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Resumo:
Este artigo tem por objetivo discutir brevemente a questão da depressão entre aeronautas e seus impactos na segurança operacional.
Texto enviado ao JurisWay em 08/04/2015.
Última edição/atualização em 20/04/2015.
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Basta um acidente aeronáutico para que todos os holofotes se voltem para a aviação. Todos querem saber o que aconteceu e, por dias, se indagam se não poderiam ser eles naquele avião. E com o recente caso da Germanwings, onde tudo indica que o copiloto deliberadamente derrubou o avião, não foi diferente! Todos ficaram alarmados, tentando entender como isso seria possível, afinal, a ideia que a maioria tem é que pilotos tem uma saúde, física e mental, impecável, afinal, estão à frente de um avião e zelando pela vida de centenas de passageiros.
Com esse acidente, chegamos a uma triste conclusão, a depressão pode atingir qualquer um e, quando ela está voando junto com o piloto, o avião cai!
Essa é uma questão muito importante para os profissionais de segurança operacional, tripulantes e da sociedade como um todo, uma vez, que com a popularização da aviação, esta é cada vez mais presente em suas vidas.
A questão da depressão e ansiedade em tripulantes já foi objeto de alguns estudos e para aqueles que convivem no meio aeronáutico, isso não é novidade, contudo, para as pessoas em geral, aquelas que são apenas passageiros, ainda não tinham conhecimento da gravidade do assunto.
Apesar de todo o glamour trazido pelos filmes e séries de TV, a rotina dos tripulantes não é assim tão romântica quando se trata da vida real.
As longas jornadas de trabalho, variações de horários, falta de tempo hábil para adaptação do ciclo circadiano e homeostase, ou ainda fadiga do piloto, são pouco considerados como importantes em comparação com equipamentos e procedimentos de segurança operacional. Levando ainda em consideração o aumento de produtividade e competitividade entre as empresas aéreas, as escalas de trabalho se tornam cada vez mais desgastantes servindo como um complicador para a segurança.
No que se diz respeito ao piloto, pouca atenção é dada para sua saúde, principalmente a psicológica. Enquanto os procedimentos estão cada vez mais sofisticados e automatizados, são poucas as ações que visam o bem estar dos pilotos ou o monitoramente de sua saúde, a não ser quando dos exames periódicos exigidos pela regulamentação, ou ainda, quando anual ou semestralmente, de acordo com sua idade, o piloto de linha aérea renova seu certificado médico aeronáutico (CMA)
Hoje, lendo as notícias, me deparo com uma que corrobora exatamente isso. Um estudo realizado, pelo Bild, revela que a maioria dos pilotos, cerca de 60%, que sofre de depressão, esconde a doença da companhia, uma vez que um diagnóstico deste implicaria em afastamento do trabalho.
O diretor do Departamento de Medicina da Organização Civil Internacional da Aviação, Anthony Evans, datada de novembro de 2013, revela a existência de déficits graves no acompanhamento dos pilotos em matéria de saúde mental.
É urgente a necessidade da implantação de mecanismos, por parte das empresas, para o acompanhamento da saúde mental de seus pilotos, sendo não apenas as avaliações de rotina, bem como o incentivo para que estes contem se estão passando por algum problema. É importante, também, a análise de outros fatores emocionais, que são diminuidores da atenção e concentração, como a fadiga e estresse, para que novos acidentes não ocorram.
REFERÊNCIAS:
RIUL, Thaísa; VABONI, Aline Floriano; SOUZA, Fábio. Incidência de Sintomas de Ansiedade e Depressão em Aeronautas. Portal da Psicologia. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0649.pdf> Acesso em 06 de abril de 2015.
Agência Brasil. Maioria dos pilotos com depressão esconde doença das empresas. Disponível em: Acesso em 06 de abril de 2015.
LICATI, Paulo Roberto;PORTO, Paulo Horta Araújo; FELIPE, Marcia Martins, NOCE, Franco; MELLO, Marco Tulio de. Efeitos da Jornada de Trabalho nos Estados de Humor de Pilotos Comerciais. SITRAER, 2008.
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