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Considerações preliminares sobre a Filosofia da Religião


Autoria:

Gisele Leite


Professora universitária com mais de uma década de experiência em magistério superior, mestre em direito, mestre em filosofia, graduação em direito pela FND-UFRJ, graduada em Pedagogia pela UERJ, conselheira do INPJ.

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Resumo:

A Filosofia da Religião é um ramo da Filosofia que investiga a esfera espiritual do homem, ...

Texto enviado ao JurisWay em 02/03/2018.



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A Filosofia da Religião é um ramo da Filosofia que investiga a esfera espiritual do homem, partindo do ponto de vista da metafísica, da antropologia e também da ética. Suscita questionamentos muito relevantes tais como: o que vem a ser a religião?; Deus existe mesmo?; Há vida após a morte?; Se existe o bem, como se explica o mal?; O Diabo existe? Qual são as diferenças entre crença; fé e confiança?

 

 

 

Existem grande número de religiões que são compostas de distintas e variadas modalidades de adoração, rituais, ritos, mitologias e experiências espirituais, mas em geral para os estudiosos se concentram em pesquisar as principais vertentes espirituais tais como o Judaísmo, Cristianismo e o Islamismo, pois estas oferecem um sistema lógico e elaborado sobre o comportamento do planeta e de todo universo, enquanto as religiões orientais normalmente enfatizam uma determinada filosofia de vida.

 

 

 

Os filósofos possuem como finalidade descobrir se o olhar espiritual sobre o cosmos é realmente verdadeiro.

 

 

 

A filosofia da religião adota como instrumentos fundamentais a metodologia histórico-crítica comparativa que contrapõe as mais diversas religiões, espacial e temporalmente, para identificar suas semelhanças e similitudes e o que as distinguem, logrando identificar o principal núcleo dos eventos religiosos.

 

 

 

Buscou-se também as expressões utilizadas para se referir ao sagrado, estabelecendo o que possuem em comum, e sua origem antropológica, que resgata o passado espiritual dos povos ancestrais e dos contemporâneos, seus institutos, suas convicções, seus ritos e seus valores.

 

 

 

Cabe à Filosofia da Religião realizar uma correta associação destes distintos métodos, para assim perceber nitidamente o que é realmente essencial nas religiões.

 

 

 

Nas religiões vigentes no Ocidente há algo comum, a fé em Deus. A Divindade é vista como um ser sem corpo e eterno, criador de tudo que há, extremamente generoso e perfeito, todo-poderoso, ou seja, onipotente, conhecedor de tudo, portanto, onisciente, presente em toda parte, ou seja, onipresente. Tal é a imagem teísta de Deus, aquele que proclama sua existência.

 

 

 

São Tomás de Aquino defende pelo menos cinco argumentos a favor da presença de Deus no Universo, entre estes o ontológico, o cosmológico e o do desígnio. Tais ideias foram renovadas pelos pensadores modernos Alvin Plantinga e Richard Swinburne, que tornaram estes conceitos mais complexos.

 

 

 

A compreensão de Deus pode ser racional, portanto, do âmbito da Teologia Natural, ou percebida do ponto de vista da fé, constituindo a Teologia Revelada.

 

 

 

Antes do século XX, a trajetória filosofia ocidental procurava explicar alguns ângulos das tradições pagãs, do judaísmo e do Cristianismo, ao passo que no Oriente, em práticas espirituais tais como o hinduísmo, o budismo e o taoísmo, não é fácil perceber até que ponto a pesquisa seja de natureza religiosa ou filosófica.

 

 

 

É bastante difícil delimitar um objeto de estudo adequado, do ponto de vista religioso. E, segundo tais pensadores, mesmo que se alcance a escorreita caracterização de Deus, ainda resta encontrar a razão para se pretender sua existência.

 

 

 

Embora na Idade Média, tenham surgido muitas teorias que se pretendem capazes de provar que Deus existe, a partir do século XVIII houve uma virada na mentalidade humana e, muitos dos argumentos defendidos na Idade Média perderam sua validade.

