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A possibilidade de existência da alma


Autoria:

Yussef Willian Ferreira De Freitas


Yussef Willian Ferreira de Freitas é Bacharel em direito pela - FAR,Licenciado em Filosofia pela FAERPI e Pós-graduando em direito tributário,Técnico em Administração de empresas pelo Instituto Federal Goiano e Técnico em Redes de Computadores pelo SENAI

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Resumo:

Este artigo científico explícita os pensamentos filósofos sobre a possibilidade de existência da alma. Nesse sentido descrevem-se sequencialmente os apontamentos realizados pelos diversos autores a fim de comprovar a existência da alma.

Texto enviado ao JurisWay em 22/11/2016.



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O presente trabalho tem como escopo fundamental apresentar ao leitor de forma sucinta os apontamentos realizados pelos diversos filósofos sobre a possibilidade da existência da alma ligada ou não ao corpo, oferecendo um enfoque teórico, filosófico e científico sobre o tema em epígrafe, servindo de apoio aos acadêmicos e estudiosos sobre o assunto.

É mister ressaltar a relevância do tema, constantemente abordado na mídia, os doutrinadores, estudiosos da filosofia e sociedade em geral têm grande preocupação com à possibilidade da existência da alma, não cabendo neste trabalho o enfoque religioso. O assunto carece de material e, portanto servirá de base científica para futuros estudos.

O tema é dividido em diferenças partes, particularidades como materialidade ou imaterialidade da alma, imortalidade, e potência, este trabalho está restrito à possibilidade de existência ou não da alma e sua ligação com a matéria.

A curiosidade humana está presente desde os primórdios da humanidade, e apontar as evidências sobre a possibilidade de existência da alma é uma tarefa árdua. O objetivo geral dessa pesquisa é abordar os diversos pensamentos filosóficos que afirmam a existência da alma ligada ao ser.

Para realizar este trabalho, surgiram alguns problemas, em destaque, um questionamento importante: É possível a existência da alma? Ela está relacionada ao corpo? .

Algumas das possíveis respostas para os questionamentos podem ser: 1) à alma existe. 2) Está integrada com a matéria.

A metodologia utilizada nas diversas fases do trabalho foi a pesquisa bibliográfica.

CONCEITO DE ALMA

Salienta-se a importância das teses a respeito da alma, segundo Iglésias (1998, p. 13):

Embora banida das discussões filosóficas, entre outras coisas por remeter a um conceito obscuro, com um referente problemático (que talvez nem "exista"), a palavra alma continua de uso absolutamente corrente, e não parece haver, na linguagem cotidiana, nenhuma dificuldade sobre sua compreensão. Olhe-se um cadáver ainda não decomposto e olhe-se um corpo vivo: a alma faz a diferença. É aquilo que reúne tudo o que na pessoa não é seu corpo físico; com a exclusão dos fenômenos meramente fisiológicos (na compreensão atual pelo menos), a alma reúne todas as faculdades que um corpo vivo tem e que o corpo morto não tem. É aquilo com que pensamos e com que sentimos.



Assim sendo, sob o aspecto geral, considera-se alma tudo aquilo inerente à pessoa com exclusão dos aspectos físicos, pois este seria o responsável por fazer a diferenciação entre um corpo vivo e outro inerte.

O conceito de alma, mesmo que de forma parcial surge ainda com os sofistas e depois com os estóicos e epicuristas, não chegam a definir pormenorizadamente, mas segundo Hessen (2000) nesse período a alma é comparada a uma tábua rasa, onde nada está escrito.

Segundo Platão (387 a.c citado por Azcárate 1871) a alma é invisível a este mundo, e toda à vida nada mais é que uma reflexão sobre a chegada da morte, portanto neste momento existe libertação da alma sobre o corpo, demonstrando sua superioridade sobre o mundo corpóreo.

O filósofo no leito de morte de seu mestre defende sem ressalvas a existência da alma, justificam-se aí todos os sofrimentos terrenos, e que não farão parte do mundo das ideias. Considera à alma como algo compreende-te ao mundo das ideias, intangível e inatingível.

Para esclarecer ainda mais o conceito da alma, vamos adotar a explicação de Agostinho, que não foi o último a tratar o tema, porém suas considerações são relevantes e engrandecem o estudo sobre o assunto em tela que ainda implica em discussões nos dias atuais.

