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" A CULTURA DA VIOLÊNCIA "


Autoria:

Carleial.bernardino Mendonça


Carleial.Bernardino Mendonça. Psicólogo-Clínico pela Universidade católica de Minas Gerais; Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito e, Bacharelando em direito da Faculdade de Direito Estácio de Sá,em Belo Horizonte-MG.

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Resumo:

Todos nós ficamos chocados e indignados quando acontecimentos brutais,cruéis e selvagens,cometidos pelo homem,chegam ao nosso conhecimento através da Mídia,que sempre está a nos lembrar a nossa face oculta.

Texto enviado ao JurisWay em 06/05/2011.

Última edição/atualização em 09/05/2011.



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Todos nós ficamos chocados e indignados quando acontecimentos brutais, cruéis e selvagens, cometidos pelo homem, chegam ao nosso conhecimento através da Mídia; que  sempre está a nos lembrar,  a  face oculta da nossa  animalidade. Agressividade, violência e perversidade de toda ordem, são praticadas a todo o momento, em qualquer lugar da terra, pelo homem contra o seu semelhante;contra a Natureza, contra os demais seres vivos e até contra o Universo,quando entulha o Cosmo com toneladas de lixo,fruto da sua crônica insanidade. 

 

Quando ocorrem esses fatos aviltantes, a sociedade (todos nós) se horroriza e se mobiliza (condicionada pela Mídia) para castigar os cruéis criminosos. Políticos, governantes e autoridades, com ares de sincera preocupação com a nossa segurança, prometem criar, com urgência, leis mais severas e eficazes contra os terríveis marginais que fazem jus a Teoria de Darwin. É justo e natural que o clamor público, nesses momentos de impacto emocional, pela barbárie cometida pelos criminosos, se solidarize com as famílias das vítimas, tão tristemente enlutadas  que exigem justiça (vingança), com punição exemplar para eles.

 

 

Outras famílias, também vítimas da violência, unem-se e reforçam o manifesto coletivo, criando grupos, associações e movimentos para combater a criminalidade crescente.  Estamos acostumados a ver e ouvir essas famílias-vítimas, ostentando cartazes e fotos dos seus entes queridos tombados pelos criminosos, bradando palavras de ordem, como: “que a morte de nosso filho (a) não seja em vão”; “que a nossa perda sirva para evitar outras perdas”; “queremos justiça”, etc. Alguns políticos, do alto das suas falcatruas, fazem rodízio nas tribunas para desfiarem as suas costumeiras e demagógicas retóricas, em plangentes e exaltadas palavras vãs. Alguns, em convincentes trejeitos teatrais provocam emoções, parecendo ser eles os mais honestos, castos e puros legisladores do planeta. Apesar de tantos reclamos e protestos, em pouco mais de 30 dias, tudo será esquecido e poucos ainda falarão daqueles crimes praticados. Lamentavelmente, em alguns dias, somente a família e amigos das últimas vítimas são os que continuarão a lembrar e a sofrer  pelas vítimas. Os políticos “bravos” e “operantes” voltarão aos seus costumeiros conluios e interesses não muito sociais.

 

Quem ainda se lembra daqueles escândalos políticos do “motosserra”; dos “anões do orçamento”; dos “caixa2”; do “valerioduto”; das “contas milionárias nos paraísos fiscais” e tantos outros que nem estamos aí para os seus autores?  São tantos os crimes praticados  e tamanha é a impunidade que nossos cérebros não conseguem mais mantê-los na memória. Passado o clamor atual de vingança pela última tragédia, todos voltarão a sua vidinha de antes; até que um  novo  crime aconteça . O pior é que para despertar novamente a atenção, nossas mentes inconscientes desejarão (sem querer e perceber) crimes  mais bárbaros que os dos últimos escândalos. Isso acontece porque os nossos  inconscientes estão tão carregadas de gravações negativas que sempre preferiremos algo mais grave, aterrador e bárbaro, para despertar a nossa curiosidade sádica. 

 

Quem se recorda daqueles altos magistrados e daqueles importantes políticos sendo conduzidos, algemados, para camburões da Polícia Federal, à vista de todos? Que tipo de exemplo essas autoridades e políticos estão dando para os nossos filhos? Que desculpa pode ser dada àqueles pobres miseráveis que cumprem penas por roubarem para matar a fome? O que devem sentir os desgraçados presidiários, em celas superlotadas, ao verem pela televisão aqueles que fazem e aplicam as leis que os condenaram, sendo conduzidos e presos (por pouco tempo) por cometerem crimes piores que os deles, como: desvio de verbas da merenda escolar, venda de alvarás e de sentenças judiciais, escândalo de ambulâncias e dezenas de outras transgressões graves.

