Safra que começou a ser processada em abril chegará aos postos, impactando na redução dos preços, diz governo
São Paulo O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou ontem que, a partir de maio, o preço do álcool deverá cair. Segundo ele, isso deve ocorrer porque a nova safra desse ano, que começou a ser processada em abril, chegará aos postos de combustível.
Bittencourt declarou que o álcool deve começar a ficar competitivo em relação à gasolina também a partir de maio.
O secretário afirmou ainda que a utilização do álcool só compensa se o seu valor for 70% menor que o preço da gasolina.
De acordo com Gilson Bittencourt, estados que tem o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) menor, como São Paulo, serão os primeiros a perceber a queda do preço da álcool. O imposto nesse Estado é de 12%, enquanto nos outros Estados a média é de 25%.
Petrobras recua
O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse que, se os preços do petróleo no mercado internacional permanecerem no atual patamar, a estatal terá de reajustar os valores praticados no mercado interno.
"Caso se configure uma estabilização do petróleo no mercado internacional, nós vamos ter de alterar os preços do petróleo no Brasil e, consequentemente, os preços de derivados de derivados no Brasil", afirmou Gabrielli, após encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, havia dito que a estatal não faria qualquer alteração no preço da gasolina em virtude da volatilidade do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Apesar da sinalização do presidente da Petrobras de que haverá um aumento do preço da gasolina e seus derivados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ontem que o governo não pretende sancionar a elevação.
Gabrielli ponderou ontem, no entanto, que ainda não está clara a direção da commodity no mercado externo.
"Não está muito claro se os preços serão estabelecidos neste patamar", disse.
Dilma intervém
A presidente Dilma Rousseff determinou uma série de ações para conter a alta de preços do etanol e evitar desabastecimento do produto. Dentre elas, a transferência à ANP (Agência Nacional do Petróleo) do controle da cadeia produtiva do etanol, que receberá o mesmo tratamento do setor de petróleo.
Também decidiu reduzir a mistura do álcool na gasolina, sem definir a diminuição. O pacote inclui mais recursos do governo, via Banco do Brasil e BNDES, para renovação do canavial, formação de estoques e a construção de novas usinas.