Rezende (2005, p. 90) ressalta a importância de Agostinho, “Várias de suas obras figuram no rol das mais importantes da literatura universal, como os Solilóquios, as Confissões e A cidade de Deus”. O mesmo autor (2005) ainda pondera que Aureliano Agostinho teria sido profundo humanista, e devido sua formação acadêmica, tornou-se muito ligado ao profundo tema que preocupa o ser humano, seja esta à desconfiança entre razão e fé.

Agostinho (citado por Lima e Ferreira, 2012) utiliza três diferentes argumentos conceituais que podem passar despercebidos aos leitores mais desatentos, podemos destacar: espírito, alma, razão e intelecto. É mister ressaltar que o filósofo separa as particularidades da alma não de mera forma por acidente e destacando cada uma de suas importantes peculiaridades.

Passamos eis por outras definições de Alma, Gilson (2007) traduziu bem o termo utilizado por Agostinho, adotando a mente ou pensamento como elo entre corpo e alma, seria está uma das partes da alma, cabendo à mente assimilar as coisas perceptíveis facilmente.

Iglésias (1998, p. 14) conceitua alma na era mítica da Grécia Antiga:

Ela é, de uma parte, o sopro que mantém o homem vivo; mas jamais é mencionada a não ser com relação ao homem morto, desmaiado ou adormecido. Na morte, ela escapa pela boca ou pela ferida e vai para o Hades, onde vive como um simulacro do corpo, um espectro, um fantasma, levando uma existência que é às vezes chamada larvária.

O conceito contraditório e nada universal fez com que o tema por diversas vezes fosse engavetado e tratado de forma obscura. Mesmo aqueles que acreditam nos subterfúgios biológicos como Nietzsche e que por muitas vezes afirmado como existencialista puro, apesar de todas as críticas aduzidas ao processo alma e corpo, Barrenechea (2009) em um estudo aprofundado sobre Nietzsche e o corpo o autor afirma implicitamente que possa existir uma alma, não da forma universal separada de um corpo, mas estando ligada a este em um eterno confronto de forças pelo qual a razão deve prevalecer.

Segundo Agostinho (2001, p. 14) em suas confissões a visão de um homem com alma é: “Um homem. E eis que estão em mim, ao meu serviço, um corpo e uma alma, uma coisa exterior, outra interior”. Fica evidenciado o pensamento do autor, separando o corpo da alma, e alegando a existência desta, independente ao corpo.

Após apontarmos os diversos significados e teorias a respeito da existência da alma, mesmo assim encontramos críticas e apontamentos inversos são o que se verifica em Iglésias (2000) onde existe uma crítica ao processo de separação da alma e sua concepção, sugerindo que está seria uma invenção inútil, inventada pela filosofia, se tornando algo que nada tem a explicar sobre o ser humano, criada apenas para confundi-lo.

Ao eliminarmos os diferentes elementos constitutivos do homem para esclarecer o conceito de alma devemos ligá-la à mente e ao pensamento, pois estão intrinsicamente ligadas, fazem parte da mesma essência.

A ALMA E SUAS PECULARIDADES

No decorrer do tempo percebemos uma mudança significativa dos conceitos relacionamentos à alma e sua consequente subdivisão, Iglésias (1998) destaca que as diversas categorias da alma sugiram com Platão, e este é considerado o primeiro filósofo a criar uma teoria científica sobre a alma.

Agostinho citado por Hessen (2000) entende que o conhecimento é adquirido através da iluminação da alma, essa faz à ponte de ligação do corpo com Deus. O mesmo autor (2000, p. 38) ensina que:

As verdades e conceitos superiores são irradiados por Deus em nosso espírito. Paralelamente, é preciso observar que, especialmente em seus escritos de maturidade, Agostinho reconhece, ao lado daquele saber baseado na iluminação divina, a existência de um outro campo de conhecimento cuja fonte é a experiência. Esse campo certamente permanece como uma província menor do saber, e tanto antes quanto depois, Agostinho pensa que todo saber, no sentido próprio e rigoroso da palavra, provém da razão humana ou, melhor dizendo, da iluminação divina.



