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Resumo:
Pelo aspecto tradicional, a advocacia ainda tem uma atração social muito forte. As carreiras jurídicas no serviço público são as melhores remuneradas
Texto enviado ao JurisWay em 10/01/2010.
Última edição/atualização em 21/09/2010.
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Pelo aspecto tradicional, a advocacia ainda tem uma atração social muito forte. As carreiras jurídicas no serviço público são as melhores remuneradas e na questão profissional liberal ainda é uma das poucas profissões que consegue sobreviver através da atividade autônoma. Isso tem feito com que a atração resulte numa demanda muito grande que justifica ou permite com que se crie vagas nos cursos de Direito surgindo uma pressão como em contrapartida uma procura muito forte para as carreiras jurídicas, há uma pressão igualmente forte para a criação de cursos, basta se observar os crescentes números de vagas ofertadas nos cursos de Direito.
O alarmante aumento do número de estudantes matriculados e futuros bacharéis em Direito também implica no preocupante aumento do número de advogados. Aumento este que tem gerado um novo perfil do profissional, perfil este que precisa cada vez mais de uma qualificação maior, um forte preparo ético para que possa competir de forma igualitária e garantir a sua pretensão inicial, que é a da sobrevivência, sucesso e ascensão profissional. Essa realidade, tão somente justifica a lógica de que o Exame de Ordem não é competitivo, não é excludente, mas meramente opinativo, no que se refere àqueles que têm efetivamente uma qualificação para o exercício profissional da advocacia.
A globalização tem feito com que muitas empresas busquem redução dos custos e por sua vez, passam a remunerar menos o profissional do direito. Esse fenômeno de efeito cascata tem repercutindo, por vezes, nos honorários dos advogados a elas vinculados. A questão dos honorários, no tocante ao aviltamento no pagamento dos mesmos é um dos grandes problemas que enfrenta a advocacia, resultado de grande número de advogados e por conseguinte, da necessidade de sobrevivência digna dos mesmos. E é exatamente essa necessidade de sobrevivência que tem feito com que muitas empresas, inclusive escritórios de grande porte, aviltem os honorários advocatícios, e imponham sobre essa nova realidade uma lógica perversa dos lucros na atividade advocatícia.
Simples e complexa tal qual interpretar uma sinfonia de Beethoven, assim é a arte de advogar uma vez que o jurista quase sempre estará diante dos intricados labirintos das relações humanas e, por isso, ao interpretar o ordenamento jurídico, poderá jogar o homem para a luz ou para o abismo. A interpretação da lei é quase que o mesmo que se lançar sobre a partitura musical. A arte de advogar exige antes mais nada, paixão e muita determinação. A mesma paixão com que Rui Barbosa defendiam as suas causas. Aliás, diga-se de passagem que a paixão é a condutora do mundo, e para alcançar arte e paixão, o advogado precisa de inteligência e estratégia, precisa conhecer a "Arte da Guerra", para construir a paz. A advocacia é um dos poucos ofícios em que se lida com um adversário ante a triangularidade da relação processual.
O jurista Mauro Capelletti escreveu que "sob a ponte da Justiça passam todas as dores, todas as misérias, todas as aberrações, todas as opiniões políticas, todos os interesses sociais. Sociedade de hoje, justiça do amanha, justiça é compreensão, isto é, tomar em conjunto e adaptar os interesses opostos, pois os advogados representam, perante um dos poderes do Estado, os anseios e aspirações da sociedade e nessa tarefa, devem procurar a correta aplicação da lei e sobretudo a perseguição do justo, contribuindo, assim, para o aprimoramento da vida em sociedade.
Lilian Candeia e aluna do curso do 4º período do curso de Direito.
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