prático.

A pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia esta conectada com os aspectos da sociedade e também com as normas educacionais do país.

Temas abordados pela pedagogia:

- Aprendizado de conhecimentos

- Métodos e sistemas pedagógicos

- Dificuldades de aprendizado

- Didáticas e práticas pedagógicas

- Conteúdos educacionais

- O aluno no processo educativo

- O papel do professor no processo educacional

O pedagogo é o profissional formado para atuar na área pedagógica. Porém, todos aqueles que atuam nos processos educativos (professores, pais, monitores, orientadores, psicólogos, etc) também devem conhecer os princípios básicos de pedagogia.

O Brasil vive hoje uma realidade diferente, evoluiu econômica e socialmente e para caminharmos nessa evolução, precisamos de escolas democráticas, inclusivas, participativa, plural, que garanta a oportunidade de igualdade para todos.

A referência do sistema educacional ainda são os conteúdos tradicionais, mas, temas como ética, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo e saúde, estão diretamente ligados ao cotidiano.  Transversalidade exige um compromisso com as relações interpessoais no âmbito da escola. A análise em torno da viabilidade dos “temas transversais” requer esforços de reflexão particularmente direcionados, tendo em vista o caráter de “novidade” que em si comportam o nível de interdisciplinaridade requerido, bem como a necessidade de preparação dos professores para desenvolverem os temas. Essa reflexão pode ser iniciada pelas condições do professor para colocar em prática o que determinam os
Parâmetros Curriculares Nacionais.
 
A exigência de que seja um “educador de estudantes diversos” significa que o professor precisa saber lidar com os alunos de diferentes repertórios, uma vez que há diferenças socioculturais, emocionais e intelectuais entre eles. Será que o professor conhece, suficientemente bem, conteúdos de outras áreas além dos de sua área de formação e atuação profissional? Será que conhece, com propriedade, os temas sociais que deverá abordar “transversalmente” em sua área de conhecimento. Estará preparado para ensinar sobre ética, educação ambiental, orientação sexual, pluralidade cultural e saúde? Sabemos que, de forma geral, não, e isto nos permite prever o quanto pode ser morosa a concretização da transversalidade. Além dos limites impostos pela própria bagagem do professor, temos que reconhecer que seu contexto de formação e atuação profissional é desfavorecida. Um quadro que tem que ser rapidamente mudado, pois sentimos uma grande urgência de que a educação não se restrinja a conteúdos disciplinares, mas tenha como meta o desenvolvimento integral do educando. A transversalidade deve estar presentes ao longo do ano, em reflexões e atitudes permanentes, não se restringindo a palestras, “momentos”, “espaço” para apresentar algo sobre temas que não sejam os tradicionais.

“Ninguém educa ninguém,  ninguém educa
a si mesmo, os homens se educam entre si,  mediatizados pelo mundo.”

Paulo Freire

Foi possível, entender a prática, a qualidade sobre a qual nós educadores falamos constantemente e que procuramos no nosso dia a dia. Com certeza, ainda buscamos uma direção.
3.1    -PRIMEIRO ANO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

O que mais me marcou no primeiro ano de graduação ale do conteúdo didático cujo qual eu já tinha o pré-conhecimento foi os estágios.

Lembro-me do primeiro estagio realizado na Escola Cantinho da Alegria, Irai de Minas-MG, eu pegava meu carro e fazia a viagem de mais de 2 horas, o motivo levado a fazer estagio em outra cidade é que eu passava o fim de semana com a família em Monte Carmelo, pois sem esse estimulo de fazer estagio em outra urbe, ficaria muitos meses sem ver a família.

Sabe-se que o estágio é necessário e importante, pois é o caminho principal para associar a teoria e a prática. Começa então a assimilar tudo àquilo que aprendeu e tem aprendido teoricamente. Se ganha experiências, ressaltando que as experiências se adquirem na prática, essa que permite ao acadêmico vivenciar o cotidiano da profissão escolhida. No caso do curso de Pedagogia, no estágio se aprende as peculiaridades e “macetes” do dia a dia e rotinas de um ambiente escolar, estando assim preparado para enfrentar com segurança, ética e profissionalismo a carreira que irá seguir após o término do curso.

Para compreensão do estagio contei com o importante apoio dos teóricos como Jean Piaget quando se refere ao fato de que o docente precisa respeitar o ritmo e o desenvolvimento de cada educando quando for planejar e aplicar suas aulas. Segundo Piaget “a criança não é um adulto em miniatura,”.

