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É grande e recorrente o deslocamento de pessoas que fogem da guerra, da fome, das ameaças, da condição precária de vida, do medo, e da perseguição . Essa é a realidade de milhões de pessoas no mundo. Os Curdos são nosso exemplo de hoje.
Texto enviado ao JurisWay em 24/06/2016.
Chegou aqui no Brasil recentemente, uma jovem família de curdos. Região conhecida como Curdistão, que inclui partes do Irã, Iraque, Síria e Turquia.
Estão refugiados aqui em Brasília, na cidade satélite de Sobradinho, lugar onde permanecem por um certo período de tempo. O marido Shaswar e sua esposa Shoxan, que está gravida de oito meses, vem buscar uma nova esperança de vida para o bebê que irá nascer. Em sua região, no Curdistão, com as iminentes ameaças de ataques, as perseguições religiosas por grupos extremistas e a falta de condições mínimas de sobrevivência, os levam a fugir da sua terra natal.
Ao chegar aqui, depois de todo medo e incertezas vivenciados, encontram ainda mais obstáculos. No entanto, tudo tem sido compensado com a ajuda e apoio de voluntários e amigos que a família conheceu.
Eles não falam português, o que os impede de se comunicar melhor. Por esta razão, Shaswar não tem encontrado oferta de trabalho. Esse é o seu maior desafio desde que chegaram. As portas não tem se aberto para ele em três meses de busca, e as oportunidades ainda não apareceram. Shoxan também encontra problemas nas consultas do pré-natal por não entender a nossa língua, daí a falta de interação com o médico.
Nesse sentido, mais dificuldades vão surgindo, como por exemplo, o não acesso às orientações jurídicas, não acesso a serviços públicos, não acesso ao conhecimento da legislação protetiva e etc.
Lamentavelmente nosso país não tem dado um melhor suporte para os refugiados aqui chegados e não tem se mostrado muito eficiente no caso concreto dentro desse contexto de apoio tão necessário, visto que não há escolas suficientes onde possam aprender nosso idioma, e pouco, ou nenhum, apoio referente a conquista de um trabalho para sua subsistência.
Vale salientar, que é necessária a conscientização da população em geral, para que não haja discriminação com relação aos refugiados que chegam até nós.
Felizmente, a ajuda tem chegado de outras formas. O casal recebeu várias doações de roupinhas para bebê, fraldas, cesta básica e até de alguns móveis para casa tais como, um berço, um fogão e uma geladeira e, um amigo já se dispôs em levar Shoxan ao hospital assim que estiver para dar a luz.
O país juntamente com as ONGs, teem se esforçado para ajudar os refugiados, no entanto, ainda há carência no desenvolvimento de mecanismos para melhor integra-los, qual seja, o aumento de escolas que ofereçam o curso da língua portuguesa, maior divulgação de informações para os refugiados, conscientização da população em geral, e integração através de trabalho.
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