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DROGAS ILÍCITAS, ARMAS DE FOGO E CRIMINALIDADE INFANTO-JUVENIL
Texto enviado ao JurisWay em 30/10/2013.
DROGAS ILÍCITAS, ARMAS DE FOGO E CRIMINALIDADE INFANTO-JUVENIL
Por Carlos Eduardo Rios do Amaral
Não é novidade para ninguém que a sociedade civil e o Poder Público estão perdendo a guerra contra o narcotráfico e o consumo de drogas ilícitas. A droga e seus mercadores da morte, armados até os dentes, estão por toda parte. E a clientela não para de crescer, sempre renovada por novos desvairados.
Seduzidos pelo tráfico e o – aparente – ganho de dinheiro fácil e prestígio na comunidade local, crianças e adolescentes da periferia das grandes Cidades há muito tempo já trocaram pipas e bolas de futebol por papelotes de cocaína e pistolas de grosso calibre.
Se há alguns anos crianças e adolescentes eram vistos como aviões ou olheiros de bocas-de-fumo comandadas por adultos, hoje, a perda da infância, ocasionada pela completa ausência de uma estrutura familiar e de uma combalida política pública de enfrentamento ao tráfico de entorpecentes, tornou esses menores muitas vezes protagonistas desse funesto empreendimento.
É inaceitável em termos numéricos os muitos milhares de toneladas de drogas ilícitas e a vastidão de armas de fogo ilegais, muitas de uso restrito, que entram em território nacional, percorrendo longas distâncias em nossas rodovias federais e estaduais, de nossas fronteiras marítimas e terrestres até a esquina de nossas casas.
Não há outra alternativa, o futuro de nosso País são as crianças e adolescentes de nosso presente. Essas mesmas crianças que hoje abandonam seus estudos e seus lares para se dedicarem ao tráfico de drogas ilícitas, trocando tiros com a polícia e quadrilhas rivais, vivendo clandestinamente em suas comunidades. Para depois terem seus jovens corpos retirados de gavetões de departamentos médico-legais pela mãe ou serem sepultados como indigentes.
Deve toda a sociedade brasileira, sem isentar o Poder Público, aproveitando as recentes ondas das manifestações populares nas ruas, de muito ativismo e protestos, refletir a respeito das consequências da produção, consumo e venda de drogas ilícitas e contrabando de armas de fogo sobre a formação de nossas crianças e adolescentes. Certamente, esse é um problema de todos, que aflige o Brasil, devendo constituir nossa pauta prioritária de preservação dos direitos humanos.
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Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo, Titular da Defensoria da Infância e da Juventude na Comarca de Vila Velha
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