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A BANALIZAÇÃO DA DESUMANIDADE FRENTE AO SER HUMANO CORROMPIDO


Autoria:

Camila Carvalho Rabelo


Estudante do Curso de Direito da Faculdade AGES, Estagiária do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.

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Texto enviado ao JurisWay em 04/08/2011.

Última edição/atualização em 09/08/2011.



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A BANALIZAÇÃO DA DESUMANIDADE FRENTE AO SER HUMANO CORROMPIDO

 

 

Camila Carvalho Rabelo1

 

 

RESUMO

 

Esse artigo apresenta a introspecção sobre atitudes desumanas normalizadas, até então praticadas por serem regularizadas, tornam-se uma essência cultural em determinados povos, a exemplo de um indivíduo denominado Adolf Eichmann, que através dos relatos sobre o mesmo, aduz a um pensamento no qual o homem é regido por padrões estabelecidos e é transformado quanto a sua estrutura mental e a integração na sociedade a que pertence. Destina-se a provocar uma reflexão no homem, observar que o mesmo é responsável pelos seus atos e na formação de uma sociedade mais justa e humana.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Eichmann; Sociedade; Desumanidade; Corrupção.

 

 

I-INTRODUÇÃO

 

 

 “O Homem é um ser corrompido pela sociedade”, assim entendia Rosseau, de acordo com relatos do livro “Eichmann em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal” de Hannah Arendt, forma-se um pensamento que o homem é um ser suscetível a desviar seu caminho, que possui uma origem neutra e a depender do seu cilco de vida pode vir a corromper seus valores morais, tornando-se numa máquina da sociedade, regida pela mesma, exaurindo assim, a sua personalidade que passa a ser voltada aos elementos essenciais de situações impostas que devido a credulidade transforma-se em seguimentos de vida.

Segundo a obra citada, fornece subsídios para afirmar que comportamentos insensatos transformam indivíuos pacíficos em profissionais de atitudes que refletem no desenvolvimento de uma sociedade desumana.

O mal elencando em toda obra, e encarado atualmente, não houve grandes mudanças, uma vez que o homem é modificado de acordo com a sociedade em que vive, por ter que respeitar  e obeceder as ordens instituidas, porém não de deve cultivar esse pensamento aceitando-o sem nenhuma imposição, visto que no seu eu, possue a liberdade de escolha e mesmo que seja predestinado a conservar as regras impostas, pode em sua autonomia enquanto homem não corrompido pela sociedade e organizar a capacidade de  promover mudanças sociais.

 

 

II-EICHMANN UM CRIMINOSO OU VÍTIMA DA SOCIEDADE?

 

 

Adolf Eichmann um homem simples, com seu emprego comum, que contornou seu caminho a ser destinado a massificação de povos judeus. Tal responsabilidade, fez dele um homem corrompido, pela ambição de mudar ao meio estagnado que vivia, observa-se que Adolf, era um homem sensato, porém visto a realidade com a qual convivia, foi pervertido tornando-se um indivíduo banal, obedecendo fielmente as ordem totalitaristas, perdendo portanto, a essência de ser humano, sendo subordinado, conformando-se com o que lhe era estabelecido, que refletiu numa influência em toda sua estrutura mental e moral.

O mundo e os atos até então cometidos por Eichmann, ofuscavam a capacidade do ser humano de se preocupar com o próximo, e permitiam ao mesmo uma limitada compreensão de sua vida, ignorante e marginalizada, não era livre, pois era limitado a si mesmo e não se importava com as conseqüências de suas atitudes. Ele nascera segundo a tese de Rosseau, nasceu um homem com a possibilidade de ser bom, porém diante aos fatos de sua sociedade optou pelo mal.

Hannah Arendt diz:

 

 

 

 

 

 

 

 


Para ela os criminosos sao movidos pelo ensejo da situação e assim é mais fácil colocá-los como produto de uma sociedade com total falta de humanidade, do que tentar modificá-la.

A prática de exterminar os judeus, ou seja, atitudes más conduziam Eichmann a ficar debilitado e submisso, vale ressaltar que existia o “animus” e por esta razão, na sua vontade, nesse momento, existia a consciência o que leva a um perfil de culpado, pois mesmo que seguisse regras, e de tanto serem permitidas não podem se tornar normais ao ponto de ser uma coisa costumeira e estabelecida como ordem, por ser um desrespeito com o valor da vida humana.

Vale frisar o Eichmann, um homem movido por uma sociedade nazista, a ponto de transformar homem neutro, em indivíduo corrompido pelo meio em que vive, numa verdadeira máquina de fazer o mal, com coração vazio, mente deturpada e alma distante, nesse ponto leva a uma dicotomia de pensamentos, eis a questão em saber se o acusado é culpado ou é vítima das situações que lhe foram acometidas.

 

 

III-ADOLF EICHMANN UM PERFIL DO HOMEM CONTEMPORÂNEO

 

 

Atualmente, o homem é algemado por sua necessidade, e refuta na falta de pensamento e consiência dos seus atos, por priorizar o seu bem-estra ou muitas vezs por ser privado de concretizar o que almejam pois devem obedecer e se enquadrar ao modo de vida que lhe é fornecido.