 

 

 

Desta forma, foram muitos filósofos religiosos possuíram suas prevenções contra a cultura religiosa popular, tal como Kant, Feuerbach, o qual estimulou o estudo das religiões do prisma sociológico e antropológico destas convicções espirituais, caminho seguido até hoje pela maioria dos filósofos desta disciplina.

 

 

 

A filosofia da Religião, enfim, corresponde a uma das divisões da filosofia que tem por objetivo o estudo da dimensão espiritual do homem desde uma perspectiva filosófica (metafísica, antropológica e ética), indagando e pesquisando sobre a essência do fenômeno Religioso. E, em síntese, sua principal pergunta é: "O que é religião?".

 

 

 

Até o século XX, a história do pensamento filosófico ocidental encontrava-se intimamente associada às tentativas de esclarecer certos aspectos do paganismo, do judaísmo e do cristianismo, enquanto que em tradições como o hinduísmo, o budismo ou o taoísmo, há uma distinção apesar de que seja pequena entre a investigação filosófica e a investigação religiosa.

 

 

 

O problema clássico de conceber o objeto apropriado para a crença religiosa consiste em compreender se é mesmo possível lhe atribuir algum termo: fará sentido dizer que esse objeto cria e conhece coisas, que deseja certos acontecimentos, que é bom ou providencial, que é uma ou muitas coisas?

 

Na chamada teologia negativa se afirma que Deus só pode ser conhecido quando negamos que os termos vulgares possam ser-lhe aplicados; outra sugestão influente é a de que os termos vulgares só podem ser usados metaforicamente, não existindo qualquer esperança de eliminar tais metáforas. Mas, mesmo que se atinja a uma descrição exata do Ser Supremo, continuamos com um problema de encontrar um motivo para se supor que exista algo correspondente a essa descrição.

 

 

 

Já na era medieval há maior fertilidade entre as pretensas demonstrações da existência de Deus, como as cinco vias defendidas por São Tomás de Aquino, ou o argumento ontológico de Santo Anselmo. Tais provas deixaram de ter ampla aceitação desde o século XVIII, embora ainda convençam muitas pessoas e pensadores.

 

 

 

Geralmente os filósofos são cautelosos em relação às manifestações populares da religião. E, Kant foi um simpatizante da fé religiosa, distinguiu várias perversões dessa fé, como a teosofia (uso de concepções transcendentais que confundem a razão), a demonologia (favorecimento de concepções antropomórficas do Ser Supremo), a teurgia (ilusão fanática de que esse ser pode nos comunicar sentimentos ou de que podemos exercer influência sobre Ele) e a idolatria ou delusão supersticiosa que podemos nos tornas aceitáveis perante o Ser Supremo através de outros meios que não o ter moral no coração (Crítica da faculdade do juízo).

 

 

 

Porém, tais tendência para o contata têm se tornado cada vez mais relevantes na teologia moderna. Desde Feuerbach há crescente tendência na filosofia da religião em se concentrar nas dimensões sociais e antropológicas da crença religiosa, daí identificamos o jogo de linguagem para conceber como manifestação de várias necessidades psicológicas humanas explicáveis.

 

 

 

Outra reação consiste numa fuga para o elogio do comprometimento existencial puramente subjetivo, relacionado ao existencialismo de Kierkegaard. Porém, o argumento ontológico continua a atrair a atenção e as tendências antifundacionalistas da epistemologia moderna não são inteiramente hostis às pretensões cognitivas que se baseiam na experiência religiosa.

 

 

 

Todas as religiões do Ocidente possuem um ponto em comum: a fé em deus. Mas, a divindade é um ser sem corpo e que possui vida eterna, visto como o criador de todas as coisas. E, para a maioria das religiões, Deus é generoso, perfeito, onipotente, onisciente e onipresente. Tudo pode, tudo sabe e está em todos os lugares.

 

 

 

As principais obras são as de Santo Agostinho que pertencia à Patrística e as de Santo Tomás de Aquino que pertencia à Escolástica.

 

 

 

A Patrística é a designação que se dá ao conjunto de produções intelectuais a respeito da revelação cristão, a maior parte destas de autoria de padres que perceberam a necessidade de argumentação racional para consolidar os preceitos cristãos entre as autoridades e o povo.

