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Texto enviado ao JurisWay em 17/02/2017.
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Ao iniciar os estudos no decorrer do primeiro período do ensino superior da faculdade de Direito, uma matéria específica acabou por chamar a minha atenção, juntamente com um autor e sua linha ideológica.
Por meio da disciplina Teoria Geral do Estado (TGE) e do estudo da obra "Teoria geral da política: a filosofia política e as lições dos clássicos", do autor Norberto Bobbio, foi possível perceber o verdadeiro significado e a verdadeira essência do poder e da política, sendo ambos "instituições" sólidas, valorativas e responsáveis pelo regimento de toda uma sociedade. Em função de uma grande e forte influência dessa disciplina, a capacidade de percepção e de crítica diante das sociedades atuais e clássicas, das formas de governo, condutas de líderes e chefes de estado, populações, se alterou ou poderá ainda ser alterada.
Max Weber, ao dissertar sua teoria sobre o que é Poder e suas respectivas subdivisões, conseguiu influenciar fortemente os modos de governo e, inclusive, na linha de pensamento das sociedades e comunidades de forma geral. Sendo assim, tornou-se impossível não entrar, mesmo que seja o mínimo, no campo da política, ao se falar de Poder e Dominação, pois, na concepção do aludido filósofo, ao se falar que um indivíduo detém Poder, é perfeitamente possível exercer a Dominação, e de forma quase lógica, por meio da Dominação, é possível fazer política e vice versa.
Weber foi um pensador alemão diferenciado. Nasceu filho de burgueses e, diferentemente dos demais pensadores contemporâneos a ele, utilizou das ciências humanas como uma espécie de alicerce extremamente fundamental para suas teorias, vez que para ele, o Poder e a Dominação estão estritamente interligados à Política.
Partindo da premissa de que Poder, Politica e Dominação estão sempre conectados, há de se traçar um paralelo com o Direito. Pode-se, talvez, definir superficialmente o Direito, como sendo uma ciência social bastante sólida, e um importante objeto/instrumento pacificador que pode ser utilizado tanto para a dominação, quanto para a libertação. Dito isso, a relação deste, com o Poder é também bem específica e íntima.
Pensando ainda como estudante de Direito, o estudo aprofundado sobre o autor Norberto Bobbio e, nesse sentido, o também estudo do filósofo e escritor Max Weber, poderia levar a uma significativa contribuição político-social, de modo a colaborar com o desenvolvimento de uma postura mais retilínea e ilibada da atual sociedade, além de estimular ainda mais o senso e noção de Política e Direito.
Os temas Política e Poder são tão amplos e tão complexos, que passam inclusive pelos conceitos e paradigmas da Ética, do Costume e do Respeito (que não serão abordados nesse composição publicada). Dessa maneira, tais temas não poderiam também deixar de ser polêmicos. Até onde deve se considerar o limite do Poder, para que não se confronte diretamente com os limites da Ética e Respeito? Os valores individuais podem ser colocados em supremacia em relação aos valores sociais?
Em síntese, tanto a disciplina Teoria Geral do Estado, quanto a Ciência Política, são de fundamental importância para a formação de um senso cívico/cidadão de cada indivíduo. Individuo esse capaz de pensar e executar aquilo o que ele julga bom e possível de ser aplicado no meio no qual ele vive. Somente será possível obter uma boa formação e adquirir bons conhecimentos políticos se as aludidas disciplinas forem levadas a sério pelo indivíduo que as ensina, pelo indivíduo que as estuda e pela sociedade como um todo.
Apesar de ser clichê, é sempre importante salientar que ter conhecimento nunca é de mais, ainda mais em se tratando de conhecimentos políticos, sociais, jurídicos e éticos. A Política é algo de que não se pode fugir. Está no cotidiano, nas mais difíceis e nas mais simples coisas. Mesmo quando se diz e se escuta que alguém não gosta de Política, ou que não entende de Política, o ato desse indivíduo é político, haja vista ter ele optado por se abster em função de suas crenças ou ideologias.
Assim sendo, ao seguir essa linha de raciocínio, seria interessante uma conscientização coletiva, no sentido de que a Política faz parte da realidade de todos, e que não ha motivos suficientemente fortes para ignorá-la, mas sim, buscar entender mais, compreender de forma mais efetiva.
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