Nesse sentido a manifestação da alma ocorre ligada a um corpo, porém superior a este, fica claro que a explicação de Agostinho para existência da alma é a iluminação desta por um ser superior, ou seja, Deus. O filósofo ainda justifica que o espirito não é ligado ao corpo e sim o processo que o comanda, isso se evidencia em Brandão (2009, p. 134):



Com sua presença inteira ao mesmo tempo em cada parte do corpo, a alma dá ordem ao organismo humano, fazendo com que cada órgão que compõe o organismo coopere para que tenhamos um corpo humano capaz de suportar a presença de uma substância espiritual racional, e, ao fazer isto, Agostinho diz que ela cuida e zela pelo corpo, visto que é ela que tem a capacidade de julgar, próprio de sua racionalidade.

Então o corpo funcionaria como um depósito para a alma está cuidaria e daria vida à matéria, porém o espírito é que seria responsável pelo raciocínio e pelo uso racional do corpo, sem a alma o corpo seria inerte e apenas um objeto.

Descartes citado por Rezende (2005) através do método da dúvida, realiza um dualismo no qual a realidade é formada por duas forças, corpo e alma, para ele são duas substância diferentes, a primeira substância material e a segunda o campo das ideias e do pensamento, porém à junção das duas não é estudada pelo filósofo que acredita que a união de ambas substâncias depende de desafio posterior.

Segundo Girotti (2009, p.05) o fim primordial da purificação da alma conduzido pela filosofia é:

É neste sentido que a Filosofia con- duz a alma para a sua purificação e morte, isto é, o exercício filosófico conduz a alma a soltar os grilhões que a prendem ao corpo, faz que ela reflita sobre sua condição decadente no mo- mento em que está atrelada a este, observando um mundo dado como real, quando deveria estar contemplando o ideal no mundo inteligível junto com ou- tras almas. Assim, "o corpo é proposto à alma como uma matéria que ele deverá incessantemente modelar à sua própria semelhança, depois que ela própria tiver imitado as formas. A alma tem por incumbência introduzir em si própria e no corpo leis imutáveis da harmonia que reinam sem contestação no mundo celeste”



Portanto o corpo prende a alma, que é liberta com a morte, nesse sentido corpo e alma são vistos de maneira diferentes, não é dependente do corpo, pelo contrário e no momento da morte que ela se torna melhor, através de um processo chamado de purificação. O mesmo autor (2009, p. 05) ainda ensina que:

A alma, atrelada ao corpo, recupera gradativamente a impressão claramente inculcada nela pela ação causal da forma, ou seja, a alma busca relembrar as impressões que lhe foram fixadas quando residia no mundo celeste e estava em convívio com as ideias. Se a alma, após a morte do corpo, volta a contemplar as forma, ela sobrevive e o corpo perece. Logo, a alma é imortal.



Nesta visão a alma é imortal, e as verdadeiras ideias só ocorrem quando a alma está fora do corpo, pois a matéria causa distúrbios, engana a alma e acaba por macular seu verdadeiro sentido, além do corpo ser perecível e a alma eterna.

Em Platão (2009) citado por Girotti a imortalidade da alma é demonstrada após a morte, pois ela volta a constituir sua forma e o corpo se torna inerte, isso acontece pelo exercício da filosofia. O corpo aceita a alma pela necessidade da vida, o contrário de vida é morte, a alma por ser imortal não aceita o preceito de morrer, se libertando do corpo que para ela é desnecessário.

Montaigne (1972) acredita que a vida é composta de ciclos, divididos principalmente em viver e morrer em um constante processo que se renova e torna-se infinito, acabando por priorizar a alma e torná-la gradativamente melhorada. Agostinho (2008, p.27) “tu colocaste o caminho da salvação humana, em direção àquela vida que depois desta morte há-de vir”, não há o que se falar em temor da morte, ou prisão da alma, o autor corrobora com o pensamento que a vida pós-morte é melhor do que a terrena, e fica evidenciado a continuidade da alma.

Brandão (2009) reconhece em Agostinho a superioridade da alma sobre o corpo, e afirma também que a substância corpórea é superior ao mundo sensível, apesar de independentes essas diversas formas são interligadas, isso quer dizer que o ser humano comandado pela alma possuí a capacidade racional executada pelo corpo.

Agostinho (1980, p. 33) disserta acerca da superioridade da alma sobre o corpo:

[...] portanto, ainda que vejamos primeiro algum corpo que antes não víamos, e em seguida comece a imagem do mesmo a estar no nosso espírito, no qual podemos nos lembrar quando se ausentar, contudo, o corpo não produz a sua imagem no espírito, mas o próprio espírito a produz em si mesmo com rapidez admirável, a qual dista de modo inefável da lentidão do corpo.