 

 

 

Santo Agostinho foi seu principal expoente, estabelece que a principal diferença entre a fé e a razão é que, pela fé, conseguimos compreender coisas inalcançáveis por meio da razão. Mas isso, não torna a fé e a razão contraditórias. Pois para o filósofo, a fé revela as verdades de forma intuitiva, verdades que são confirmadas pelo exercício racional.

 

A alma humana somente poderia conhecer a verdade das coisas se fosse iluminada por deus.

 

 

 

A Escolástica é o termo que designa a reunião de obras filosófico-teológicas escritas a partir do século IX por consequência do projeto esse conhecido como renascença carolíngia.

 

 

 

Nas escolas fundadas por Carlos Magno eram ensinadas as matérias, submetidas à teologia, que são: a gramática, a retórica e a dialética (a reunião das três era conhecida como trivium) e o quatrivium era composto de geometria, aritmética, astronomia e música.

 

 

 

O período escolástico pode ser didaticamente dividido por três fases, a saber: a primeira fase, que vai do século IX ao XII que era caracterizada pela harmonia entre a fé e a razão; a segunda fase ia do século XII até o século XIV, considerava-se que a harmonia entre a fé e a razão que pode ser parcialmente obtida; a terceira fase, ia do século XIV até XVI sendo caracterizada pela percepção das diferenças fundamentais entre fé e razão.

 

 

 

A obra de Santo Tomás de Aquino pertence à segunda fase e pretendia retomar o pensamento aristotélico para explicar os principais pontos da fé cristão. E, ao fazê-lo, criou um sistema próprio, dentro do qual logrou em elaborar cinco provas racionais sobre a existência de Deus. E, por esse motivo foi reconhecido e proclamado como Doutor Angélico e o Doutor por Excelência pela Igreja Católica.

 

Sua extensa obra foi considerada inclusive um argumento a favor de sua canonização.

 

 

 

A importância dos argumentos de São Tomás de Aquino, apesar de serem refutados, para a questão de conciliação entre a fé e a razão é que eles negam: a possibilidade de se conhecer a Deus, sem passar pelo mundo sensível, isto é, por meio de experiência direta; que só se pode conhecer Deus pela fé.

 

 

 

A busca científica encontra legitimidade também na filosofia tomista, pois, se o Criador deixa suas marcas em tudo o que cria, o interesse pela investigação corresponde à intrínseca necessidade do homem em conhecê-lo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para o filósofo germânico Nietzsche, o cristianismo reforçou habilmente a moral dotada de submissão, pecado e culpa.

 

 

 

E o filósofo ainda apontou que a tradição ocidental trouxe o resultado de enfraquecimento que é distinta do Estado Grego que reunia, pelo espírito guerreiro de seu povo e de uma religião que não tentava domesticar, as condições para o aparecimento da tragédia, maior expressão artística dos helenos.

 

 

 

Destacou Nietzsche que os helenos não se referiam aos deuses como se fossem acima de si, ou seja, não tinham uma relação de submissão em relação a eles. Os deuses serviam como um exemplo do melhor que os humanos poderiam alcançar, um ideal, diferente do cristianismo que, em suas palavras “esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um profundo lamaçal”.

 

 

 

Um aspecto relevante da religião grega era a inexistência de um livro sagrado.

 

 

 

As crenças eram difundidas com uma visão não dogmática e sem uma autoridade que teria o direito de proteger os dogmas.

 

 

 

Enfim, pode-se caracterizar melhor a filosofia da religião como sendo o exame crítico das crenças e dos conceitos religiosos fundamentais, há um exame crítico de conceitos como Deus, fé, noção de milagre e a ideia de onipotência.

 

 

 

Referências:

 

DOS SANTOS, Wigvan Junior. Filosofia da religião. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/filosofia/religiao.htm  Acesso em 15.09.2017.

 

ROWE, William L. Introdução à Filosofia da Religião. Tradução Vítor Guerreiro. Revisão Científica de Desidério Murcho. 4ª edição. Oxford: Oxford University Press., 2004.

 

SANTANA, Ana Lucia. Filosofia da Religião. Disponível em: http://www.infoescola.com/filosofia/filosofia-da-religiao/  Acesso em 15.09.2017.

 

 

 

 

 

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