Para ele há uma diferença entre o adulto e a criança quanto ao modo de funcionamento intelectual são dotados do mesmo equipamento básico, mas com menos aptidões ou com aptidões menos desenvolvidas. De acordo com Piaget, pensamos e raciocinamos de forma qualitativamente diferente em diferentes fases do desenvolvimento intelectual.

Todos percorremos uma sequência estruturalmente invariante de quatro períodos qualitativamente distintos, (estágio sensório motor, pré operatório, operatório concreto e operações formais) ou seja, não podemos saltar estágios ou passar por eles numa ordem diferente. PIAGET (1994). Porém pode variar a idade em que atingimos cada estágio, isso varia de cada pessoa.

Aprendi muito sobre o lúdico e fiquei encantada ao conciliar as teorias de Lev S. Vygotsky com a realidade vivenciada, no que  se refere às atividades lúdicas como meio de aprendizagem aborda que há uma grande influência da brincadeira no desenvolvimento infantil e assim consequentemente sua motivação para o sucesso da aprendizagem. É necessário aproveitar o lúdico em sala de aula como facilitador do ensino aprendizagem. Os jogos e as brincadeiras pedagógicas despertam nas crianças o gosto pela vida. De acordo com o referencial teórico de Vygotsky, é necessário dar ênfase ao aspecto cognitivo do jogo: o ser humano se desenvolve a partir do aprendizado, que envolve a interferência direta ou indireta de outros seres humanos. 

Quando se trabalha com o lúdico na escola é oferecido os lugares para desenvolver a afetividade na criança, assimilação de novos conhecimentos, desenvolvendo a função simbólica e a linguagem, trabalhando com os limites entre a imaginação e o concreto (real). 

Para o teórico Vygotsky (1998, p. 168):

 “Brincar é aprender, na brincadeira, reside à base daquilo que mais tarde permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo de ensino na escola”.

Henry Wallon quando se refere à troca de experiências, vivências e principalmente de afetividade entre educando e educador.  [...] defende que o desenvolvimento só está bom quando o afetivo da criança também está. Aborda que, no decorrer de todo o desenvolvimento do indivíduo, a afetividade tem um papel fundamental, com a função de comunicação. Através desta interação com o meio humano onde a afetividade está presente, permeando a relação entre a criança e o outro, constitui elementos essenciais na construção da identidade.
A avaliação foi realiza durante o decorrer do estágio através de observações, questionamentos e atividades lúdicas onde trabalhando a linguagem oral os alunos puderam expor o que aprenderam, sem pressão ou medo de errar.

O planejamento anual abrange educação para a diversidade. Durante os trimestres acontecem os subprojetos conforme os temas e as necessidades da escola. No 1º Trimestre: Cidadania e Ética; 2º Trimestre: Educar para paz do ambiente onde eu vivo e no 3º Trimestre: Educação para o trânsito amor a vida.

Foi possível aprender e compreender o quanto é necessário obter conhecimento, saber sobre a realidade das crianças, o Projeto Político Pedagógico (PPP) e planejar com ações voltadas para o interesse da criança visando o seu pleno desenvolvimento.

Segundo Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”

A realização deste estágio foi muito significativa para minha formação como acadêmica, na medida em que fui obtendo contato com os educandos, a rotina escolar, as tarefas em geral que o estágio me proporcionou, pude compreender que o aprendizado é muito mais eficaz quando é adquirido por meio da experiência.

O primeiro estagio me trouxe bagagem para novos descobrimentos, adquiri conhecimentos. Passei a associar o que aprendi em sala de aula e do que realizei durante o estágio, enquanto assisto ou leio algum artigo sobre educação ou até mesmo ao conversar sobre o assunto. Tendo contato com profissionais da área, aprendi a relacionar-me com pessoas de forma profissional.

Como primeira experiência ficar a importância  e a responsabilidade do professor. Além de ensinar, o professor também é educador. Ser professor não é simplesmente um emprego, pois além de boa formação, o profissional deve ter vocação.

3.2- SEGUNDO ANO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

Nesta etapa aprendi sobre o PPP, Criança e seu desenvolvimento e gestão da educação.

Para um País tornar-se democrata é necessário adaptar todas as suas instituições, a este processo de transformação, principalmente ” Órgãos da Educação”, reavaliando toda a política pedagógica .    

