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Resumo:
O presente trabalho aborda o papel social da Extensão Universitária da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), através do Projeto Unimontes Solidária (Unisol), com enfoque na gestão do conhecimento e no resgate das relações interpessoais.
Texto enviado ao JurisWay em 02/07/2016.
Última edição/atualização em 03/07/2016.
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O PAPEL SOCIAL DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO E NO RESGATE DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Carla Eloisa Mendes Santos Oliveira[[1]];Flávia Aparecida Moreira[[2]];GilméciaLaiane Campos[[3]].
Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo abordar o papel social da Extensão Universitária da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), através do Projeto intitulado Unimontes Solidária (Unisol), com enfoque na gestão do conhecimento e no resgate das relações interpessoais. Nesse sentido serão apresentados alguns dos resultados dos atendimentos da Unisol no Município de Joaíma-MG, no período de 20 a 29 de Janeiro de 2014. A sistematização metodológica vinculou a atuação de diversos atores sociais, na prestação de serviços voluntários e, consiste na intervenção assistencial a partir de um contato humanizado com o público- alvo. Como resultante, a extensão universitária mostrou-se uma ferramenta hábil à inclusão digital e à produção jurídica, parametrizadas na gestão do conhecimento e no resgate das relações interpessoais. Tão logo a informação foi gestada, um novo saber jurídico e tecnológico produzidos, em um ato de solidariedade.
Palavras chave: Extensão Universitária, inclusão social, solidariedade.
I- INTRODUÇÃO
Nos dias hodiernos, tornou-se evidente a importância das atividades de extensão universitária no âmbito das instituições de ensino, uma vez que, é um instrumento que possibilita a correlação entre os universos teórico e prático.Se antes o âmago da produção científica pertencia à pesquisa, atualmente, produção científica e extensão, quando somadas, efetivam um conhecimento maduro, alicerçado na valorização da diversidade e do individuo.
Ademais, a responsabilidade social, sob a ótica da extensão, ganha um cunho solidário ao passo que eleva os atores sociais a novos patamares do saber.Sendo que o objetivo principal da atividade extensionista é reduzir a exclusão e as disparidades regionais, colocando a serviço das comunidades o conhecimento que é produzido nas instituições de ensino.
Reportando ao valor dessa tendência para a Unimontes, esta universidade é destaque em matéria de extensão e pesquisa. Localizada na Cidade de Montes Claros- MG, a instituição tem um corpo docente e discente comprometido com as mazelas sociais, sobretudo, da região do noroeste, do norte de Minas Gerais e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.Por assim ser, foi criado o projeto Unimontes Solidária que consiste em uma ação social de cunho assistencialista, voltada para a prestação de serviços voluntários, em cidades carentes.
Ressalta-se que, os pontos destacados neste trabalho visam demonstrar o papel da extensão universitária na gestão do conhecimento e no resgate das relações interpessoais, a partir das impressões de 03 (três)acadêmicas da Unimontes. Sendo 01(uma) do curso de Sistemas de Informação, 01 (uma) do curso de Engenharia de Sistemas eoutra do curso de Direito. E foram construídas a partir das experiências vivenciadas na 19ª edição da Unisol, no Município de Joaíma-MG.
A interdisciplinaridade entre a área tecnológica e de direitos humanos, possibilitou uma macro visão do cenário social de Joaíma- MG. A partir de uma conexão funcional, traduzida pela transferência de conhecimento de uma forma humanizada e, ao mesmo tempo com o dinamismo e a contemporaneidade próprios das ciências tecnológicas. O que permitiu a identificação de lacunas no acesso à informação, que por um lado cerceavam direitos fundamentais e por outro lado impediam a gestão e difusão do conhecimento através da informação.
II- METODOLOGIA
A Unisol, geralmente, é realizada no período de férias escolares e a edição, em análise, ocorreu entre os dias 20 a 29 de janeiro de 2014. Sendo que o dia 20 foi destinado ao trajeto até o local dos trabalhos.No dia subsequente, foram feitas visitas domiciliares que aliadas à prévia divulgação dos administradores públicos, possibilitaram que a população local tomasse conhecimento da presença do Projeto, bem como, do cronograma de atividades.
No que tange às estratégias para fortalecimento das relações interpessoais, o estreitamento de laços foi utilizado como um instrumento hábil ao resgate e promoçãodos valores do ser humano, ao passo que, possibilitou a gestão da informação. Isso com a finalidade precípua de se produzir nas relações sociais e no ciberespaço, um diálogo onde a educação pudesse ser concebida como um ato político, um ato de cidadania e de autonomia de pensamento, de liberdade e de expressão.
Aduz a Constituição Federal do Brasil de 1988,em seu artigo 5º, inciso IX, como direito fundamental, as liberdades de comunicação e de expressão, que por sua vez, asseguram a construção da humanidade de forma dinâmica e pluridimensional. Assim expõe:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Nesse escopo é possível corroborar que a transmissão do significado, no plano material, das garantias, retro- transcritas, é capaz de posicionar e dignificar cidadãos antes, desconhecedores até mesmo dessa condição.E com a transferência dos conhecimentos básicos produzidos na Universidade, acerca dos mecanismos de acesso à justiça e da apresentação dos direitos fundamentais, propriamente ditos, ocorre a gestão da informação que é transformada em conhecimento.
A partir dessa sistemática metodológica, há o nascimento de uma relação interpessoal, que conforme o pensamento Piagetiano vai além de apenassaber o que existe em determinada cultura, pois se estende ao tipo de relação interpessoal por meio do qual o patrimônio cultural é transmitido.Tão logo, a informação incipiente acerca da existência de uma justiça e de que há um meio de acessá-la é gestada e tem-se a produção de um saber que permite a busca dos direitos. Rompe-se o statu quo de exclusão social ao passo que resgata- se a cidadania.
