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AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO FOCO DA IMPRENSA BRASILEIRA


Autoria:

Tatiana Takeda


Tatiana de Oliveira Takeda é advogada, professora do curso de Direito da PUC/GO, assessora do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, articulista de sites e revistas jurídicas, mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento, especialista em Direito Civil, Processo Civil e Gestão Ambiental e Pós-graduanda em Direito Imobiliário.

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Texto enviado ao JurisWay em 25/05/2009.



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AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO FOCO DA IMPRENSA BRASILEIRA

 

 

De acordo com o documento "Mudanças Climáticas na Imprensa Brasileira", trabalho realizado com base em 50 (cinquenta) jornais diferentes, foi abordado que, em cada um deles, 01 (um) texto sobre o tema em questão é publicado a cada 05 (cinco) dias. Essa média cresceu para 01 (uma) matéria a cada 02 (dois) dias no primeiro semestre de 2007.

Ressaltou-se que a presença da cobertura nos veículos de abrangência nacional (Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense) e econômicos (Valor e Gazeta Mercantil) é mais significativa do que aquela encontrada nos jornais regionais, revelando que o tema, de maneira geral, possui um agendamento de caráter mais abrangente. Esse resultado demonstra a necessidade de que esse debate também passe a ser enfocado a partir da perspectiva local, não raro, ofertada pelos diários de capitais fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Frize-se que até o final do primeiro semestre de 2007, enquanto os 44 (quarenta e quatro) jornais de circulação regional contribuíram, na média individual, com 1,46% dos textos veiculados no período, os 04 (quatro) veículos nacionais somados aos 02 (dois) de cunho econômico contribuíram, também na média individual, com 5,95% dos textos publicados, ou seja, uma diferença de mais de 04 (quatro) vezes.

Para se dispor sobre o assunto em números e de acordo com o documento em comento, pode-se afirmar que:

     

  1. A imprensa refere-se mais à expressão "aquecimento global" (70% dos casos) do que à idéia de "mudanças climáticas" (30%), isto é, toma a parte pelo todo;
  2.  

     

  3. A cobertura sobre as alterações climáticas possui um foco geográfico internacional. Cerca de 50% das matérias que apresentam uma localidade (número que se acentua se considerar apenas os jornais nacionais e econômicos), trata do cenário internacional ou o relaciona ao contexto brasileiro; as restantes focam exclusivamente o território nacional;
  4.  

     

  5. Metade dos textos analisados revela o agendamento das principais temáticas que estão na órbita do debate mais amplo sobre as Mudanças Climáticas: efeito estufa; questões energéticas; conseqüências/impactos das mudanças/aquecimento global. Outros 22 (vinte e dois) assuntos dividem a segunda metade da cobertura, dentre eles: desmatamento, ação coletiva internacional, agricultura, indústria, eventos climáticos extremos, consumo, questões tecnológicas e vulnerabilidades;
  6.  

     

  7. Em geral, os veículos dão muito mais atenção à agenda da mitigação (41,7%) do que à adaptação (2,7%). As estratégias de mitigação, por sua vez, concentram-se no tema da oferta de energia (quase 50% das que falam de mitigação); já os aspectos relacionados às florestas, centrais no caso do Brasil, vêm bem abaixo, com 23%.
  8.  

Ademais, na seara da informação, as vastas implicações geradas para as sociedades pelas Mudanças Climáticas ampliaram os contextos que devem ser trazidos à baila quando o tema está em discussão.

Segundo o próprio documento, se por um lado, há um volume não desprezível de elementos gerais de contextualização (40% mencionam estatísticas, 36% legislação, 32% dados científicos), por outro, falha-se na apresentação dos contextos específicos.

Observe-se que as discussões e fatos sobre as Mudanças Climáticas podem, e devem, ser enquadradas a partir de diferentes perspectivas. Em parte, foi essa a tendência que a mídia demonstrou na cobertura do tema. Contudo, deixou-se de fazer uma conexão fundamental relacionada a essa discussão: não chegam a 15% os textos que vinculam o debate sobre as alterações climáticas à agenda mais ampla do desenvolvimento (independentemente do adjetivo que lhe seja acoplado) e até mesmo do crescimento.

Destarte, os resultados do presente estudo apontam claramente para um crescimento expressivo da cobertura sobre Mudanças Climáticas a partir do último trimestre de 2006, especialmente nos jornais nacionais e de cunho econômico.

As limitações reveladas pela cobertura podem ser transformadas em fortalezas, na medida em que sejam levadas em conta como fatores para qualificação do debate sobre as Mudanças Climáticas. Nesse sentido, parece que enfrentar esses desafios revelados pela análise pode agregar avanços qualitativos no tratamento editorial dispensado ao tema, além de ser um caminho para a continuidade de seu agendamento na sociedade.

Por fim, aponta-se que é preciso internalizar a pauta, ou seja, trazer a discussão do cenário internacional para o contexto doméstico e, no âmbito do Brasil, abordar as diferentes realidades regionais, bem como há a necessidade de ampliar os horizontes da cobertura sobre Mudanças Climáticas, vinculando-a a um debate mais transversal sobre as estratégias de desenvolvimento satisfatórias, inclusive elevando a presença de outros enquadramentos para além do ambiental.

 

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