Nesse sentido o filósofo discorre de forma a proteger o espírito em detrimento ao corpo, afirma que as primeiras sensações são percebíveis pelo corpo porém formadas pela alma, que lhes dá sentido correto e direção.

preocupação da mídia

É Imperioso ressaltar que a mídia tem demonstrado grande interesse no tema, é típica da conduta humana a curiosidade sobre os processos que integram sua essência natural, nos últimos anos alguns meios de comunicação têm publicado reportagens referentes à possibilidade de existência da alma, Band (2012, p. 01) publicou:

A ideia se origina da noção de que o cérebro seja um computador biológico, com 100 bilhões de neurônios, que agem como redes de informação. A teoria foi levantada em 1996 e, desde então, os cientistas estudam a possibilidade. Em uma EQM (Experiência de Quase-Morte), os microtúbulos perdem seu estado quântico, mas a informação dentro deles não é destruída. É como se "a alma não morresse, voltasse ao universo".
Hameroff explicou a teoria em um documentário narrado por Morgan Freeman, chamado “Through the Wormhole” (Através do Buraco de Minhoca), que foi levado ao ar recentemente pelo Science Channel, nos Estados Unidos. "Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída; ela não pode ser destruída; ela simplesmente é distribuída e dissipada pelo universo“, disse o cientista.
Segundo ele, "se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos e o paciente passa por uma EQM".

A prova da existência da alma, baseada em algo que pode ser medido, é notável que na matéria publicada o enfoque seja por demonstrar que a memória e informações primordiais não seriam perdidas e que caso a alma pudesse retornar a um corpo essas informações poderiam ser reintegradas. Ano passado, baseado em estudo do físico Stapp, o Epoch Times (2014, p. 01) noticiou a possibilidade de existência da alma:

O físico e o mental são ligados de forma dinâmica. Em termos da relação entre a mente e o cérebro, é como se o observador pudesse manter uma escolha de atividade cerebral que de outra forma passaria. Essa escolha é semelhante à escolha que um cientista faz quando decidi quais propriedades do sistema quântico escolher para estudar.A explicação quântica de como a mente e o cérebro podem ser separados, coisas distintas, mas ainda assim conectados por leis da física “é uma revelação bem-vinda”, escreveu Stapp. “Isso resolve um problema que tem atormentado a ciência e a filosofia durante séculos, que é o da ciência ortodoxa, que é determinística, ter que considerar que mente e cérebro são uma coisa só ou ter que considerar que o cérebro é dinamicamente independente da mente”.Stapp disse que a possibilidade da psique de uma pessoa morta poder se juntar à de uma pessoa viva não contraria as leis da física, como, por exemplo, no caso da possessão espiritual. Não exige qualquer mudança básica na teoria ortodoxa, embora possa “requer um relaxamento na ideia de que eventos físicos e mentais ocorrem apenas quando estão unidos, lado a lado”.

Então, nesta teoria, há a figura de que as informações dos mortos pode se juntar ao de uma pessoa viva, afirmando contundentemente que corpo e alma são elementos completamente distintos. Baseado nessa explicação a física quântica é dividida em partes que conhecemos bem e outras que existem, porém desconhecemos suas funções principais. Entende-se que o estudo da existência da alma pode ser vista como algo científico.

O Fantástico (2013, p. 01) noticiou experiências de vida após a morte:

O Fantástico conta uma história do além! Um neurocirurgião americano nunca acreditou em vida após a morte até passar por uma experiência dramática. Ele entrou em coma profundo, teve visões de uma espécie de paraíso, e voltou convencido de que existe vida do outro lado.

O que existe depois que a vida acaba? Para o neurocirurgião Alexander Eben, a morte sempre significou o fim de tudo. Ele entende do assunto: foi professor da escola de medicina de Harvard, nos Estados Unidos, e há mais de 25 anos estuda o cérebro.

 

Apesar de pouca doutrina sobre o assunto fica evidenciado a curiosidade e tentativa do ser em elucidar parte de sua história que esta de fato ligada ao processo de conhecimento da alma, a mídia dentro desse aspecto busca contribuir com algo científico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como escopo fundamental o estudo filosófico da possibilidade de existência da alma, baseando-se em diversos pensamentos de filósofos.

