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QUEM AMA NÃO MATA, NEM MALTRATA
Por Carlos Eduardo Rios do Amaral
Quem ama, definitivamente, não mata, nem maltrata. Quem ama, cativa, seduz, acalenta, trata bem o objeto amado, o deseja vivo em abundância. Não se mata por amor, mas, sim, por narcisismo, machismo, egocentrismo, vingança, ciúmes, entre outros motivos torpes, que devem conduzir o frio assassino às barras da prisão.
Soa como afronta aos direitos humanos universais da mulher dizer que o ex-marido matou por amor. Por amor uma ova! Que detestável aforismo! Respeitem as mulheres!
Mata-se a ex-mulher que se libertou do cativeiro de seu casamento, de seu pesadelo doméstico. De uma vida repleta de humilhações, maus-tratos e omissão. Nutre-se o assassino de seus mais repugnantes pensamentos, de sua inequívoca constatação de não saber como se trata uma mulher, a mãe de seus filhos. Envergonha-se o assassino de sua própria vergonha, de seu arrependimento que chega tarde.
Nenhuma justificativa deve ser aceita para o uxoricídio, senão a legítima defesa, através dos meios necessários e proporcionais para revidar a injusta agressão, mas aí não é o caso de se matar. Do contrário, o homicídio qualificado é latente.
Na cadeia, pelos próximos vinte, trinta anos, deve o assassino aprender a como se trata uma mulher, a como se respeita uma família inteira e os próprios filhos, destruída perpetuamente pelo seu delito hediondo.
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Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo, Titular do NÚCLEO ESPECIALIZADO DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS DA MULHER – NUDEM
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