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Aspectos filosóficos do filme A Origem


Autoria:

Marcos Antonio Duarte Silva


Doutorando em Ciências Criminais,Mestre em Filosofia do Direito e do Estado(PUC/SP), Mestrando em Teologia, Especialista em Direito Penal e Processo Penal(Mackenzie), Especialista em Filosofia Contemporânea; Especialista em Psicanálise, formação em Psicanálise Clínica, Psicanálise Integrativa e Psicaálise Análise e Supervisão Licenciado em Filosofia, formado em Direito,Jornalista, Psicanalista Clínico,Professor de Pós Graduação.

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Resumo:

No curioso filme A Origem, muitas indagações são levantadas após sua apresentação. Neste pequeno ensaio, se procura penetrar neste ambiente de questionamentos e leva-los a condição de interação onde se extraía caminhos de possível respostas.

Texto enviado ao JurisWay em 22/09/2010.



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Aspectos filosóficos do Filme: A ORIGEM No filme A Origem, a uma confrontação entre o que é o estado do sono com o que é o sonho. Não cabe aqui uma crítica de cinema, uma vez já feita com grande galhardia, pelos entendidos na área. Mas uma análise com cunho filosófico de um problema que tem a muitos séculos despertado o ser humano a se aproximar de um razoável entendimento. O contraste de sonho e estar acorda. Como podemos saber quando acaba um sonho e, quando não estamos mais sonhando? Esta problemática enfatizada no filme transcorre entre todos os seres humanos, será que estamos sonhando, ou, estamos acordados? Pergunta arguta e importante uma vez ser o sonho tão próximo daquilo que entendemos estar acordados. Com isso em mente, não é de estranhar esta pergunta consciente e levada algumas vezes à prática: estou acordado ou sonhando? Cumpre aqui uma abordagem sobre o sonho em seu aspecto mas simples. Eles muitas vezes aparecem tão reais que em muitos casos não queremos sair deste estado. Isto porque o sonho provoca o imperativo imaginário com eventos e acontecimentos agradáveis, muitas vezes num período da representação não tão estável, proporcionando prazer e realização. Numa representação de sociedade competitiva aos extremos, dá para se entender porque muitos dos sonhos poderiam se perpetuar no tempo, como uma fuga da situação caótica, e, mesmo que, num devaneio a pessoa represente prolongar este estado por longos períodos. A representação imaginada por muitos hoje são verdadeiros pesadelos em sua rotina escravizadora. Mercê do ambiente imaginado, há muita dor, muitos problemas, dificuldades extremas, situações limites, trazendo ao ator desta representação uma não vontade de imaginar tudo isso. O sonho acaba por tornar-se uma excelente maneira de sobrepor a representação aos sobressaltos, pular obstáculos e permitir por alguns momentos sair desse ciclo vicioso: "um salto de fé", frase usada em várias partes do filme em inglês, e, em português mal traduzido. Representa em sua singularidade a importância de confiar, pular, ou, simplesmente como diz o filme, dar "um chute na cadeira para despertar". A uma pergunta difícil de silenciar é se queremos mesmo estar no estado de acordado? Numa cena quase única, o momento aonde se chega a um espaço fechado onde muitos estão dormindo o personagem central aparentemente, desconfia se todos vêm ali para dormir e deixa escapar seu pensamento, sendo respondido pelo senhor que cuida do ambiente com a curiosa frase, "eles não vêem aqui para dormir, mas para serem acordados". Ora, diante desse paradigma pergunta-se, precisa uma pessoa ir para um espaço para ser acordada? Ressurge mas uma vez a questão, queremos ser acordados? O estar acordado representa estar consciente de tudo que se passa neste plano. Viver uma representação daquilo chamado vida, em seus pormenores cáusticos, doença, velhice sem qualidade de vida, a decepção em não perceber que esta representação foi muito rápida, o desejo de voltar incontrolável e desesperador. Estes detalhes que fazem da representação inominável. O ator nessa representação pode ter a satisfação de não pensar, não ver o ocorrido e tampouco participar daquilo que não deseja. Neste plano se pode dizer que em muitos casos o melhor é entrar num estado de sono toda vez do possível choque com a pseudo realidade, exemplo clássico, a criança pedindo comida na saída de um restaurante caro, onde se pagou numa garrafa de vinho uma pequena fortuna, o que se faz para não pensar neste contraste social? Como dizer não ter dinheiro? Neste momento surge a possibilidade de entrar num sono para descartar essa dura situação. Muitas pessoas na sociedade entram neste estado de sono e se programam para em todas as situações semelhantes estar neste sono profundo. Só nesta situação de sono conseguimos apagar de nossa mente os problemas sociais que existem no Brasil e no mundo. Com este pensamento não se discute certo ou errado, mas conformação e superação para continuar vivendo em uma vida social de riquezas sem ao menos se preocupar com o viver de outras pessoas. O sonhar tem este poder. O acordar pode ter inúmeros significados, mas estabelecemos aqui a condição de perceber realidade ou não. Sim a muitas pessoas sonhando que não sabem ao certo à hora de acordar como produzir se só se sonha? O sonho pode ser viciante? Ainda na cena do espaço grande, onde pessoas estão ali para serem acordadas, se percebe a necessidade do sonho e a preocupação em ser acordado, entendendo ser tão bom o sonho que se não tiver alguém para acordar este estado de sonho será prolongado pelo simples desejo de não se querer acordar. Lembre que quando a um compromisso importante no dia seguinte, acordamos até sem o "despertador" precisar tocar. Por quê? A vida em sua linha mestra é assim, o valor que atribuímos a vida vem através de importância, eventos salutares, acontecimentos que pode deslocar a existência de uma pessoa. O ator principal do filme A Origem vive uma situação de repetição constante, como afirma Gilles Deleuze, em seu livro Diferença e Repetição: "A repetição já não é uma repetição de elementos ou de partes exteriores sucessivas, mas de totalidades que coexistem em diferentes níveis e graus." p . 395. Assim sendo, a repetição assume os elementos ou partes exteriores, coexistindo em diferentes graus. Com isso, tudo que se possa fazer é apenas repetição de algo já feito, numa visão deleuziana, não há nada de novo no dia seguinte que já não se tenha vivido anteriormente. No cerne da experiência vivida pelo ator, a imagem de seus filhos constantemente repetindo, repetindo, aponta para uma cena já vivida e que será vivida de novo em uma repetição. No caso específico, na última cena do filme quando a o encontro entre o ator com a cena que acompanhou como se esta cena estivesse repetindo para ter um desfecho final, mas ainda nesta linha de pensamento, a cena se repete, porque assim é a realidade, pura repetição do já ocorrido. Se o que se vive é a repetição daquilo que já se viveu, pode se entender o que o diretor mostra no debate em tela, sonho são repetições de situações já vivenciadas em algum momento da existência e repetidas para preencher as lacunas formadas por falta muitas vezes de recordações que ficam em branco em nosso sonho e que é preenchido por outras imagens para não deixar estes espaços em branco. Cumpre repetir algumas vezes ações mal interpretadas e mal compreendidas para na mente buscar algum sentido, caso contrário haverá a chance de não entendermos o final daquele sonho chamado o filme de nossa vida.
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Comentários e Opiniões

1) Guilherme (23/05/2012 às 21:05:55) IP: 177.48.3.236
Iteressante a sua observação. Fiquei maravilhado com a concatenação das ideias, principalmente no fim, onde tu colocaste o que são os sonhos. Parabéns!


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