Analisou-se a necessidade do estudo da terminologia da alma e sua ligação com o corpo, à materialidade ou imaterialidade da alma é a prova de que a mesma está ou não intrinsicamente presa ao corpo.

O interesse pelo tema em epígrafe se deu pela necessidade de estudo aprofundada sobre a existência do espírito, para isso é importante lembrar que a terminologia apresentada por alguns filósofos pode variar devida diferença de argumentação presente nos diferentes tempos.

Para produção do presente trabalho dividiu-se está pesquisa em algumas partes. A primeira está relacionada ao conceito de alma pelos diferentes pensadores. A segunda a ligação ou não da alma com o mundo exterior e sua materialidade.

A terceira fase a preocupação da mídia pelo assunto e as prováveis provas apresentadas pela física quântica para existência da alma.

Comprovou-se baseado nos diversos filósofos existência da alma e que Platão, Agostinho e Descartes afirmaram contundentemente que existe separação da matéria em relação ao espírito, e que embora sejam formas distintas ambas são importantes, cada qual com sua peculiaridade.

Salienta-se nesse trabalho, o tímido posicionamento da doutrina que tem tratado o assunto com cautela e a pouca disponibilidade de trabalhos científicos retratando o tema.

Pode-se concluir que Santo Agostinho faz uso da ideia de que alma existe e, é separada do corpo, alias este que é iluminado pelo espirito que o dá vida e exerce sobre ele controle total, trata-se da superioridade da alma, é inegável que a teoria de Agostinho é motivada pelos problemas que ocorreram em seu tempo.

Comprovou-se que Descartes reconhece o instituto do corpo e da alma, porém o filosofo não buscou aprofundar-se na ligação existente ou não entre as duas formas, acreditava que, seria uma tarefa posterior para os estudos da filosofia.

E por fim, Platão e Montaigne acreditavam que a vida é composta de vários ciclos, se renovam no momento da morte, isso provando em teoria a imortalidade da alma para os autores e, ainda que, esse contínuo processo acaba por priorizar a alma em detrimento ao corpo, e as ideias formadas no intrínseco da mente seguem os ensinamentos da alma.

A sumária exposição dessas ideias sobre a possibilidade de existência da alma servem para acalorar a discussão sobre sua materialidade, se de fato poderá ser provada pela ciência ou se resumirá no intelecto de crer ou não em sua existência. Inegável é a contribuição dos pensadores para elucidar a problemática da alma e desenvolver conclusões ainda que limitadas pelos momentos e particularidades da época em que viveram.

Referências

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AZCARATE, Patricío. Diálogos. Madrid: Arenal, 1871.

BARRENECHEA, Miguel Angel de. Nietzsche e o corpo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009.

BAND. Cientistas tentam provar a existência da alma. Disponível em: Acesso em: 20 jul. 2015.

BRANDÃO, Ricardo Evangelista; COSTA, Marcos Roberto Nunes. Naturezas, funções, paixões e ações da alma e do corpo segundo Santo Agostinho. Ágora Filosófica, Pernambuco, v.3, n.2, p.134-136, dez. 2009.

FANTÁSTICO, Globo Participações S/A. Neurocirurgião volta do coma e se convence que há vida após a morte. Disponível em: Acesso em: 20 jul. 2015.

GILSON, Étienne. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. Tradução Abbud Ayoub. São Paulo: Paulus, 2006.

GIROTTI, Marcio Tadeu. Purificação da Alma: A Filosofia como preparação para a morte. Revista Filosofia Ciência e Vida, São Paulo, v.2, n.36, p.5-9, ago. 2009.

HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

IGLÉSIAS, Maura. Platão a descoberta da alma. In: IV Semana de Estudos Platão, Mito e Filosofia, 10, 1998, Rio de Janeiro. Boletim CPA. Campinas: PUC, 1998. p.13-20.

LIMA, Ricardo Pereira Santos; FERREIRA, Anselmo Tadeu. As particularidades do conceito alma no pensamento de Agostinho. Horizonte Científico, Uberlandia, ano 9, n. 17, fev. 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 Jul. 2015.

MACLSAAC, Tara. Físico explica por que a alma pode existir. Epoch Times, São Paulo, 30 jun. 2014. Disponível em: Acesso em 22 jul. 2015.

MONTAIGNE, Michel de. De como filosofar e aprender a morrer. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Rezende, Antônio. Curso de Filosofia. 13. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

 



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