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Os alimentos funcionais invadem o mercado. Além da função original de nutrição, eles prometem também ajudar na prevenção e tratamento de doenças, como se fossem remédios. Esses alimentos, enriquecidos de vitaminas, sais minerais, ácidos etc., são a nova tendência do mercado alimentício. Nos Estados Unidos, esse mercado movimenta cerca de 15 bilhões de dólares por ano.
Essa mania começou nos anos 60, quando surgiram os primeiros estudos que comprovavam que a gordura e o açúcar faziam mal à saúde. A partir daí, as pesquisas não pararam mais. Na década de 1980, produtos com baixo valor calórico e isentos de gordura começaram a ser comercializados com sucesso. Atualmente, exige-se ainda mais dos alimentos. Além de não fazer mal, os alimentos devem desempenhar funções terapêuticas e medicamentosas.
No Brasil, são vários os produtos que tentam agregar um valor nutricional maior aos alimentos. Já está sendo produzindo, em caráter experimental, um amido de milho que agrega aveia, cevada, arroz e milho, vitaminas e ferro. Algumas marcas de leite incluem em sua composição o ferro, que ajuda no tratamento da anemia, principalmente entre crianças e idosos, além de várias vitaminas com funções diversas e até um ácido chamado ômega-3, que ajuda no controle do colesterol prevenindo doenças cardiovasculares.
Também os ovos já estão vindo enriquecidos com o ômega-3 e com 40% a menos de colesterol, podendo ser ingeridos mesmo por quem possui níveis mais altos de colesterol.
Até as margarinas já entraram na luta contra o colesterol. Composta de sitostanol, uma margarina americana promete reduzir significativamente o colesterol em poucas semanas, desde que seja consumida uma colher e meia dessa margarina diariamente.
Os pães enriquecidos com fibras, além de ajudar no funcionamento do intestino, também influem na redução do colesterol e podem ser úteis até na dieta dos diabéticos, já que as fibras ajudam a retardar a absorção dos açúcares.
Mas, é preciso observar que apesar de representarem um grande avanço na área nutricional, os alimentos funcionais não realizam milagres. Para atingir a meta do consumo recomendado de fibras, que é de 30 gramas por dia, seria preciso ingerir aproximadamente 1 quilo de pão enriquecido com fibras. Seria necessário beber de um a dois litros de leite enriquecido com ômega-3 por dia para conseguir ingerir a quantidade equivalente ao consumo diário mínimo dessa substância. Noventa por cento dos lactobacilos vivos encontrados nos iogurtes que prometem a recomposição da flora intestinal morrem antes de chegar lá, pois não resistem ao ácido gástrico no estômago. É certo que esses alimentos ajudam, mas só isso.
Na verdade é bom que o consumidor não dispense e sequer substitua a alimentação tradicional, realmente saudável, pelos milagres anunciados. Nada se compara a uma dieta equilibrada somada com a prática regular de exercícios físicos.
É certo que, aliados a esses fatores, os alimentos enriquecidos podem ser úteis, mas não trarão resultado se forem o único ou o preponderante recurso alimentar usado pelo consumidor.
Seguindo uma tendência mundial, toma impulso no Brasil um novo conceito de nutrição segundo o qual os alimentos não servem apenas para matar a fome e fornecer energia ao organismo. mas precisam igualmente contribuir para melhorar a saúde das pessoas. São os chamados alimentos funcionais em cuja composição entraram substâncias capazes de reduzir os riscos de doenças e alterar funções do corpo humano.
Vejamos algumas dessas substâncias:
Ômega 3, Ômega 6
Ômegas são gorduras extraídas de peixes de água fila e vegetais que ajudam a reduzir os níveis de colesterol no sangue e controlar a pressão arterial- principais fatores de risco para as doenças do coração.
Fibras
As fibras retardam o processo de absorção dos alimentos no estômago ajudando a regular as funções intestinais e a reduzir o colesterol. Nos diabéticos, podem retardar a absorção de açúcar pelo organismo.
Ferro
Recomendado contra a anemia, sobretudo entre crianças e idosos. A deficiência de ferro atinge cerca de 2 bilhões de pessoas: de cada 10 crianças brasileiras com menos de 5 anos, seis sofrem de carência do mineral.
Gordura Vegetal
A gordura vegetal é recomendada para baixar os níveis de colesterol e prevenir a arteriosclerose. Ë encontrada sobretudo nos óleos de girassol, canola e soja.
(Fonte: Cartilha Novas Tecnologias - Procon-PBH)