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Resumo:
O filme Alexandria nos traz uma reflexão sobre a como o Estado laico é importante em para se combater a intolerância, sendo este tema bastante atual. é sobre isso que trata este texto.
Texto enviado ao JurisWay em 28/07/2015.
Última edição/atualização em 03/08/2015.
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Diderot certa vez disse: “Do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo”. Realmente, por esta frase podemos depreender como são graves as consequências trazidas para uma sociedade quando o poder se concentra na mãos daqueles que impõem as suas crenças acima do bem estar comum.
Um exemplo disso foi destruição da biblioteca de Alexandria no século IV d.c, por parte dos cristãos sendo um marco simbólico, um divisor de águas entre a Antiguidade e a Idade Média, uma vez que o acervo da biblioteca continha grande parte do conhecimento acumulado durante séculos, sendo ele reduzido às cinzas, mergulhado o Egito nas trevas deste período, marcado pela violência e pela intolerância religiosa.
Foi uma época em que vigorou a perseguição dos seguidores de Cristo aos designados como “hereges”, pagãos que não compactuavam com os mesmos ideais desta nova religião que tomara força e poderes impressionantes em tão pouco tempo. Entre os perseguidos estavam grandes filósofos e intelectuais da época que resistiam a sucumbir à ignorância de um Estado que agora impunha Deus como fonte de todo conhecimento, menosprezando seus esforços e estudos.
No meio destas mentes apavoradas, estava Hipátia, uma das mulheres mais respeitadas do Egito antes da dominação cristã, cuja história é contada no filme Alexandria, de 2009, com a direção de Alejandro Amenábar. Na obra, é contado também como se deu o processo da fusão cultural nada amigável entre o cristianismo, a cultura greco-romana e o judaísmo.
O filme também nos mostra como houve uma mudança radical em relação ao papel da mulher: Hipátia era uma mulher livre e idolatrada por seu conhecimento, o que pra os cristãos que pregavam a submissão do sexo feminino, era algo inaceitável. As negativas veementes desta mulher em aceitar a nova religião, provocaram grande ira dos poderosos, o que leva ao desfecho do filme.
Sendo assim, a história de Hipátia, narrada na obra representa ao mesmo tempo a inversão do posicionamento da mulher a partir da era cristã e também os perigos de um Estado teocêntrico para uma sociedade, que passa a ser governada por dogmas e não mais pelo conhecimento empírico e cujo poder dos governantes advém da escusa da fé, a mesma utilizada para justificar atos de crueldade, violando direitos fundamentais.
REFERÊNCIA: Filme Alexandria
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