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 Sala dos Doutrinadores - Artigos Filosóficos
Autoria:

Nelson Olivo Capeleti Junior
Bacharel em Direito pela Faculdade Cenecista de Joinville. Aprovado no XX Exame de Ordem. Advogado - OAB/SC 51.501 Contato: capeleti.legis@gmail.com Rede Social: Nelson Capelletti

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Advocacia e a Relevância do Ensino das Ciências Humanas

A vida modesta que levava, era para si o suficiente para ser feliz, pois estava satisfeita em fazer da sua existência um instrumento de utilidade para a sociedade

Texto enviado ao JurisWay em 17/11/2017.

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Amanda esta outra vez só, no escritório. Certa de que graças a sua prestimosa ajuda, uma alma atormentada, diante de nebulosa tempestade emocional, encontrou a luz da razão.

Amanda regressara de enlevado sonho. Sentindo a letargia do retorno ao mundo consciente da matéria, virou-se na cama e tornou a dormir. Após um breve cochilo, sem sonhos, acordou novamente. Sentou-se na cama, levantou-se. Caminhou nua até o banheiro e se entregou a demorada ducha que lhe despertou completamente.

Amanda era advogada e sozinha; Advogada na vida profissional e solitária na vida social, consequência lógica de uma sociedade líquida. A vida escorre por entre os dedos das mãos, diria Zygmunt Bauman.

O exercício da advocacia na área de família era para si importante lenitivo, haja vista, que auxiliar na restauração do santuário doméstico de seus clientes, lhe trazia grande satisfação pessoal. Muitos dos problemas que chegavam a si acabavam resolvidos ali mesmo, no escritório, no trato entre as partes. A advocacia era, para Amanda, uma atividade que ia muito além da ação profissional, era uma forma de tornar o mundo um lugar mais justo e equilibrado.

Chegando ao escritório, onde trabalhava sozinha, ligou o computador e passou a ler as notícias do dia.

A violência própria dos noticiários sempre a estarrecia. – Ora, quantas boas ações acontecem no mundo, a todo instante, sem, no entanto, ganhar visibilidade.

Certamente que, para cada policial corrupto ou homicida, devem existir milhares de outros policiais corretos e humanistas. Para cada criatura empobrecida que se perde na toxicomania, existem outras tantas que a elas dão apoio. Para cada ato ilícito cometido, milhares são os gestos de fraternidade que passam anônimos a grande mídia. Por quê? Por que essa predileção pela morte e pela desgraça? Por que essa vontade de espalhar a desgraça sem atentar para a harmonia? Bom seria, se a cada quilo de adubo explicito na mídia, germina-se uma flor para aromatizar o dia.

Atordoada, Amanda, após tantas informações sobre violência, a fim de extrair uma flor de onde fosse possível, passou a ler um texto de sua predileção, salvo no computador.

Logo, abstraiu-se, e deixou-se levar pela narrativa do livro em PDF, Missionários da Luz1 livro psicografado por Francisco Candido Xavier. De onde extrai importante nota para o seu dia:

1Se o braço humano modifica a estrutura geológica do Planeta, rasgando caminhos novos, construindo cidades magníficas e proporcionando fisionomia diferente ao curso das águas da Terra, intensifiquemos nosso esforço espiritual, renovando as disposições milenárias do pensamento animalizado do mundo, construindo estradas sólidas para a fraternidade legítima, concretizando as obras de elevação dos sentimentos e dos raciocínios das criaturas e formando bases cristãs que santifiquem o curso das relações entre os homens!

Amanda, após abstrai-se de toda violência exposta pela mídia, congregou-se com os ensinos evangélicos que pregavam a renúncia de sua personalidade solitária, e assim, deste modo, estava pronta, mais uma vez, para ser, um instrumento a serviço da pacificação social.

Por mais que a atividade da advocacia não lhe proporcionasse uma vida de conforto, haja vista, que seus clientes muitas vezes sequer precisavam acionar o judiciário, tal qual a habilidade da advogada em compor as partes, a vida modesta que levava, era para si o suficiente para ser feliz, pois estava satisfeita em fazer da sua existência um instrumento de utilidade para a sociedade.

