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Flores bonitas, com cores vibrantes ou que exalam um cheiro marcante podem esconder um perigo: normalmente são venenosas. Se elas entram em contato com a pele ou com os olhos, podem fazer mal à saúde e são as crianças as maiores vítimas das intoxicações.
Bonitinha, mas venenosa. Nem parece, mas plantas que enfeitam várias ruas e jardins podem causar intoxicações se forem comidas ou simplesmente tocadas. Espirradeiras, azaléias, lantanas e buxinho são exemplos. O Bom Dia Rio convidou a paisagista Luciana Cappelli para ajudar a identificar algumas dessas plantas.
"Elas podem causar irritação na pele, nos olhos, podem causar vômito, diarréia, inchaço na boca, nos lábios. E tem as mais perigosas que podem até causar o óbito se ingeridas, porque elas têm toxinas muito fortes e causam este tipo de reação", conta a paisagista Luciana Cappelli.
Ao todo, 60% dos casos de intoxicação no Brasil acontecem com crianças menores de nove anos, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas do Jardim Botânico.
Em 80% dos casos de crianças intoxicadas por plantas venenosas, o contato foi acidental. Mexem nelas, não lavam as mãos e coçam os olhos ou levam a mão na boca. Já os adultos se intoxicam mais quando usam as plantas em chás ou compressas.
“Se houver uma ingestão de alguma planta que for diagnosticado que a pessoa está com intoxicação foi devido a uma planta, você deve levar ao local onde você for ser atendido a planta, para ser observado qual é a toxina que está presente ali”, alerta a paisagista.
Muitas dessas plantas são comuns em alguns jardins, porque, apesar de serem venenosas, são bonitas.
“É o caso da lantana, que é uma florzinha super graciosa, que chama super atenção, colorida. A azaléia, que também muita gente usa, porque também tem lindas flores com cores diversas. O tinhorão é perigoso também. Se ingerido pode causar asfixia, então tem que tomar bastante cuidado. Estas plantas todas podem ser utilizadas, mas você deve conhecer e saber o risco que elas representam e: deixar longe ao alcance das crianças, usar luvas quando manuseá-las, manter longe dos animais, ”, fala a paisagista Luciana Cappelli.
O repórter Vinicius Assis caminhou com a paisagista Luciana por uma chácara no Itanhangá e ficou impressionado com a quantidade de plantas comuns que podem trazer algum prejuízo para a saúde. Depois, eles foram até uma rua no bairro do Anil, em Jacarepaguá. Ao longo do caminho, ela mostrou espécies, como a espirradeira, plantada na calçada.
A paisagista afirma que não há motivos para alarmes. As plantas têm papel importante, e o veneno é um instrumento de defesa das espécies. Além de bonita, a vegetação é fundamental para o equilíbrio do meio ambiente.
O repórter Rogério Coutinho conversou com o botânico Ricardo Reis.
Bom Dia Rio – Quais as plantas mais comuns que são tóxicas e que estão nas residências hoje?
Ricardo Reis – O meu maior incentivo na verdade, como botânico, é que as pessoas na verdade usem as plantas normalmente. Tudo que a gente sabe na botânica é em função de ter experimentado algum dia, de ter tocado, enfim, de ter entrado em contato com as plantas. Mas fazer isso com responsabilidade. Então, as espécies mais comuns, a gente tem que conhecê-las, conhecer as características delas. As espécies com cores fortes, como: comigo ninguém pode e tinhorão são as mais comuns nas residências, causadoras de intoxicação. Mas tem também outros arbustos, se você tiver uma casa, no caso, como espirradeira, também a palmeira cariota também pode causar algum dano e a pessoa precisa conhecer para não entrar em contato com os frutos ou com as folhas tóxicas.
Como manusear estas plantas?
Não há nenhuma necessidade, na minha opinião, de usar luvas nem nada para estas plantas mais comuns nas residências e calçadas. Apenas as plantas urticantes, como o caso da urtiga ou algumas plantas com muitos pelos na superfície foliar. Muitas vezes elas têm uma substância que causa alergia, coceira e às vezes, até queimaduras mesmo. Isso é mais raro, isso são plantas mais comuns em terrenos baldios e o caso mais clássico seria a urtiga. Estas realmente podem requerer o uso de luvas. Mas estas que a gente tem nas residências, basta você conhecer as espécies e não ingeri-las basicamente, porque foram isso não nenhuma contra-indicação maior.
Em caso de ingestão por crianças ou animais, o que fazer?
Na verdade, isso é uma questão mais médica, da saúde. O primeiro passo é conhecer as espécies, porque se você tiver ingerido algum fruto com cores muito chamativas, muito vermelhas, frutos laranjas, coloridos, normalmente estes tendem a ser venenosos. Então se você tiver ingerido um fruto desses ou uma folha do tipo comigo ninguém pode ou espada de São Jorge o importante é você avisar para o médico que tipo de coisa você ingeriu, porque, por exemplo, com o caso do comigo ninguém pode, ele, na verdade, tem cristais de oxalato de cálcio; a toxicidez dele é função disso, então a forma de tratar vai ser diferente.
Em caso de intoxicação, é fundamental ligar para a Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), no telefone 0800-722-6001. A ligação é redirecionada pala o centro de informações toxicológicas mais próximo.