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HOMENAGEM AOS DEFICIENTES COM SINDROME DE DOWN


Autoria:

Lucio Correa Cassilla


Advogado graduado pela PUC/MG com mobilidade na Universidade de Coimbra, especialista em Ciências Criminais, doutorando em Direito pela UMSA/Argentina e Pedagogo. Sócio do escritório CRC Sociedade de Advogados. www.crcadv.com.br

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Resumo:

discorre sobre experiência pessoal do autor junto com deficientes de sindrome de down

Texto enviado ao JurisWay em 26/03/2012.



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Sou advogado, pedagogo, tive várias experiências profissionais, conheço alguns países pelos 4 cantos do mundo, me relacionei com uma quantidade incontável de pessoas. Certamente, não se trata aqui do meu currículo, mas quero mostrar que, não importa a quantidade de experiências, de conhecimentos e oportunidades que tenha ou passe um indivíduo, a vida sempre terá novidades a apresentar, ensinar. Falo, agora sim, de vivencia pessoal, momento especial em minha vida, surpreendentemente oferecido por pessoas com Trissomia do cromossoma 21 ou simplesmente, Síndrome de Down.

 

Apesar de minha formação acadêmica, durante os anos 90 fui empresário. Proprietário de agencias de Correios franqueadas na cidade de São Paulo. Como complementação dos serviços postais oferecia aos clientes de volumosas malas-diretas, serviços de manuseio – dobrar, envelopar, etiquetar etc.

 

Objetivando cumprir a função da minha empresa, enviava os referidos serviços para a APAE Itaim, em São Paulo, para que as pessoas sob seus cuidados realizassem o trabalho. As pessoas na APAE, em meu entendimento passado eram deficientes que precisavam de apoio e eu fazia a minha parte. Cobrava pelos serviços e repassava o valor para a instituição.

 

Infelizmente ou felizmente, para mim, apesar de minha vida financeira ser muito mais abastada do que a que vivo hoje, trazia comigo uma série de agouros. Era mau humorado, estressado, nervoso, com sérias dificuldades para dormir, questões estas que me mantinham sob constante uso de medicamentos.

 

Certo dia, ao sair da agência, encontrei 3 dos motoristas discutindo quem faria o transporte dos materiais para a APAE. O que me pareceu estranho e surpreendente era o fato de que todos queriam levar. Eu, inconformado e curioso com a situação, tomei as chaves do carro com um dos motoristas e fui pessoalmente fazer a entrega.

 

Tenso, estressado, incomodado com o fato de estar fazendo entrega pessoalmente, guiei ate a rua Horácio Lafer, endereço da APAE Itaim.

 

Chegando lá, ainda dentro do carro, percebi certa movimentação do lado interno, de pessoas esperando que a responsável abrisse o portão. Quando o portão foi aberto, não mais de 7 ou 8 pessoas, adolescentes e adultos com Síndrome de Down me esperavam à largos sorrisos. Antes mesmo de o carro ser desligado abriram a porta para que eu saísse, oferecendo ajuda para que eu descesse. Logo eu estava rodeado por uns 15 ou 20 jovens e adultos deficientes que aguardavam ansiosos a abertura da caçamba do carro. Confesso que fiquei apreensivo e assustado com o assédio, não sabia bem do que se tratava ou como me comportar. Meu percurso da porta da frente do carro até a porta da caçamba foi consideravelmente demorado, dada a curta distância a ser percorrida. Toda a demora era justificada por toques e abraços que recebia. Quando finalmente, com a ajuda de alguns, abri a porta da traseira do carro e o volume do trabalho pode ser visto, acredito nunca ter sido tão abraçado e beijado e acariciado em toda minha vida. Uma verdadeira overdose de carinho, gratidão e afeto a que fui submetido. Fiquei atônito, sem qualquer reação com o fato.

 

Meu retorno para a agência de Correios foi quase levitando, nas nuvens. Refleti sobre a vida, sobre coisas boas e principalmente ruins. Verdadeiro portal foi aberto para que eu enxergasse meu ser interior. Percebi o quanto eu era medíocre, mesquinho, insignificante. A vida ia muito além do mundo estressado que me cerquei. Percebi também várias possibilidades de mudar e mudei.

 

Nunca mais precisei tomar calmantes para estresse ou insônia.

 

Parabéns a estes “deficientes” pela comemoração do seu mês. Por iniciativa brasileira, todos os 193 países da ONU passarão a observar oficialmente uma nova data: o Dia Internacional da Síndrome de Down, 21/3. A data é simbólica porque se refere aos 3 cromossomos 21 que caracteriza quem tem a trissomia do cromossomo 21 (21/3).

 

Parabéns também a todos os amigos e pais das pessoas com Síndrome de Down, abençoados pela proximidade com serem tão iluminados por Deus de todas as formas de afeto e amor.

 

 

 

Lúcio Corrêa CASSILLA

 

Pedagogo e advogado

 

cassilla@uol.com.br

 

 

 

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