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TODOS TÊM ESTRELAS NA TESTA (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)


Autoria:

Carlos Eduardo Rios Do Amaral


MEMBRO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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Resumo:

TODOS TÊM ESTRELAS NA TESTA (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)

Texto enviado ao JurisWay em 28/09/2011.



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TODOS TÊM ESTRELAS NA TESTA (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)

 

Por Carlos Eduardo Rios do Amaral

 

Nessa minha primeira meia década de atuação na Lei Maria da Penha, na Defensoria Pública da Mulher e no Juizado de Violência Doméstica, no atendimento diário a cerca de mais de vinte mulheres sempre ouço a seguinte frase a respeito do monstro do lar – o agressor – :

 

“Mas Doutor! Ninguém tem estrela na testa!”

 

O agressor é usuário de drogas, bebedor compulsivo, gigolô que não quer saber de trabalho nem ajudar em casa, não gosta de passear, vive enfiado no botequim e nas bocas-de-fumo, deve ao tráfico, adúltero irrecuperável vivendo em zonas de prostituição, mal querido na comunidade, ladrão, entregue ao vício do jogo, entre outros milhares de adjetivos e expressões que já ouvi a respeito do diabo do companheiro.

 

E tudo isso, toda essa amarga e intragável qualidade do companheiro agressor só é notada depois da união?

 

Durante a fase da amizade, namoro e noivado todas essas qualidades e comportamento insuportável e bandido do agressor teriam passados despercebidos?

 

Ou será que a pobre e infeliz da vítima, quebrando a cara mesmo, descobriu para o que serve a amizade, o namoro e o noivado naquelas coisas que dizem respeito ao amor e a escolha de quem queremos viver para o resto de nossas vidas?

 

Não. Namoro e noivado não devem se resumir a idas ao cinema, sorveteria e bem-bom.

 

Casar é uma escolha difícil, demorada, que deve se arrastar durante anos a fio.

 

Como diz o título deste pequeno texto: todos têm estrela na testa. Não só uma, mas vários tipos de estrela. Uns chegam a ter um cometa que escorre até o pescoço.

 

Contrariando regras da óptica, até mesmo as estrelas apagadas podem ser vistas a olho nu na testa do pretenso e provável futuro amor.

 

Mas, se durante o namoro e noivado você não abrir os seus olhos, não ficar na ponta dos pés, para verificar que tipo de estrelas seu companheiro têm na testa, certamente você poderá ser surpreendida.

 

O ambiente de trabalho, as amizades, a igreja, a família, a comunidade, o botequim, o campo de futebol, o supermercado, a repartição, todos esses lugares e ambientes freqüentados pelo homem são propícios para se verificar quem é o seu amor, verdadeiramente. E devem ser visitados pela mulher, às escondidas, como uma espiã.

 

Lembre-se, para um artista difícil não é interpretar. Difícil é não estar interpretando. Essa máxima não vale só para o ator.

 

Quem anda com porco comerá farelo. Passarinho que dorme com morcego acordará de cabeça para baixo.

 

O porco e o morcego, assim como a pessoa virtuosa e honesta é uma questão de escolha. De demorada e paciente escolha.

 

Algo que é para sempre requer todo o cuidado do mundo. Reclama paciência de Jó.

 

Transformar o namoro e o noivado apenas numa fase de êxtase, luxúria e extravasamento de sensualidade ou carência poderá ter conseqüências desastrosas, muitas vezes irremediáveis.

 

Depois não vale dizer ao padre, ao juiz e ao gerente do banco que “ninguém tem estrela na testa”.

 

Você pode não admirar a astronomia, mas pelo menos observe as estrelas na testa dos outros.

 

Escolha o caminho da cautela e da prudência. É a única via que chega até a felicidade. Não ande jamais na contra-mão da vida.

 

Arrependimento não mata. Mas é muito doloroso. E, pensando bem, alguns arrependimentos matam, sim, de tiro, de faca ou de outro modo.

 

Seja feliz!

 

_______________  

 

Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo

 

 

 

  

 

 

 

 

 

  

 

 

 

   

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