Segundo Walter Praxedes (2004):
“(...) uma educação democrática é aquela em que todos  envolvidos professores podem participar na definição dos rumos da educação,e não só os dirigentes, ,acadêmicos e técnicos.A escola é um espaço público em que todos nós temos o direito de interferir em  suas diretrizes. É uma esfera pública democrática, pode possibilitar  a capacitação de pais,educadores e alunos buscando soluções para problemas da escola,do bairro da Cidade, do Estado, Pais, e da espécie humana do Planeta.”

A democratização da gestão educacional no Brasil não se constitui em uma opção de governantes e administradores, porque é antes compromisso constitucional e estabelecido pelo estado e a sociedade. Todavia o entendimento e a materialização desse compromisso dependem de múltiplos e inter-relacionados fatores.

Dentre os participantes da confecção do projeto político pedagógico, a família é uma parte indispensável na formação do mesmo, tendo em vista o seu grau de relevância na construção da ideia e da ação na sociedade. Temos muitos exemplos de familiares envolvidos em ações que visam à melhoria na escola.

Portanto é importante salientar que a família é onde o indivíduo se forma, e na escola ele exerce o seu potencial de ser humano, é necessário à conscientização da família para exigir que seus direitos sejam respeitados, pois a educação de qualidade é um direito seu. A construção de um ambiente educacional perfeito realmente consiste em ter o envolvimento tanto da família quanto da sociedade inserida dentro do contexto EDUCAÇÃO. É o momento para a reflexão de como pais e professores poderiam ajudar nesta etapa do aprendizado, respeitando a individualidade de cada criança, zelando pela sua integridade física e moral.

A escola completa a Família e que ambos precisam  ser um lugar agradável, os pais e a escola devem caminhar juntos para o benefício dos filhos e consequentemente a sociedade cumprindo seu papel de amparar ambos ,isto compreende fatores político administrativo do atual governo,e empenho da sociedade em exigir que seus direitos sejam  executados na integra.

Pude perceber ainda a educação sempre a serviço de uma classe dominante, sendo esta um espaço de reprodução ideológica. Contudo, mesmo sendo um meio de reproduzir as ideologias da classe dominante, compreendi também que a escola pode se tornar um espaço de transformação social.

Outra disciplina instigante foi Avaliação da Aprendizagem, onde entendi a importância de cada tipo de avaliação (somativa, formativa e diagnóstica) para o processo de ensino e aprendizagem. Entendi ainda que esta não pode ser de caráter punitivo e classificatório como ressalta Luckesi (1999).

A disciplina Psicologia da Educação também contribui de maneira significativa para a minha formação, com os estudos de Jean Piaget (1986-1980) sobre as fases do desenvolvimento cognitivo da criança, a teoria da psicogenética onde segundo ele a criança aprende por descobertas, ou seja, o aprendizado deve ter significado para a mesma e o educador é apenas o mediador desses conhecimentos.

Pude compreender também com a disciplina Metodologia da Alfabetização que as crianças são indivíduos dotados de conhecimentos, que vão se amadurecendo e adquirindo aprendizagem na medida em que se relacionam e trocam experiências com outras pessoas e, a partir, também, da sua interação com os objetos, isto é, a criança necessita observar, tocar, explorar esses objetos de tal forma, que o conhecimento seja estruturado e formado. Dessa forma, fica entendido que o conhecimento é construído através da manipulação da própria criança em relação aos objetos.

Não posso deixar de ressaltar, também, outras disciplinas as quais me proporcionaram significativos conhecimentos sobre o verdadeiro papel do educador no âmbito escolar. O professor deve repensar a todo tempo sua prática pedagógica e buscar os melhores caminhos e meios para que o aprendizado dos seus alunos de fato aconteça.

Fiquei fascinada pelo lúdico. Fica possível perceber que a atividade lúdica, o jogos de faz –de-conta, teatro e outros intervêm no aprendizado da criança na sala de aula. O jogo é agradável, motivador e enriquecedor, possibilitando o aprendizado de várias habilidades e também auxiliando no desenvolvimento mental, cognição e raciocínio infantil. A ludicidade precisa ser trabalhada por todos os professores, independente da disciplina que atuam e fora da sala de aula.