O homem contemporâneo é levado pelas futilidades corriqueiras, que o torna pessoa mesquinha e egocêntrica, visto que não visam o bem comum, somente o bem próprio. São conduzidos ao isolamento assim como Eichmann, sendo afastados das relações humanas e propícios ao estabelecido pela sociedade, fazendo disso o exercício de dever cumprido, sendo um homem sem vontade, capacidade que leva aos adeptos do ordenamento totalitarismo, em contrapartida, o homem da atualidade enquadra-se nessas características e fica debilitado de extinguir com o mal que os rodeiam e aumentam em alta proporção com o passar dos séculos, sendo ao mesmo tempo vítima e agente desse mal que se assola.

Eichmann não fazia o mal pelo mal, e sim pelo que lhe era imposto, mas poderia escolher viver em pacificidade, identificar o homem atual com a normalidade desse tipo estabelecido de criminoso, refuta também no mal em que há justificativa.

A vioência que tem um aumento exarcebador, advém da falta de ums estrututa estabelecida, pois é válido reiterar a condição que nasce o homem e no que ele se transformar, porém vale ressaltar a vontade de se modificar e ser esse agente causador, é criar oportunidade e com o seu livre arbítrio decdir o que lhe convém desde que satisfaça ao seu convívio. Quando já se encontra numa sociedade em que o mal é banalizado, como se alastra ao passar os séculos, é onde entra uma relexão ao “eu”, ao interior, pois é nesse momento que se afirma a impossibilidade de ser o agente e sendo vítima das situações porém com oportunidade de transformá-las.

 

 

IV-CONCLUSÃO

 

 

A sociedade assim como os indivíduos que a constitui, possuem objetivos comuns, valores éticos e morais, a tendência de um ente da mesma é ser norteado a parâmetros estabelecidos pelo meio em que vive e assim ser corrompido desde o processo inicial de socialização.  Com isso, pode-se entender que mesmo com o passar dos tempos, o homem continua sendo uma máquina estatal com mentalidade difundida e por vezes vítima do que lhe é permitido, sendo assim coerente e cumprindo o seu dever enquanto cidadão. Por outro lado, é notória a liberdade de essência do ser humano, esta que os deixam estagnados frente a banalidade do mal, aos fatores desumanos ocorridos em séculos passados a exemplo da condição humana sob regimes de opressão e totalitarista tema discernido por Hannah Arendt e vale salientar também a que perdura-se até hoje nas mais diversas formas a título da violência.

 Muitos dos crimes cometidos tornam-se rotineiros gerando a ausência de pensamento, superficialidade e irreflexão, como diz Arendt, o homem corrompido, adere-se a normalização do mal que se assola, perdendo sua essência. Surgindo empecilhos e indisponibilidade para formar cidadãos conscientes e equilibrados diante a realidade dos fatos atuais. Porém a liberdade de fazer algo transformador, cada indivíduo dispõe de tal, cabe a sua escolha e ser persistente no que deve valer para o bem comum.

Visto que o Eichmman ( responsável pela solução final de milhões de judeus, de Hannah Arendt, é presente  em diversos homens contemporâneos , cabe então a cada um discernir seus atos e ser consciente da conseqüência dos mesmos, pois há um princípio que vai de encontro com os fatores desumanos e degradantes crescente a cada dia, que é o da Dignidade Humana, o qual protege o ser humano e o exercício do seu dever e direito.

O genocídio é um tema polêmico e que causa diversas controvérsias aos estudiosos, esse crime explicitado na obra e outros até então conhecidos por todo o mundo remetem a outros tornando uma sociedade onde o mal é explícito e banalizado, levando as pessoas a criar pensamentos e atitudes egocêntricas e sem a essência do que realmente é o papel de um ser humano.

               Caso não inicie uma batalha árdua mais com força de vontade, vitoriosa, como a de conscientização e o cumprimento enquanto cidadão desde que respeite o próprio ser humano e o meio ao qual é enquadrado, a sociedade continuará repleta de homens que como Eichmann, crédulos nas regras impostas no meio social, que em busca de um elevado patamar, diga-se da ambição em si, ultrapasse o limite de sobrevivência do outro para tal conveniência.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal . São Paulo: Diagrama e texto;1983.

 

YOUNG, Robert. A solução final; 2007.



 

1 Acadêmica de Direito da Faculdade Ages.

 

"Eu confesso que é mais fácil ser vítima de um diabo com forma humana ou, no sentido do procurador da corte do processo Eichmann, de uma lei que existe historicamente desde Pharaon e Haarmann, que ser a vítima de um princípio metafísico, e mesmo de um palhaço qualquer que não é nem um louco nem um homem particularmente mau. O que nenhum de nós chega a superar no passado não é tanto o número de vítimas, mas, sobretudo, a mesquinharia desse assassinato coletivo sem consciência da culpabilidade e da mediocridade desprovida de pensamento de seu pretendido ideal.”

 

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