Outros artigos do mesmo autor
ARQUEOLOGIA DO SILÊNCIODireitos Humanos
Os Ignorantes são mais felizes - Uma panorâmica dos Indicadores Macro-Sociais da Educação.Desenvolvimento Pessoal
A Sociedade do Conhecimento & O Conhecimento da SociedadeDesenvolvimento Pessoal
A Culpa é do Trabalhador -Direitos Humanos
Direito à educação, um eufemismo lógico.Direitos Humanos
Outros artigos da mesma área
ZONA DE AMORTECIMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
TUTELA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
O CONFLITO ENTRE O DIREITO DE PROPRIEDADE URBANA E O MEIO AMBIENTE
PRINCÍPIO POLUIDOR - PAGADOR: CARACTERÍSTICAS E SUA APLICAÇÃO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E OS RECURSOS HÍDRICOS
Atrás das grades. A apreensão de um cavalo em Sergipe?
Gestão Ambiental e a Sustentabilidade
ASPECTOS DA TUTELA DO MEIO AMBIENTE E ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Resumo:
A negligência estrutural dos Poderes instalados, fornece bagagem necessária ao funcionamento de uma conjuntura subterrânea secularmente instada nas hostes da administração, sendo fonte de desserviço para a população
Texto enviado ao JurisWay em 12/03/2012.
Indique este texto a seus amigos
“EDUCAÇÃO OU MORTE”
NOVA FRIBURGO
Desastre Natural ou Farsa?
Ensaios sobre a Sociologia dos Territórios Mentais
Sebastião F. Sardinha
Inicialmente para compormos a coerência conceitual do termo é importante ressaltar que as acomodações da natureza não podem ser encaradas como “DESASTRES”, salvo para justificar a angariação de mais verbas da desgraça alheia.
Segundo as lições de Evandro Ouriques[1], o fenômeno ocorrido em Nova Friburgo, sob a nominação primeira, trata-se na verdade de mais um DESASTRE CULTURAL como conseqüência dos desmandos político-administrativos das elites locais, bem como da falta da consciência do conceito coletivo da população subalterna.
Há um total descompasso entre linguagem e ação, o que faz com que agentes criem conceitos obtusos sobre as razões que pouco importam ao pacto civilizatório. As distorções e “cortinas de fumaça” impostas criam as situações terminais que ceifam vidas humanas e condenam gerações ao ostracismo social.
Nas lições de Ouriques[2],
“ é necessária uma mudança de rumo, pois é no território mental que se dão concretamente as relações de poder psicossocialmente construídas, nas quais ou o indivíduo, rede, movimento e organização, apropria-se, pela desobediência civil mental, do poder, tornando-se assim, cada um deles, portador de voz própria, .....
A história acontece como tragédia, se repetindo, no entanto como farsa, pelas linhas do 18 de Brumário de Luiz Bonaparte[3], vaticinando Karl Marx a rotina dos golpes da família Bonaparte. No entanto a mensagem teleológica da obra reside em que
“os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
A tragédia Cultural de Nova Friburgo, não é fato novo em decorrência da geografia local em face do fenômeno climatológico das chuvas que deu o nome ao Estado e sua Capital, - São Sebastião dos Rios de Janeiro – constatado pelos portugueses que da entrada da baia de Guanabara contemplavam o tingir da lama vermelha, agora negra que ainda desce das encostas naquela época do ano.
É, todavia, uma questão de Educação ou Morte, com distanciamento imponderável da proclamada independência pregada pela democracia.
Assim socorrendo-nos de Ouriques[4]
“ Qual é, portanto a responsabilidade democrática que temos sobre nossos estados mentais? Os discursos que identificamos como nosso são nossos mesmo? O quanto a diferença que sustentamos é democrática?
A vitimação ideológica induz a um conceito macrossômico que mina as múltiplas resistências de uma coletivização local sempre ofuscado pelos interesses individuais de uns poucos agentes políticos.
Devemos reinventar o mecanismo da liberdade aumentando e fortalecendo a vigilância sobre os Poderes Constituídos através da sociedade civil organizada, como garantia do pacto federativo.
A dominação hegemônica dos grupos políticos de Nova Friburgo precisa se rizomatizada com fins a oxigenação das representações identitárias das associações e grupos locais.
Não podemos desacreditar que o viés paternalista inculcado na população, nos faz um povo sem memória, com a certeza de se não conhece a sua história, estará condenado a repeti-la.
O que antes era saga das classes menos favorecidas, a problemática de Nova Friburgo horizontalizou a expansão da tragédia a demonstrar o amadurecimento das acomodações naturais.
Inexoravelmente não poder-se-á ignorar a existência da ‘FARSA CULTURAL”, erigida dos desmandos dos agentes públicos sendo a reação a melhor medida, sob pena de omissão coletiva da sociedade local.
Dever-se-á acreditar que a socialização do desastre cultural havido em Nova Friburgo tenha feito as elites locais refletirem e se moverem, sob pena de, em futuro próximo serem agraciados pela revolta da natureza.
Impor soluções messiânicas certamente não solucionará e muito menos a desenfreada injeção de recursos públicos à fundo perdido.
Mobilizar a população através dos movimentos organizados parece ser a posição mais acertada, na busca de meios e modos de contornar a tragédia cultural de Nova Friburgo, já que solucionar importaria em convocar esta mesma natureza vilipendiada à mesa de negociações. O que nos parece impossível.
Nenhum comentário cadastrado.
![]() | Somente usuários cadastrados podem avaliar o conteúdo do JurisWay. |