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Os Ignorantes são mais felizes - Uma panorâmica dos Indicadores Macro-Sociais da Educação.


Autoria:

Sebastião Fernandes Sardinha


Bacharel em ciências jurídicas pela UGF, pós-graduado em Docência do Ensino Superior pelo IAVM/UCAM, Gestão Estratégica pelo IAVM/UCAM, Sociologia, Política e Cultura pela PUC-Rio - Professor Universitário

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Resumo:

"A educação é a chave do desenvolvimento. A falta de educação gera pobreza e a pobreza gera falta de educação" Wilhelm Hofmeister.(2006).

Texto enviado ao JurisWay em 17/09/2010.



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Os Ignorantes são mais felizes – Uma panorâmica dos Indicadores Macro-Sociais da Educação.

                                                                                 

“A educação é a chave do desenvolvimento. A falta de educação gera pobreza e a pobreza gera falta de educação” Wilhelm Hofmeister.(2006).

 

            Embora seja paradoxal, o título nos remete a reflexão interessante sobre o tema da Educação.

                        Ora, se os ignorantes são mais felizes; porque nos impingem a estudar, e a reconhecer a institucionalização dos mecanismos de controle social?

                        A mensagem nuclear dos argumentos educacionais, é que a informação, a formação do indivíduo aumenta as possibilidades de alcance dos objetivos hedônicos da vida, já que a busca da felicidade importará em sacrifícios na busca da segurança e da felicidade.

                        Resta saber, para o que a Educação prepara o homem: para ser dócil e consciente ou agressivo, carnofágico e competitivo?

                        Para Simon SCHWARTZMAN (2006), não saber ler e escrever é a forma extrema de carência educacional, e a alfabetização de adultos tem ocupado um lugar de grande importância na política educacional do governo de Luis Inácio Lula da Silva.

                        A afirmação acima é a constatação de uma das formas de ignobilidade social, pois temos a ignobilidade cultural. A falta de consciência da existência de uma memória social causa volubilidade de geração a geração de modo a fazer-se perder no tempo os traços de toda uma civilização.

                        A internalização de falsas culturas sob a pecha de modernidade causa impactos desmoralizantes nos núcleos sociais sem as devidas raízes etnográficas e conscienciais.

                        A educação como prática da liberdade, ao contrário daquela que é a prática da dominação, implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim também a negação do mundo como uma realidade ausente dos homens. (FREIRE, 1999.)

              A despersonificação social se dá em ambiente domiciliar, o que torna mais difícil a verificação de sua deformação.

            LUMIER (2006) sustenta que sem dúvida, o peso do conhecimento na vida social e sua importância para as pessoas sendo maiores nas sociedades modernas e nas nossas sociedades atuais, constituem um aspecto não negligenciável da experiência e da criação coletiva na teoria dos papéis sociais.

            A obtusidade social faz o homem atual, imaginar-se superior aos seus antepassados ou ao outro, pertencente a culturas diametrais (ocidente x oriente).
            Daí a vital importância do estudo e investigação das linhas estatísticas para formação do conceito crítico dos indicadores macro-sociais e econômicos da educação brasileira.

            HADDAD, (2010) em artigo na Folha de São Paulo confirma que o atendimento à população a ser educada foi ampliado, entre 2002 e 2008, em todas as faixas etárias: de 0 a 3 anos, de 11,7% para 18,1%; de 4 a 6 anos, de 67% para 79,8%; de 7 a 14 anos, de 96,9% para 97,9%; e de 15 a 17 anos, de 81,5% para 84,1%. A escolaridade média também evoluiu no período. Na faixa etária de 15 a 17 anos, de uma média de 6,8 para 7,5 anos e, na faixa etária de 18 a 24 anos, de 8,2 para 9,4 anos de estudo.

            A boa nova veio com o Ideb, que combina os indicadores de proficiência nos exames nacionais de leitura e matemática e as taxas de aprovação/ repetência. Entre 1997 e 2001, o Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental caiu de 3,8 para 3,5. Em 2007, atingiu 4,2, lembrando que 6,0 é a meta para esse indicador para 2021.

            Ana Lúcia SABÓIA (2007, pag.119/120), ilustrando as páginas do “Brasil em números – IBGE” acresce que a erradicação do analfabetismo é ainda um desafio a vencer no Brasil. Houve sem dúvida, uma redução do fenômeno quando se analisa o período que vai de 1995 a 2005. Entretanto, em 2005, a taxa de analfabetismo ainda alcançava um patamar de 11%, sendo bastante desiguais os valores para áreas urbanas e rurais, 8,4% e 25%. Entre as regiões do País, o sul se destaca com a menor taxa (5,9%), enquanto o nordeste apresenta a taxa mais elevada (21,9%).

