O bem mais valioso de uma nação é sua cultura. Os Estados Unidos, maior potência do mundo atual, vive de exportar cultura. O American Way of life está impregnado em cada canto, seja sob a forma de consumo exacerbado ou simplesmente refeições fast food. Sabe-se que as cores do Mc Donald´s foram escolhidas visando o consumo rápido, gerando no cliente que adentra a loja a sensação de fome e desejo de ir embora rapidamente.
A Coréia do Sul, seguindo a tradição oriental, soube traçar um planejamento a longo prazo, investindo em educação. Hoje, colhe os frutos de sua disciplina e eficiência.
O caso brasileiro é um dos mais interessantes. Vários traços de nossa riquíssima cultura se destacam. A miscigenação e os regionalismos fazem do país um local diversificado, com várias perspectivas e um enorme potencial.
Um traço particular, que passa desapercebido a maior parte das vezes, merece especial atenção. O brasileiro é extremamente criativo!
Basta repararmos ao redor. Diferente dos alemães, não somos nem um pouco disciplinados. Diferente dos franceses, não somos nem um pouco organizados em matéria de mobilização social. Diferente dos ingleses, não temos uma extensa lista de protocolos de tradições e etiqueta. Mas é incrível como no fim das contas, pra tudo se dá um “jeitinho”.
A legislação brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo. O comentário mais comum é de que isso não adianta nada se as leis não forem postas em prática. Acontece que cada tupiniquim é profissional em matéria de achar brechas na lei e explorá-la. É assim quando vamos pagar impostos, ou quando vamos realizar um serviço. O primeiro passo acaba sempre sendo achar a forma mais fácil ou barata.
Os Tribunais pátrios sempre se deparam com questões novas. Teses de advogados, pedidos inéditos, distorções da letra da lei.
De certo modo a criatividade se mostra extremamente útil. Isso enriquece nossa cultura e exige do legislador uma atenção e cuidado que aprimoram as leis que regem nossa sociedade. O fato de pensarmos em soluções além das óbvias é fator que nos diferencia em todos os campos de atuação. Idéias novas movem o capitalismo.
Há os que adaptam esse “jeitinho” a um modo de agir comodista. É o que acontece quando se improvisa algo de última hora. Ou quando se busca o caminho mais fácil, diferente do que seria o caminho mais eficiente.
As disparidades entre cada região dificultam o surgimento de uma identidade nacional. Mas é fato incontroverso que do Oiapoque ao Chuí todo brasileiro faz uso desse “jeitinho” especial. A questão é apenas usar esse fator cultural de uma forma produtiva!