 

Os exemplos desses malfeitores públicos  são extremamente negativos para todos, principalmente para as mentes imaturas e as já desestruturadas. Desviar verbas destinadas à merenda escolar  é suprimir o presente e o futuro de milhões de crianças brasileiras ! Desviar ambulâncias é crime hediondo também; não merecendo justificativa. Poucos percebem que ao se roubar a merenda destinada às crianças pobres ou surrupiar verbas para a saúde, educação ou para obras de infra-estrutura social; o corrupto está praticando  um crime brutal, um infanticídio que atenta contra a Humanidade.

 

Milhões de crianças e adolescentes carentes são afetados em seu desenvolvimento físico e mental. Desses tantos, milhares deles tornar-se-ão marginais (quando não morrem precocemente, vítimas da desnutrição e doenças correlatas) , por lhes faltarem a necessária competência cultural e educacional, exigidas pelo mercado de trabalho. Também, não é só a pobreza a geradora da criminalidade. O “caldeirão” em que fermenta a maior parte da violência está no nosso dia-a-dia, nos comportamentos e hábitos negativos que introjetamos no nosso inconsciente cérebro mental. Nós cultivamos o MAL e desprezamos o BEM; expulsamos Cristo dos nossos lares e, novamente, O trocamos por Barrabás.

 

Quase toda a nossa cultura atual está voltada para o Mal.  Praticar o Mal, passou a ser mais charmoso,atraente e desejável  que fazer o Bem.  Quem tem como norma a prática do que é honesto correto e certo; é ridicularizado e tido por muitos como “quadrado”, “bobo”, ”antiquado” ou “cdf”. Na total inversão dos valores que presenciamos,  até as criancinhas, condicionadas pela Televisão e outros doutrinadores  mentais negativos, preferem os “heróis” horripilantes que atiram com canhões nos rostos dos outros, cortam cabeças com espadas quilométricas, que trituram e massacram com requintes de perversidade os seus semelhantes. Os “heróis bonzinhos” e “bem comportados” deixaram de ser os  modelos da nossa promissora juventude.

 

As criancinhas, desde que nascem,ouvindo e vendo tantos exemplos negativos do mundo pervertido que as cerca, tendem a torcer pelo “lobo-mau” e, não mais, por “chapeuzinho”; pela feiticeira, ao invés da Cinderela.

 

Esse generalizado comportamento invertido; isto é, a atração mórbida para o Mal,  das últimas gerações, embora não pareça é o que é de pior para toda sociedade humana. Lamentavelmente, desde a invenção do “amor livre”, do “paz e amor” e da “curtição geral”; não tivemos mais paz e, muito menos,... amor.  O que nos restou e, de sobra, foi muita violência, miséria, agressividade, degeneração, doenças, pestes e drogas..com fartura. Essa foi a herança que recebemos dos despreocupados e irresponsáveis “hippies” que, recheados  de fumo, álcool e drogas, nos anos 60, fizeram uma vitoriosa “revolução” contra a cultura, o conhecimento, o saber, o raciocínio lógico e, principalmente, contra a “ditadura” dos pais e dos mestres.

 

Em pouco mais de três décadas, aqueles “revolucionários” faliram, imolados por suas próprias idéias perturbadas; enquanto nós, ainda estamos sendo vitimados!  Em verdade, preferimos, mais uma vez, Barrabás à Jesus.  O que estamos todos presenciando nos nossos dias, além da imoralidade e amoralidade reinantes? O que estamos presenciando de positivo que sirva de exemplo para sermos homens dignos, trabalhadores, honestos, humanistas e patriotas? Quase nada! O que a geração atual vê, ouve e sente é a degradação humana em todos os sentidos e níveis.