 

            Complementando o discurso, a coordenadora do IBGE, (SABÓIA, pag.121, 2007) ressalta que um indicador complementar para a análise do analfabetismo é a chamada taxa de analfabetismo funcional, conceito utilizado pelo UNESCO para definir aquelas pessoas ainda não suficientemente familiarizadas com as bases de leitura e escrita, em função da baixa escolaridade (menos de quatro anos completos de estudos).

            A fragilidade do arranjo familiar demonstrada na Tabela A, constata que o nível de alfabetização dos pais, influencia sobremaneira na educação futura dos filhos.

                                       FUNCIONALMENTE ALFABETIZADOS

X

ANALFABETOS FUNCIONAIS

 

 

 

Fonte: Instituto Paulo Montenegro/IBOPE


                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   
                                                   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[1]

            Segundo o Instituto Paulo MONTENEGRO(2010), o indicador de alfabetismo funcional, representa o quadro da situação de letramento e numeramento da população brasileira em idade escolar na faixa entre 15 e 64 anos.   

            O Instituto Paulo Montenegro e a Ação Educativa acabam de concluir a sexta edição do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Apurado desde 2001, o Indicador mensura os níveis de alfabetismo funcional da população brasileira entre 15 e 64 anos de idade, residente em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.(inaf.2009) .

            Dividido em quatro níveis, de acordo com a tabela abaixo, o Inaf classifica a população brasileira de acordo com suas habilidades em leitura/escrita (letramento) e em matemática (numeramento).

Analfabetos funcionais.

            Analfabetismo - Corresponde à condição dos que não conseguem realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela destes consiga ler números familiares (números de telefone, preços etc.).

            Alfabetismo rudimentar - Corresponde à capacidade de localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas de comprimento usando a fita métrica.

 

 

 

 

Alfabetizados-funcionalmente

            Alfabetismo básico - As pessoas classificadas neste nível podem ser consideradas funcionalmente alfabetizadas, pois já lêem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências, lêem números na casa dos milhões, resolvem problemas envolvendo uma seqüência simples de operações e têm noção de proporcionalidade. Mostram, no entanto, limitações quando as operações requeridas envolvem maior número de elementos, etapas ou relações.
            Alfabetismo pleno - Classificadas neste nível estão as pessoas cujas habilidades não mais impõem restrições para compreender e interpretar elementos usuais da sociedade letrada: lêem textos mais longos, relacionando suas partes, comparam e interpretam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada mapas e gráficos.

            Os resultados de 2009 revelam importantes avanços no alfabetismo funcional dos brasileiros entre 15 e 64 anos: uma redução na proporção dos chamados "analfabetos absolutos" de 9% para 7% entre 2007 e 2009, acompanhada por uma queda ainda mais expressiva, de seis pontos percentuais no nível rudimentar amplia consideravelmente a proporção de brasileiros adultos classificados como funcionalmente alfabetizados. O nível básico continua apresentando um contínuo crescimento, passando de 34% em 2001-2002 para 47% em 2009.

 

 

 

 

 

 

 

            Já o nível pleno de alfabetismo não mostra crescimento, oscilando dentro da margem de erro da pesquisa e mantendo-se em, aproximadamente, um quarto do total de brasileiros, conforme a tabela abaixo:

Inaf / BRASIL - Evolução do Indicador de Alfabetismo
População de 15 a 64 anos (%)
      

 

 2001-2002

2002-2003 

2003-2004 

2004-2005 

2007 

2009 

Analfabeto

 12

13

12

11

9

7

Rudimentar

 27

26

26

26

25

21

Básico

 34

36

37

38

38

47

Pleno

 26

25

25

26

28

25

Escolaridade
            De acordo com o Inaf chama a atenção o fato de 54% dos brasileiros que estudaram até a 4ª série atingirem, no máximo, o grau rudimentar de alfabetismo. Mais grave ainda é o fato de que 10% destes podem ser considerados analfabetos absolutos, apesar de terem cursado de um a quatro anos do ensino fundamental.

            Dentre os que cursam ou cursaram da 5ª a 8ª série, apenas 15% podem ser considerados plenamente alfabetizados. Além disso, 24% dos que completaram entre 5ª e 8ª séries do ensino fundamental ainda permanecem no nível rudimentar. Dos que cursaram alguma série ou completaram o ensino médio, apenas 38% atingem o nível pleno de alfabetismo (que seria esperado para 100% deste grupo).

            Somente entre os que chegaram ao ensino superior é que prevalecem (68%) os indivíduos com pleno domínio das habilidades de leitura/escrita e das habilidades matemáticas.

