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Por Carlos Eduardo Rios do Amaral
Quase todos os dias assistimos em nossos telejornais a prática de crimes brutais cometidos por jovens, na maioria das vezes contra as suas namoradas, companheiras ou familiares. Uma vez apresentado pela polícia à imprensa o jovem criminoso mais parece um artista de cinema concedendo entrevista a um making-of. Causando perplexidade a todos os telespectadores pela sua frieza e indiferença à morte de sua vítima.
A culpa desse comportamento anormal, insensível e arrogante, é sem sombra de dúvidas das drogas e de uma criação sem limites imposta pelos pais ou responsáveis aos filhos. O filho é um produto das próprias experiências vivenciadas no seu dia-a-dia e principalmente das regras e exemplos ministrados pela família dentro de casa.
A droga talvez seja o maior mal do nosso século. Através dela todo o potencial intelectual e físico de nossos jovens caminha para o abismo. Arritmia, demência, depressão, distúrbios generalizados de ansiedade, doença hepática, doença pulmonar, cirrose, estresse, ansiedade, insuficiência renal, hipertensão, pancreatite, psicose, reações alérgicas, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, transtorno bipolar, transtorno-obsessivo-compulsivo, transtorno de personalidade, transtornos do sono, entre outros efeitos vêm afligindo a vida de nossos jovens por conta da maldita droga.
Roubando a alma de seu usuário, a droga retira do jovem toda e qualquer capacidade de se comover ou de se sensibilizar com a dor e o sofrimento alheio. E pior, a partir da droga nasce o desejo de ser o próprio instrumento provocador das sensações físicas e emocionais dolorosas das pessoas de seu convívio. Tornando-se, em pouco tempo, um ritmo de vida alucinante e em sequência, ditado pela droga. Quando o jovem olha para trás, percebe sem nenhum arrependimento ou remorso que destruiu a vida de muita gente, inclusive de quem o amava.
Com efeito tão devastador como as drogas, é aquele filho mimado, criado sem limites e regras pelos pais. Aquele jovem a quem se ensina que o mundo é dele e de mais ninguém, e que por isso todo e qualquer dano causado por ele ao universo pode ser simplesmente colocado debaixo do tapete, é outro grande tormento que destrói nossa sociedade. Engomadinho ou sem-camisa trajando sua bermuda de cueca de fora, o filho mimado tem levado muita gente para o cemitério.
Jamais aceitando ser contrariado, o jovem mimado quando descobre que o mundo não é seu, que seus pais o iludiram completamente, sente-se enganado por todos, uma “vítima” da sociedade, que deverá eternamente compreender que seus excessos e tirania nada mais são do que uma compensação por ter sido ludibriado. Afinal, quando pequeno, o mundo realmente parecia ser seu.
No mundo de hoje, é preciso muito cuidado em verificar com quem nos relacionamos. O drogado e o mimado podem a qualquer momento bater à porta de sua casa ou já estar dentro dela. Seja um bom observador, para não acontecer o pior com você e sua família.
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Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público no Estado do Espírito Santo
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