 

A Televisão e a Internet ( sem deixarmos de reconhecer o seu lado positivo); tornaram-se a maior e mais atraente Escola de maus costumes. Quase todos os programas de TV são de uma nulidade abissal. Quase sempre se utilizam da violência, aberrações, pornografia, erotismo vulgar, sexismo, além de muitos outros estímulos nocivos à mente e ao corpo. Todos esses apelos condicionantes negativos têm como finalidade  a obtenção de audiência e do lucro fácil. Além de nos imporem programas destituídos de qualquer valor moral, educativo e cultural, muitos deles primam pela violência, prostituição e promiscuidade. Parece-nos que algumas Emissoras de TV, Empresas cinematográficas, vídeos e outros produtores de imagens, teatro, etc., fizeram um pacto para a desestabilização da Família. O pior que eles conseguiram esse intento dentro de poucas décadas. Bombardearam-nos constantemente com imagens, cenas e enredos de maus costumes, esfacelando o núcleo familiar.

 

Como a Família é a “célula-mãe” da sociedade, a sua fragmentação ocasionou a sua própria falência moral, espiritual e material. Observem as novelas, travestidas de obras de arte, de entretenimento e de cultura; vêm, há décadas, ensinando e divulgando com muita eficiência, a arte do Mal, o divertimento macabro e a cultura da violência. Essa violência é a mesma que está nas ruas e em todos os recantos do Mundo, roubando-nos, matando-nos, prostituíndo-nos e alienando-nos. Quem se lembra de ter visto alguma novela que retratasse a vida de Santo ou de um Mártir? Alguém conhece alguma novela  que ensine aos nossos filhos, aos idosos, aos deficientes, ao meio ambiente e ao patrimônio público? Quais os programas que promovem a honestidade, a educação social, o respeito ao semelhante, ao meio ambiente e à vida ? 

 

A TV propaga a cortesia, a concórdia, a fraternidade, o valor da leitura, o pudor, a honestidade, a paz e o Amor genuíno? Claro que não!  Estamos tão desestruturados pela avalanche de mensagens negativas que os valores acima não dão mais “Ibope”, e nem lucro.  Usando uma tecnologia cada vez mais sofisticada, atraente e sedutora, a Televisão tem condicionado ao Mal as últimas gerações, descambando na atual , quando se mata e se morre em uma guerra não declarada em que todas as armas são válidas, inclusive as não-convencionais  como carros,motos e drogas. Não raro em novelas e filmes, as mulheres são as vítimas preferidas da brutalidade doentia dos homens. O curioso é que as mulheres não protestam  contra esse “assédio” tão agressivos em que são vítimas e algozes de si mesmas.  Ao contrário, muitas delas apreciam os novelescos  dramalhões tragicômicos.

 

Muitas novelas e filmes são eficientes escolas de traição conjugal, narcisismo, egoísmo, erotismo precoce e vulgar, malandragem e preconceitos diversos; formando uma verdadeira salada indigesta de vícios e mazelas mil. Ela difunde os maus costumes, promove a discórdia familiar e social, fomenta a agressividade e a violência desenfreadas, concorrendo para a carência moral, espiritual e econômica da Sociedade. Não é isso o que está acontecendo nas Sociedades Mundiais? As empresas de televisão são concessionárias do serviço Público; isto é, são nossas servidoras que deveriam primar em nos dar entretenimentos sadios e uma boa  educação sócio-cultural. Fazem o contrário, induzem a população, principalmente os incultos e imaturos (a maioria) à promiscuidade moral, física e espiritual e, conseqüentemente, causando a decadência social.

 

Quase todos os veículos de comunicação estão implicados no processo de difusão e banalização da violência e do horror. Algumas Emissoras de TV  ficam, de dia, falando o nome de Jesus; e, à noite, professam Belzebu; exibindo, despudoradamente, novelas, filmes pornográficos com violência e horror de toda espécie. Como irá receber Jesus, em seu Reino esses falsos profetas, no dia dos seus julgamentos? Creio que não será Jesus quem irá recepcioná-lo, caso não mudem as suas “programações”.  Este contraste incoerente deve-se à própria desestruturação mental presente em todos os seguimentos sociais, em que a Mente está dividida entre o Bem ( o consciente) e o Mal ( o Inconsciente negativado). É um círculo vicioso sem solução  fácil.

 

Os nossos Inconscientes cerebrais foram e são bombardeados pelos incontáveis estímulos negativos da TV (dentre os outros meios de comunicação), tornando-se  negativos e nocivos. Eles ( os nossos Inconscientes), assim condicionados pelo Mal, são seduzidos e atraídos para o negativo; que, por sua vez, irão produzir mais programas nocivos que voltarão a ser assistidos por nós, condicionando-nos mais ainda para nos comportarmos  de forma mais negativa , alimentando este círculo vicioso infernal, sem muita perspectiva  de “Luz”.

