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IBGE divulga nesta sexta o IPCA de abril.
Meta do governo é de inflação entre 2,5% e 6,5%.
Anay Cury
O mercado conhece nesta sexta-feira (6) a inflação oficial de abril, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa dos analistas é que a variação acumulada em 12 meses atinja o maior patamar desde 2005 e ultrapasse o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, de 6,5% - em março, a taxa acumulada já era de 6,30%. Porém, na comparação mês a mês, a inflação vem mostrando desaceleração.
Na opinião de especialistas ouvidos pelo G1, apesar de o resultado anual não ser o ideal, não há indícios de que haverá pressões inflacionárias tão fortes, e consequente descontrole de preços, ao longo do ano. Segundo os economistas, a variação da taxa acumulada vem acelerando nos últimos meses, num ritmo contrário ao da mensal, porque reflete o grande aumento de preços registrado no ano passado.
A estimativa para a inflação em 2011 feita pelo mercado financeiro e conhecida por meio do boletim Focus, do Banco Central, divulgada no início desta semana, aponta para 6,37%.
“Nós projetamos uma inflação acumulada de 6,6% no ano. A meta do Banco Central não deverá ser cumprida, mas não há motivo para alarde. Ainda veremos o impacto na alta partindo dos preços de combustíveis, dos alimentos. Mas em maio já começa a haver devolução de preços, e a inflação desacelera”, disse o economista da Tendências Consultoria Thiago Curado.
Segundo o especialista, há chance de os itens que registraram grandes avanços nos últimos meses mostrem recuos, como os alimentos in natura e o etanol, devido ao início da safra, que aumenta a oferta dos produtos.
No terceiro trimestre, é esperado que haja novo aumento de preços, mas em ritmo inferior ao do início do ano. “Em termos de relevância, o que sairá no IPCA vai indicar o cenário daqui para frente. Todo mundo tem consciência de que no terceiro trimestre os preços começam a subir. Mesmo assim, para 2012, que é quando essas variações vão exercer maior impacto, não vejo situação alarmante. Estão falando em 6%. Desta vez não estou na turma dos pessimistas”, afirmou o professor da FEA-USP, Fabio Kanczuk. Para 2012, o prognóstico está em 5%, segundo o boletim Focus.
Serviços caros
Apesar de o cenário não ser tão preocupante, ainda que não seja saudável, a preocupação dos economistas é com o setor de serviços, que vem exercendo as principais influências sobre a disparada da inflação. Diante da crescente preocupação dos consumidores e empresários com o possível avanço da taxa, corre-se o risco de que as expectativas gerem aumento de preços. “O cidadão comum não entende o fenômeno mês a mês ou acumulado. Ele acaba retroalimentando as pressões inflacionárias sem que elas já estejam atuando”, disse.
Salários
A partir de agosto, começam a ser feitos os reajustes salariais, o que gera preocupação adicional ao controle da variação de preços, porque injeta mais dinheiro na economia, aumentando a demanda por produtos e serviços. “A inflação acima da meta será considerada na hora de reajustar os salários. Assim, se houver um reajuste de 10%, por exemplo, esses 10% a mais de renda vão se converter em consumo”, afirmou Curado, da Tendências.
As medidas macroprudenciais do governo, que vem se preocupando mais em equilibrar o fluxo cambial, não são avaliadas como efetivas pelos economistas. “Diante desse clima de tensão, o BC já poderia ter elevado mais os juros a 12,5%, 13%. Em vez de medidas paliativas, como o aumento do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras], poderia restringir, de fato, o crédito. São medidas antipáticas, mas que surtiram mais efeito: frearia a demanda e educaria o consumo”, disse Otto Nogami, professor do Insper (ex-Ibmec).
Nesta terça-feira (3), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a instituição está tomando todas as medidas necessárias para fazer com que a inflação convirja para o centro da meta, que é de 4,5%, em 12 meses.