Os professores devem usar a interdisciplinaridade para ensinar as crianças e precisam planejar cuidadosamente os objetivos das aulas e trocar informações entre si. Mas o que realmente acontece nas escolas é uma distância entre os professores, há um imenso abismo, obscuro e íngreme, entre os docentes de classe e os professores de fora da sala de aula, no caso os professores de Educação Física.

Os professores precisariam se unir para trazer novamente o prazer às crianças em aprender, e também os próprios professores recuperarem a vontade de ensinar. O foco que devemos ter é apenas o benefício da criança, conhecê-la realmente, saber suas dificuldades e vontades; e é através do lúdico que conseguiremos reconhecer os problemas de cada criança, apresentando a elas um mundo real, misterioso e curioso para se aprender e transformar.


3.3– TERCEIRO E QUARTO ANOS DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

Etapa final e mais conhecimentos adquiridos.

Breves relato sobre a educação em matemática e minhas experiência nesta fase.

Os PCN de Matemática (BRASIL, 1997) apresentam um diagnóstico sombrio da Educação Matemática no Brasil e apontam algumas alternativas para a sua melhora. Dentre os fatores que corroboram para este caótico quadro destacam-se a formação docente, os livros didáticos e as condições de trabalho. Para revertê-lo, o documento sinaliza a necessidade de modificar: i) a compreensão da natureza do conhecimento matemático; ii) as relações entre professor, saber matemático e estudante; iii) as metodologias, com a valorização da resolução de problemas, da História da Matemática, das TIC e dos jogos; e iv) o significado da avaliação, compreendendo o papel do erro na elaboração da Ciência, inclusive a Matemática. (BRASIL, 1997).

 O professor, portanto, é o grande responsável pela transmutação deste quadro, devendo ser analisado o seu processo formativo, no sentido de melhorá-lo, contemplando aspectos pouco considerados (ou ignorados).

Acreditamos que a maior parte dos fatores que contribuem para o fracasso da aprendizagem da Matemática reside na atitude do professor em sala de aula, que transforma o processo criativo da Matemática em um mero repetidor de fórmulas e processos. Isto decorre, em parte, da compreensão do fenômeno educativo, motivo pelo qual a sua solução deve ser buscada nesta seara, em especial no entendimento de que os atos de ensinar e de aprender são distintos e interdependentes, embora devam se articular, respeitadas as especificidades, que se expressam nos papéis do professor e dos estudantes.


Inspiro-me em vários autores para superação do fracasso em matemática.

De acordo com Sacristán:

(...) significa que não há experiência sem consequências para o agente que as realiza e para quem recebe os seus efeitos, que nada ocorre em vão e que o acúmulo de experiência cria caminhos e bases, que são o germe da estabilização de um tipo de prática educativa, como uma forma a mais da consolidação da cultura. As ações passadas orientam as futuras, a prática dirige o futuro – sendo feitas a partir da sabedoria acumulada e a partir dos erros e dos acertos consolidados (1999, p.71)

O conteúdo apaixonante na formação acadêmica sem duvida será a função social da Escola e a formação de cidadãos críticos e reflexivos, os Movimentos Culturais, História e Geografia.

Considerando que a função social da escola da atualidade consiste na formação de seus alunos para a convivência na cultura global, a partir do desenvolvimento das capacidades de aprender a conhecer, aprender a fazer, a conviver e aprender a ser. A escola precisa estar buscando maneiras de fazer do processo educativo algo prazeroso e desafiador. Conhecer a função social da educação nos faz pensar e analisar como estão às práticas escolares, como está a atuação da equipe pedagógica, pois, a equipe pedagógica é de fundamental importância, para a elevação da qualidade de ensino da escola.

Assim, a escola deve fundamentar seu trabalho no compromisso com a qualidade, no respeito à diversidade, na tolerância na necessidade de conhecimento, aceitação e pertencimento na solidariedade na participação e cooperação na autonomia e liberdade. Esse é o grande desafio da educação a possibilidade de formar indivíduos com uma nova mentalidade, que enxerguem novos rumos que conduzam à superação dos dilemas sociais e à construção de uma nova forma de gerenciar os recursos naturais e históricos da humanidade; a fim de compreender seus desejos e sonhos de futuro.

 Émile Durkheim aborda a educação como um fato social, afirmando que quanto mais eficiente for o ensino, melhor para a sociedade, pois quando o homem nasce à sociedade já está organizada com leis, padrões e sistema financeiro, e cabe ao indivíduo aprender, através da educação, pois é através da educação que nos tornamos seres sociais, começa com a família, na qual aprendemos as primeiras noções de educação para viver em sociedade, a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta, pois o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela, sendo a educação um bem social.