Não tardou e, passadas as primeiras horas daquela manhã, entrou em seu escritório uma mulher jovem, aos prantos. – Doutora, preciso de seus serviços, meu esposo, ensandecido, me agrediu violentamente. – Chegou a casa embriagado e, diante da minha recusa em manter núpcias, violentou-me!

O caso era estarrecedor, indo muito além das lides de família a qual Amanda estava acostumada. Aquela pobre criatura precisava ir a uma delegacia de polícia e denunciar o ocorrido. Todavia, primeiro, precisava acalmar-se, pois, ao relatar o ocorrido, tamanho era o seu trauma, que reviveu em sua mente os momentos de horror e, em situação desalentadora, verteu copioso pranto.

Amanda tentou acalmá-la. – Querida, primeiramente, me diga o seu nome.

– Meu nome? – Julia!

Amanda, selecionando cuidadosamente as palavras, obtemperou: – Veja, isto que lhe ocorreu, é sim, muito grave. Você não deve se acovardar diante do mal suportado. Por mais que você tenha, ao longo dos anos, desenvolvido grande apreço pelo seu esposo, ele violou seu corpo, desrespeitando-a em sua intimidade sagrada, e por todo este mal praticado, deve pagar. Primeiramente, com a perda de seu respeito e admiração, depois, com as consequências legais de seu ato criminoso.

Julia, após ouvir atentamente, ponderou: – Não posso denunciá-lo. – Eu o amo! – Quero apenas o divórcio, e tudo, doutora, tudo o que ele tem.

Julia, na realidade, surpreendera o esposo com outra mulher, sem, no entanto, que o adultero a visse. Assim, retornou para casa e, tomada pelo ódio do momento, não pode pensar em outra coisa que não a desforra.

Desestabilizada emocionalmente, entregou-se a um antigo namorado com quem mantinha contato pelas redes sociais. Na mesma noite, entretanto, arrependeu-se da vingança nupcial e, maculada pelo erro que também cometera, lançou sobre o marido a culpa pelo próprio adultério, julgando-se violentada duplamente. Pelo marido infiel a cortejar outra mulher, e por ter se entregado sem amor e sem desejo a alguém do passado.

Neste momento, Amanda, sabidamente, ofereceu um copo de água com açúcar, e passou a acalmar a pobre moça, dizendo-lhe que, se não fosse de sua vontade ir até a delegacia naquele momento, tudo bem, poderiam ir juntas depois do almoço. Mas que agora, recompondo-se, ela pudesse lhe contar acerca de sua vida conjugal.

Julia, sentindo-se imantada pelo magnetismo generoso da advogada, acaba por lhe revelar a verdade, confessando, após longas minúcias, que sequer amava de verdade o esposo, e que toda a sua revolta e consternação, fora consequência de seu orgulho, este sim, verdadeiramente violentado pela sua vaidade.

- Doutora, obrigada. – Talvez, todo o ocorrido seja fruto de nosso distanciamento afetivo, eis que eu e meu esposo estamos vivendo um matrimonio social. – Parece que nos esquecemos que o amor esta além das máscaras sociais. – Vou repensar minha vida e, se necessário, voltarei a procurá-la. – Obrigada novamente, e adeus!

Amanda esta outra vez só, no escritório. Certa de que graças a sua prestimosa ajuda, uma alma atormentada, diante de nebulosa tempestade emocional, encontrou a luz da razão.

Da estória supra se extrai a importância da atividade da advocacia na sociedade, e neste aspecto, a importância de uma base humanista nas faculdades de direito, em detrimento de um ensino eminentemente tecnicista. O advogado (a) deve ser sensível aos conflitos da psique humana.

O exercício da advocacia é imprescindível a manutenção da justiça e da paz social, haja vista, que notadamente, diante de uma sociedade plural e complexa, com valores muitas vezes antagônicos, os conflitos de toda ordem clamam por soluções pacificas, sob pena de que a humanidade volte a viver dias de agonia, imersa na intolerância e na incompreensão diante do outro.



1 Missionários da Luz, Francisco Candido Xavier, pg. 101

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1 - Todos os artigos podem ser citados na íntegra ou parcialmente, desde que seja citada a fonte, no caso o site www.jurisway.org.br, e a autoria (Nelson Olivo Capeleti Junior).
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