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Resumo:
É inquestionável o fato de que a sociedade brasileira vem enfrentando há muito diversos problemas relacionados à criminalidade, especialmente a juvenil. Diante desse contexto, reduzir a maioridade penal diminuirá realmente a criminalidade no Brasil?
Texto enviado ao JurisWay em 01/05/2019.
Última edição/atualização em 02/05/2019.
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A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL,
SOB UMA ABORDAGEM SOCIAL E JURÍDICA
É inquestionável o fato de que a sociedade brasileira vem enfrentando há muito diversos problemas relacionados à criminalidade, especialmente a juvenil. É nesse cenário que surge uma proposta para a solução desse problema, qual seja a redução da maioridade penal, que passaria a vigorar a partir dos 16 anos.
Todavia, o art. 228 da Constituição Federal de 1988 estabelece a impunidade penal aos menores de 18 anos, os quais respondem unicamente sob a proteção da Lei nº 8.069/90 – o Estatuto da Criança e do Adolescente. Nesse viés, a inimputabilidade da criança e do adolescente é absoluta, cuja fundamentação é o critério biopsicológico – independentemente do grau de discernimento ou condição social, são incapazes de compreender um ato em desacordo com a lei.
Conforme Capez (2012)[2], a imputabilidade penal é a possibilidade de compreender o caráter ilícito de um ato, tendo condições físicas, psicológicas e morais para saber que está cometendo um ilícito penal, além de ter o controle da sua ação – assim, muitas vezes, verifica-se que o adolescente dependente de entorpecentes, por exemplo, ainda que compreenda seus atos, faltam-lhe condições para controlar o vício, levando-o eventualmente a cometer algum ato infracional para obter a droga.
Não serão suficientes as atuais medidas socioeducativas previstas no ECA, cujo objetivo é justamente resgatar o jovem infrator de uma circunstância na qual pode ter adentrado pelos mais variados motivos, para que não volte a delinquir e possa reintegrar-se a essa sociedade da qual, muitas vezes, deseja evadir-se?
Importa destacar que o sistema carcerário brasileiro é extremamente falho – para não dizer falido – e impotente na ressocialização do apenado, sem falar na postura do Estado, ao ter que admitir a estagnação de suas políticas, incapazes de investir na educação ou no combate à desigualdade social. Diante desse contexto, reduzir a maioridade penal diminuirá realmente a criminalidade no Brasil?
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