 

Até os livros didáticos infanto-juvenis adotados e indicados pela maioria das Escolas, estão recheados de banalidades, de violência, de linguagem pobre e chula e de erotismo. Escolas, professores, Editoras, Autores, Alunos e Pais, acham muito natural, normal e até educativos, alegando que “os tempos mudaram” e devemos mostrar às criancinhas e mocinhos a “realidade como é”. De fato, os tempos mudaram; e muito! Mas, para bem pior! Por terem “mudado os tempos” e terem mostrado demais “a realidade como é”; estamos todos lamentando e chorando por nossos filhos matando,morrendo,drogando-se, sexando, aculturando-se  e cada vez mais, socialmente irresponsáveis.

 

De certa forma a Mídia é co-responsável pela criminalidade crescente em todo o mundo. Ela não é a única culpada; existem outros fatores agregados, como: condições sociais aviltadas, fatores genéticos e alguns outros traços particulares, ainda pouco estudados e conhecidos. Mas, sem sombra de dúvida, são os meios de comunicação, destacando a TV, o cinema, peças teatrais, jornais e revistas, são os maiores e mais eficientes mestres da permissividade moral, cultural e material do nosso tempo. Repetindo, qual a novela, filme e outros veículos de cenas e imagens que não contém cenas de sexo, erotismo, agressividade e violência? Em alguns filmes, as armas usadas pelos “mocinhos” e “bandidos” (já não há mais diferença comportamental entre eles) são tão grandes e grosseiras que mal cabem na extensão da tela. As cenas de horror, sexo e de violência são tão freqüentes e comuns que já nem amedrontam as criancinhas.

 

Todas essas visões depravadas são gravadas no Inconsciente cerebral, prontas para se projetarem no ambiente social (em nós), da mesma forma que foi vista, ou de forma mais brutal, quando o seu portador se deteriora em conflito, doença, frustração, raiva, ódio, etc.  As pessoas estão tão saturadas e condicionadas pela contínua exposição de cenas de violência, sexo, prostituição e horror  que, já se nota o extravasamento dessa mistura maléfica  no comportamento diário de cada uma.

 

Nota-se a projeção dos Inconscientes negativos nas estampas, desenhos e fotos gravadas e exibidas em suas roupas, carros, motos e em suas peles. Imagens infernais de horror, violência e  morte, como caveiras, sangue,vampiros sangrentos,demônios,punhais,facas,sepulturas e outros símbolos grotescos, estão cada vez mais presentes no vestuário e na pele de um grande número de pessoas. As tatuagens viraram moda, cobrindo o corpo de muitos, com toda espécie de simbologia  representativa do Inconsciente de cada portador e digna do nosso tempo.

 

Nas penitenciárias que abrigam os piores facínoras do mundo; onde muitos deles aguardam o cumprimento de suas sentenças de morte; é muito comum vermos tatuados, em todos eles, os mesmos símbolos de horror, crueldade e violência que aqui, ali e alhures, vemos, também, gravados na epiderme de muitos, exibidos com muita vaidade e orgulho!  Será mera coincidência essa igualdade de gosto e atração mórbida entre aqueles  ferozes habitantes das penitenciárias de alta segurança e as pessoas que aqui fazem uso da mesma simbologia ?  Creio que não! Tanto os de lá, como os de cá, foram induzidos e condicionados  pelos incontáveis exemplos de violência,horror, prostituição, sexismo e erotismo vulgar que há muito a Mídia vem ensinando, sob o pretexto e alegação de que estão apenas retratando a realidade das ruas, fazendo  Arte , produzindo cultura  e dando entretenimento.

 

Quando são acusados de incitar a violência, certos produtores e atores se defendem com velhos chavões de sempre. Eles dizem que devem desempenhar qualquer papel que se lhes oferecem, pois são pagos e vivem disso, sem se sentirem culpados pelos péssimos exemplos que dão principalmente para as mentes infantis e as imaturas. Mesmo que interpretem  papéis de sado masoquistas que espancam velhinhas paralíticas ou que roubam pirulitos e chupetas de criancinhas; eles alegam que isso acontece no mundo real e deve ser mostrado.