      Para Durkheim só é possível ter ordem e progresso se o indivíduo trilhar o caminho que a sociedade estabelece, obedecendo às regras, as quais deveriam trazer de casa, e a escola seria só o aperfeiçoamento dessas regras para sermos indivíduos educados, com noção de direitos e deveres.

Após tantas reflexões descobri que a pedagogia deve tomar como objeto de estudo e fenômeno educativo em seu conjunto e assim elaborar uma integração das diferentes contribuições cientificas que correspondem a cada uma das ciências da educação.

Criança é uma noção historicamente construída do ser humano, que consequentemente vem mudando ao longo dos tempos não se apresentando de formas homogêneas no interior de uma sociedade. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.

O planejamento escolar não pode ser conduzido de forma autoritária, uma vez que se pretende instituir uma aprendizagem nos processos desenvolvidos na escola. Sendo que uma gestão democrática, não se constrói sem um planejamento participativo que conte com o envolvimento da comunidade e grupos escolar nos processos de tomada de decisão, bem como na definição de metas e estratégias de ação.

Assim o trabalho desenvolvido no ambiente escolar deve contemplar os aspectos; cognitivos, afetivos, perceptivo-motor e social.

Quanto ao cognitivo, o conhecimento deve ser construído, descoberto e reinventado, pela criança e não apenas absorvido, é necessário encorajar a criança a fazer suas próprias perguntas e respondê-las por sua iniciativa e capacidade de invenção.

Quanto ao aspecto afetivo a necessidade de um ambiente de aceitação, compreensão e confiança, pois a criança realiza as atividades com interesse e esforço se for livre para expressar seus sentimentos e emoções.

Quanto ao perceptivo-motor é preciso desenvolver atividades que estimulem a coordenação voluntária dos grandes e pequenos músculos, a discriminação visual e auditiva, à percepção do espaço e do tempo, do ambiente e finalmente o aspecto social, é indispensável para que as crianças estabeleçam relações entre si e com os adultos, desenvolvendo o respeito muito, a cooperação e a reciprocidade superando o egoísmo próprio da idade.

É preciso que haja tempo e espaço, tempo para aprender e brincar, o espaço para integrar o aprender e se preparar para a sociedade, espaço coletivo de convivência onde acontecem interações entre crianças e adultos. Essas interações devem ser formadoras, no sentido de que sejam baseadas nos valores sociais; disponibilizar materiais e oportunidades variadas.

Com a construção deste trabalho foi possível compreender a importância que tem uma formação de professores que envolva teoria e prática para que se evite o ingresso de pessoas despreparadas na docência.



4. CONCLUSÃO

Portanto sei que estudei muito, mas não entendi ainda o significado ou que será do meu futuro, o gosto de estudar envolve minha formação de ser incompleto e aprendendo cada vez mais.

Assim vida vai mostrando ao longo das vivências que temos grandes desafios na nossa trajetória de vida, seja ela no âmbito profissional e pessoal. Mostra que cada experiência da vida nos coloca frente a novas descobertas e novas lutas. E acima de tudo nos põe fortes para viver novos momentos, travar e vencer novas batalhas que nos levarão ao Sucesso nesse espaço chamado VIDA.

De fato não podemos negar que esses fatores nos elevam a um patamar de descobertas e inovações. É essencial lembrar um dos paradigmas do desenvolvimento humano, resume-se em ”Aquilo que uma pessoa se torna ao longo da vida depende fundamentalmente de duas coisas: das oportunidades que teve e das escolhas que fez”. É fato, se colocarmos nosso pensamento, veremos que somos frutos das oportunidades que tivemos ao longo da vida e das escolhas que estamos fazendo no decorrer dela. E essas escolhas são fatores determinantes em nossa trajetória pessoal.

Fazer escolhas, tomar decisões, optar por definições no rumo de nossa existência é o que faz nos dizer que as nossas decisões na vida são ações delas decorrentes e que nos fazem ser o que somos. Em muitos momentos fazemos indagações ou buscamos responsáveis por aquilo que não deu certo, ou que não veio a acontecer, ou que tenha acontecido em nossa vida tanto pessoal como na profissional.