Dentre as atividades desenvolvidas, também, foi realizado o projeto "Inclusão Digital", cujo público alvo, foram jovens de 10 a 18 anos. Para isso foi necessário a utilização de laboratórios de informática e telecentros. Inicialmente, foi pedido aos participantes que fizessem um breve relato da relação e do acesso ao computador e se possuíam a máquina, em casa.
Assim, obteve-se a conclusão de que90%não sabiam como usá-lo e que não tinham em casa, 5% já haviam tido um rápido contato e os outros 5% sabiam manuseá-lo. Em seguida, o tema abordado foi rede social. Um novo questionário foi feito, no qual as principais indagações foram se sabiam o que era uma rede social e se possuíam alguma.Em percentual, 100% dos participantes responderam afirmativo para ambas as perguntas. Todavia, no que se refere ao meio de utilização, 90% pontuaram o acesso através de aparelho celular. Os 10% restantes, utilizavam tanto dispositivos móveis quanto computadores para navegarem pelas redes sociais.
As práticas adotadas foram as funcionalidades do computador e as noções básicas de informática, isso se fez necessário, pois, evidenciou-se uma discrepância entre o domínio de acesso às redes sociais, nos quais navegam com fluidez através do celular e as noções básicas de informática, ausentes no cotidiano deles.
Foram utilizados softwares educativos para auxiliar nas pesquisas, método que confere o desenvolvimento e a organização do pensamento. Aguçou-se, também, a criatividade e o raciocínio, através de jogos educativos, como jogos de memória e de perguntas. Dessa forma criou-se a possibilidade de aprenderem “brincando”, em um universo favorável à construção do próprio conhecimento.
III- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maior “expressão de resultado” da Unimontes Solidária, em Joaíma- MG foi:
“o sorriso perceptivo estampado no rosto dos gentílicos de Joaíma, ao atendimento de suas necessidades, somado à boa disposição de todos, ao se envolverem nas atividades propostas pela equipe extensionista, corroboraram para avaliação e conclusões positivas sobre a excelência do trabalho desenvolvido na região.”( FROES, 2014, p. 2)
A despedida calorosa, a individuação de cada agradecimento, os pedidos de retorno, as cartinhas das crianças, o prazer com que posaram para a fotografia após a consulta jurídica, na qual muitas vezes, foram esclarecidos dilemas que sucumbiram a integridade e a dignidade daquele povo por anos, sem que nada fosse feito.
No que tange ao projeto "Inclusão Digital", o principal desiderato, foi alcançado. Qual seja: expor para os jovens a necessidade do conhecimento acerca da utilização do computador como ferramenta de aprendizagem e, não somente para acesso àinternet para se conectarem às redes sociais. E ainda, estabelecer a distinção de funcionalidades entre a tecnologia móvel e o computador que é uma ferramenta de suma importância na sociedade.
Destarte, ficou posicionada aimportância do uso de tecnologias no cenário globalizado, no qual o desenvolvimento célere torna o conhecimento e as tecnologias já existentes, muito obsoletos, em um curto espaço de tempo, sendo necessária uma constante busca de informações.
IV- CONCLUSÃO
A expressão assumida pela extensão universitária tem como base o reconhecimento da sua importância na formação intelectual e ético-solidária do acadêmico, uma vez que lhe proporciona condições capazes de exercer sua autonomia na produção do conhecimento e de sensibilização para as questões sociais, promovendo uma melhor qualificação.
Solidariedade na gestão de conhecimento e no resgate das relações interpessoais se traduz em humanização, sobretudo, do acadêmico enquanto ator social. Isso é extensão. Fazer pelos carentes de afeto e de informação, com o merecido respeito, uma ação de integração social que não se consumaria sem tal intervenção. Onde mais há falta maior a responsabilidade na tentativa de se levar completude.
V- REFERÊNCIAS
BRASIL (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil.(CRFB), 14ª ed. Yussef Said Cabali (org). São Paulo, RT, 2012.
CARNEIRO, Jair Almeida; COSTA, Fernanda Marques da; LIMA,Carolyne César,CORRÊA, Edison José; CUNHA, Eleonora Schettini Martins Cunha; CARVALHO, Alysson Massote (org). [Re]conhecer diferenças construir resultados. Brasília: UNESCO, 2004.
LOSSO, Renata. Crianças X computadores: benefícios e males da era tecnológica. Disponível em: <http://delas.ig.com.br/filhos/criancas-x-computadores-beneficios-e-males-da-era-tecnologica/n1237749844018.html>. Acesso em: 13 de fevereiro de 2014.
MATTEI, Claudinéia. O prazer de aprender com a informática na educação infantil. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/novembro2011/pedagogia_artigos/ainformedinf.pdf>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2014.
OLIVEIRA, Edilson Moreira de; ALMEIDA, José Luis Vieira de; ARNONI, Maria Eliza Brefere. Mediação dialética na educação escolar - Teoria e prática,1ª ed. São Paulo: Loyola, 2007.
OTAVIANO, Marcelo Resende; FRÓES, Gilson José.Unimontes Solidária: Interação Comunitária e Prática Médica com a Extensão, Revista Brasileira de Educação Médica, Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbem/v35n2/19.pdf/>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2014.
REAL, Conceição de Maria Campinho Rabello Corte; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros Reflexões sobre a Linguagem como Atividade Sociocognitiva Adjuvante no Processo Educacional. Disponível em:
RONZELLI, Pedro Junior. A extensão universitária. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/extensao_universitaria.html>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2014.
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