 

Mas, se o que acontece na vida real deve e pode ser mostrado para todos; porque esses mesmos atores e atrizes não se mostram fazendo as suas necessidades fisiológicas? Existe algo mais natural e comum que o ato de satisfação das nossas necessidades físicas? Claro que não! Então, porque eles não se exibem assim? A diferença é que eles consideram feio mostrarem as funções orgânicas naturais; mas, não se envergonham de exibirem os seus corpos nus, em posições e poses eróticas e agressivas para todo mundo ver. O sexo é uma atividade muito particular que deveria ser praticado somente entre quatro paredes, entre pessoas responsáveis, com amor e somente da alçada dos amantes. Banalizá-lo como a mídia fez e faz, mesclando-o com agressividade, violência e vulgaridade, tornou o sexo o responsável pelos enormes resultados funestos e degradantes que estamos assistindo.

 

Quem vai a uma locadora de vídeo, logo nota os grandes cartazes de lançamentos de novos filmes que serão vistos por quase todos. A maioria desses filmes  contém homem e mulheres em poses eróticas e agressivas. Em um desses cartazes eu vi uma mulher seminua, escondendo nos seus traseiros um punhal tão grande, que a sua ponta encostava-se ao chão da locadora. Em outro, vi o “mocinho” e o “bandido” apontando, um para o outro, enormes revólveres que mais pareciam canhões, que de tão grandes, extravasavam a moldura do cartaz. Eram tantos os cartazes com armas apontando para mim que saí correndo do estabelecimento, com receio de “bala perdida” e  sem encontrar algum que não contivesse violência, erotismo, sexismo e prostituição.

 

Até os desenhos animados, considerados infantis, mostravam personagens violentos, macabros e horrorosos. E as revistas expostas e vendidas para qualquer um, nas bancas de jornais?  Estão repletos de intrigas de novelas, de alienígenas, erotismo, bonecos japoneses armados até os dentes com espadas e sabres afiados, cortando cabeças e lançando fogo pelas bocas e olhos vermelho-sangue.

 

O estudo das causas da violência é de suma importância para a sobrevivência dos humanos. Se não revir-mos a nossa filosofia de vida; se não mudarmos os rumos da nossa conduta atual, as guerras, revoluções, terrorismo, assassinatos, drogas e muitas outras formas de agressão; seremos fustigados pelo Mal, até a falência total das sociedades. Sobre tão importante tema, o Jornal “O Estado de Minas”, há anos vem apontando para a seriedade do problema da violência. Nele, a competente e conhecida jornalista e editora Anna Marina Siqueira, além de propiciar ao público, acesso aos trabalhos e pesquisas de estudiosos desse assunto, escreveu em 24 de novembro de 1989, na “Segunda Seção” daquele Jornal, um importante e esclarecedor artigo, intitulado “ Fonte da Violência”.

 

Naquela época, a prestigiosa jornalista nos advertia sobre o impacto negativo nas mentes imaturas, provocado pela permissividade de certos programas de TV. Seria oportuno compararmos os argumentos escritos por ela, há tantos anos, com os acontecimentos atuais, envolvendo os jovens com a violência. Percebe-se o porquê dos crimes estarem sendo mais praticados por delinqüentes cada vez mais novos. Progressivamente, estamos sendo mais atacados por criminosos ferozes infanto-juvenis; órfãos dos bons costumes que matam sem dó e sem piedade, por puro prazer e animalidade. Vejam as estatísticas e crônicas policiais, sobre a idade dos praticam os crimes mais violentos! O mesmo, também está acontecendo em todos os países, pobres ou ricos. Isso, porque eles têm os mesmos hábitos e vícios de todos da mesma idade, em qualquer parte do planeta. Qual o remédio capaz de minorar esse grande  sofrimento social e estancar essa imensa sangria?  

 A solução é simples, mas de dificílima aplicação. Seria necessário e urgente que se suprimisse o erotismo, a promiscuidade, a violência, o horror e a prostituição da Televisão, do cinema, do teatro, das revistas, jornais e de qualquer outro meio de comunicação. Em seguida, os governantes, políticos, educadores, pais, e autoridades deverão voltar os seus interesses imediatos para o Bem comum, procurando diminuir as desigualdades econômicas e culturais (pilares da violência) existentes entre as diversas camadas sociais. Seria isso possível a nível mundial? Pensemos....

 

 

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Belo Horizonte, 27 de fevereiro de 2007

 

Carleial. Bernardino Mendonça

 

Psicólogo-Clínico pela Universidade Católica de Minas Gerais;

Estudante de Direito da Universidade Estácio de Sá;

Escritor e Pesquisador nas áreas da Psicobiologia e do Direito.

 

 

 

 

 

 

 

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