Enfim, ao longo de toda essa jornada cada disciplina e teóricos estudados tiveram sua importância e contribuiu bastante para minha formação enquanto “futura pedagoga” e para tornar o ser humano que sou hoje. Acredito que todos os conteúdos adquiridos no curso servirão como base para uma postura pedagógica capaz de contribuir para uma melhoria no campo educacional.
Um novo desafio surgiu para todos nós alunos do sétimo semestre de pedagogia com a chegada do estágio na educação infantil, momento esse de confrontar teoria e prática. Assim, junto com a professora Cláudia Celeste, refletimos a cerca da importância do estágio para a nossa formação acadêmica, e posteriormente, para a atuação profissional. Entendi que o estágio é fundamental para quem está neste universo maravilhoso que é a educação, pois, através desta experiência podemos verificar nossa afinidade em relação à profissão, bem como compreender o cotidiano escolar, ou seja, como funciona de fato uma escola, a sala de aula, enfim, a organização estrutural de uma instituição escolar.

Compreender o Estágio Curricular como um tempo destinado a um processo de ensino e aprendizagem é reconhecer que, apesar da formação oferecida em sala de aula ser fundamental, só ela não é suficiente para preparar os alunos para o pleno exercício se sua profissão. Faz-se necessário a inserção na realidade do cotidiano escolar. O que é propiciado pelo estágio e que, também, permite desenvolver competências para “saber observar, descrever, registrar, interpretar e problematizar e, consequentemente, propor alternativas de intervenção e de superação” (PIMENTA, 1999, p. 76).

Pude observar que a  ludicidade, apesar de diversão e prazer, é uma possibilidade muito rica de aprendizado, com inúmeras potencialidades para se desenvolver habilidades, competências (PERRENOUD, 200) e produtos culturalmente valorizados atribuídos à resolução de problemas e situações reais e simulativas.

Pude refletir que a escola é o principal espaço de educação e socialização do ser humano, é onde ele tem a oportunidade de desenvolver-se em sua integralidade. Um espaço diverso e coletivo, que necessita de um projeto educativo compartilhado por todos os atores sociais envolvidos, através de um compromisso social e humano. E o processo de ensino-aprendizagem que faz a ligação entre os profissionais da educação, é o foco do pensar e do agir pedagógico, é onde se constroem e desconstroem saberes. A qualidade do trabalho educativo está intimamente ligada ao compromisso social, político e humano dos envolvidos, desde as maiores instâncias (poder público federal) até as famílias. A reflexão crítica da própria prática promove melhorias na formação e atuação do/a supervisor/a educacional, neste trabalho de articulação e mediação no espaço da escola, sempre aliado à direção, orientação, professores/as e alunos/as, num trabalho coletivo e dinâmico. A sua função é fundamental também na formação continuada dos/as professores/as, na mediação entre a ação docente e o currículo, realizando a reflexão constante do currículo e da prática pedagógica. Esse movimento se dá através de um espaço democrático, onde os profissionais da educação (especialistas e professores) possuem um projeto de educação comum, com objetivos claros e ações pautadas na ação-reflexão-ação. Sobre a questão étnico-racial é preciso enfrentar o problema de peito aberto, ou digo melhor, sem preconceitos, receios e medos.

 Precisamos de professores/as preocupados em trabalhar com todas as temáticas que envolvem situações de preconceito, discriminação racial e social de uma maneira mais humana, pensando na diversidade étnico-cultural e racial dos/as nossos/as alunos/as. Sei que precisamos de profissionais mais comprometidos com a educação, e com um discurso mais democrático e sincero ao olhar e perceber as diferenças entre negros e não negros nesse país. Não é fechando os olhos, o coração e seus planejamentos que os/as professores/as vão conseguir educar nossas crianças para um mundo melhor.

Conclui-se assim, que refletir sobre a função social da educação, bem como a elaboração curricular não é algo simples, pois a escola precisa ter objetivos bem definidos, para que possa desempenhar bem o seu papel social, fazendo com que seus educandos compreendam a complexidade dos fenômenos da realidade, articulando-os ao todo social de que fazem parte. E para que isso ocorra, torna-se necessário esforço contínuo, racional, ético, coletivo e solidário; demonstrando que a escola é, também, um campo aberto à formação e construção da cidadania.






5. REFERÊNCIAS

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Comentários e Opiniões

1) Cida (15/09/2012 às 15:08:43) IP: 187.44.23.114
isso nao me ajudou mto,mas msmo assim obrigado.


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