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Brasília – O transporte pirata tomou conta das ruas de Brasília, ontem (5) fazendo lotada para que os moradores das regiões sem a cobertura do metrô pudessem voltar do trabalho para a casa. A greve dos rodoviários, que pegou a população de surpresa, deixou cerca de 800 mil pessoas sem transporte público na capital federal.
Sirneide dos Santos, que mora no Paranoá, cidade da periferia de Brasília, foi uma das pessoas que fizeram uso do ônibus pirata. Mesmo considerando esse tipo de transporte perigoso, não teve outra opção de como voltar para casa. “Eu não tenho segurança nenhuma”, disse ao embarcar no veículo.
Já Régis de Mendonça, funcionário do Palácio do Planalto e também morador do Paranoá, foi para o ponto de ônibus sem saber se conseguiria um transporte público. “Já faz 50 minutos que estou esperando, e nada. Normalmente eu espero meia hora, no máximo”, declarou.
Reginaldo Leite, motorista de um ônibus pirata, justificou o seu trabalho ilegal dizendo que fazia o serviço para ajudar as pessoas que foram surpreendidas pela greve dos rodoviários.“Hoje eu não estou trabalhando, mas estou ajudando o trabalhador. É uma vergonha Brasília, a capital federal, não ter ônibus, nem 30% rodando”, disse.
O Departamento de Transporte Urbano do Distrito Federal informou que somente 450 micro-ônibus de cooperativas e 38 micro-ônibus da empresa estatal de transporte circularam hoje no Distrito Federal.
A partir de hoje (6), os rodoviários voltam ao trabalho. Mas poderão entrar em greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira (9). A principal reivindicação da cagtegoria é o cumprimento do acordo coletivo firmado no ano passado, que garantia reajuste de 7,88% do salário a partir de maio deste ano.