Inaf / BRASIL
Nível de Alfabetismo, segundo a escolaridade
População de 15 a 64 anos (%)

 

 nenhuma

1ª a 4ª série 

5ª a 8ª série 

ensino médio 

ensino superior

Analfabeto

66

10

0

0

0

Rudimentar

29

44

24

6

1

Básico

4

41

61

56

31

Pleno

1

6

15

38

68

Analfabetos Funcionais

95 

54

24

6

1

Alfabetizado Funcionalmente

5

46

76

94

99


            Para uma das responsáveis pela análise do Inaf 2009, Vera Masagão,(2009) coordenadora de programas da Ação Educativa, o aumento da escolaridade também implica numa nova realidade para uma população que antes não tinha acesso ao ensino, gerando novos desafios: "À medida que o ensino fundamental se universaliza, pessoas com menos recursos vão à escola, enfrentando maiores desafios para aprender, por conta tanto de condições de vida mais precárias como de um ensino empobrecido. Têm sido necessários tempo e esforços dos sistemas de ensino para que a ampliação do acesso se reverta também em ampliação da aprendizagem", comenta.
Faixas-Etárias
            No tocante ao desempenho das diferentes faixas etárias da população estudada, é possível observar o impacto da universalização do acesso a escolarização: cerca de 1/3 dos brasileiros de 15 a 34 anos atingem, em 2009, o nível plano de alfabetismo. Para as gerações mais velhas, no entanto, só se enquadram neste nível 23% dos brasileiros entre 35 e 49 anos e 10% dos que têm entre 50 e 64 anos.

           

 

 

 

            Por outro lado, observa-se que a evolução entre 2001-2002 e 2009 foi bem maior entre as faixas com mais de 25 anos (entre 14 e 15 pontos percentuais), enquanto para os jovens de 15 a 24 a melhora foi de somente sete pontos, conforme mostra a tabela abaixo:

Inaf / BRASIL
Faixas Etária

 

 % de 15 a 24 anos

 

 2001-2002

2002-2003 

2003-2004 

2004-2005 

2007 

 2009

Analfabeto

3

2

2

3

3

2

Rudimentar

19

19

18

18

14

13

Básico

43

44

45

46

46

52

Pleno

35

35

35

33

37

33

Analfabetos Funcionais

22

21

20

21

17

15

Alfabetizado Funcionalmente

78

79

80

79

83

85

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inaf / BRASIL
Faixas Etária

 

 % de 25 a 34 anos

 

 2001-2002

2002-2003 

2003-2004 

2004-2005 

2007 

 2009

Analfabeto

7

7

6

4

4

3

Rudimentar

26

23

23

23 

22

15 

Básico

35

40

42

42

39

50 

Pleno

32

30

29

30

35

32

Analfabetos Funcionais

33

30

28

28

26

18

Alfabetizado Funcionalment  e

67 

70

72

72

74

82

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inaf / BRASIL
Faixas Etária

 

 % de 35 a 49 anos

 

 2001-2002

2002-2003 

2003-2004 

2004-2005 

2007 

 2009

Analfabeto

15

15

14

13 

12

Rudimentar

31

32 

32 

31 

28

25

Básico

32

33

33

34

35

45

Pleno

22

20

21

22

24

23

Analfabetos Funcionais

46

47

46

44

40

31

Alfabetizado Funcionalmente

54

53

54

56 

60

69 

 

Inaf / BRASIL
Faixas Etária

 

 % de 50 a 64 anos

 

 2001-2002

2002-2003 

2003-2004 

2004-2005 

2007 

 2009

Analfabeto

29

32

31

27

20

20

Rudimentar

37

34

32

34

39

32

Básico

23

23

25

26

29

38

Pleno

11

11

11

13

12

10

Analfabetos Funcionais

66

67

64

62

59

52

Alfabetizado Funcionalmente

34

33

36

38

41

48

 

 

[2]

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

FREIRE, Paulo. A Educação como Prática da liberdade. 23ª. Ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

HADDAD, Fernando, Educação básica: financiamento e qualidade, artigo publicado em 14/3/2010 no jornal Folha de S.Paulo;

HOFMEISTER, Wilhelm.(2006). Cadernos Adenauer, Educação e Pobreza no Brasil. – Fundação Konrad Adenauer, 2006.

LUMIER, Jacob, Leitura Da Teoria De Comunicação Social Desde  o ponto de vista da Sociologia do Conhecimento. p://Www.Oei.Es/Salactsi/Lumniertexto.Pdf ;,2006;

MONTENEGRO, Instituto Paulo , http://www.ipm.org.br/

SABÓIA, Ana Lúcia, Brasil em números, Rio de Janeiro - vol.17. IBGE, pag.119/120.2007,

SCHWARTZMAN, Simon (2006) Cadernos Adenauer, Educação e Pobreza no Brasil. – Fundação Konrad Adenauer, 2006.

 

 

 



[1] Texto  abaixo integralmente extraído do site- http://www.ipm.org.br/index.php?mpg=1.01.00.00.00&ver=por

[2] Finalização da extração integra de texto referenciado no item 6

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