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As dificuldades da docência intelectual no ensino superior brasileiro


Autoria:

Tatiana Takeda


Tatiana de Oliveira Takeda é advogada, professora do curso de Direito da PUC/GO, assessora do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, articulista de sites e revistas jurídicas, mestre em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento, especialista em Direito Civil, Processo Civil e Gestão Ambiental e Pós-graduanda em Direito Imobiliário.

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Texto enviado ao JurisWay em 12/05/2009.



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AS DIFICULDADES DA DOCÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

Tatiana de Oliveira Takeda é advogada, assessora no Tribunal de Contas do Estado de Goiás,

professora do curso de Direito da Universidade Católica de Goiás,

especialista em Direito Civil e Processo Civil e mestranda em

Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento

 

Com a modernidade, passou-se a cobrar de todas ações humanas mais agilidade, mais praticidade e mais dinamismo. O que estava em voga eram a produção em série, aumento do conhecimento e, especialmente, o conhecimento técnico-científico. Em meio à sedução pelo capital, a modernidade, contraditoriamente, sempre cobrou a ética, a solidariedade e a justiça de cada cidadão.

As escolas e as universidades, como instituições responsáveis pela formação intelectual e social do indivíduo, ganharam papel de grande destaque, vez que receberam a responsabilidade de moldar os futuros cidadãos para a sociedade moderna e seu mercado. A princípio, o papel das universidades é entregar o indivíduo ao mercado de trabalho para que se sustente e envelheça financeiramente tranqüilo.

Entretanto, esta missão de transformar a didática de ensino e o método de disciplina, já consagrados, repentinamente para atender aos anseios e o mercado de trabalho do capitalismo foi e continua sendo tarefa árdua e sofrida para as instituições de ensino superior. As universidades públicas, principalmente, tiveram que enfrentar um processo de redefinição.

A partir da década de 70, as universidades brasileiras tornaram-se instituições complexas, na medida em que ampliaram consideravelmente o número de alunos, de docentes e de funcionários, multiplicaram o número de funções e cargos administrativos, assim como o número de instâncias e órgãos decisórios.

Registre-se ainda que já nos anos 90, a educação superior no Brasil passou por outras mudanças ainda não totalmente compreendidas. O extraordinário aumento da demanda por vagas e seu atendimento por um crescente e pouco controlado número de instituições particulares têm sido marcas muita claras dos últimos tempos, juntamente com o declínio relativo da participação das universidades públicas na formação de pessoal de nível superior.

Embora o incremento do processo de burocratização das universidades brasileiras coincida com o seu processo de modernização, esses processos não foram acompanhados de uma maior racionalização real do sistema universitário.

Na verdade, além da maioria das instituições estarem realizando um mecanismo de controle burocrático muito grande sobre o trabalho intelectual, elas acabam também por produzir um conformismo e uma identificação de certos professores em relação às práticas burocráticas, ou seja, ela também produz o burocrata profissional, totalmente identificado com a estrutura burocrática.

Neste contexto, parte substancial dos professores deixaram de ser valorizados e sofreram achatamento salarial, tendo que procurar outros tipos de trabalho. Não se pode negar que foram forçados a deixar a docência para um segundo plano.

Hoje, o mercado capitalista exige ainda mais do acadêmico, exige que o mesmo saiba pensar e criar de forma independente além de inovadora. Os alunos não devem captar somente as informações acadêmicas, mas sim, informações de todos os horizontes que o cerca. Por isso é que os professores nunca sentiram tanto a necessidade de estudar além de pesquisar e preparar aulas.

Não se pode negar que a necessidade da busca do conhecimento expandiu as universidades e na busca pela qualidade de ensino, é que se faz mister a qualificação de professores para o exercício da docência no ensino superior porque o educador precisa dar conta do complexo histórico de constituição da sua área do conhecimento.

O conhecimento é o horizonte norteador da intervenção na universidade no seu cotidiano e na sociedade, e o docente é o mediador dessa intervenção. Como titular do domínio desse conhecimento, o professor precisa ter compreensão aprofundada da sua área para poder introduzir o aluno no domínio dos métodos da ciência, não apenas obedecer aos ditames capitalistas. Ao lado do domínio do conhecimento científico específico da área, faz-se necessário, também, que o professor universitário tenha profunda competência pedagógica, como requisito indispensável para trabalhar a formação.

A contemporânea mecanização da docência exige da universidade brasileira uma profunda reformulação na política de formação docente. Para o melhor desempenho pedagógico dos professores, principalmente daqueles que se encontram em estágio probatório, as universidades precisam intensificar programas já existentes de acompanhamento pedagógico que possam oferecer cursos de aperfeiçoamento em metodologia do ensino superior, realizar encontros, estabelecer mecanismos de diálogo com os departamentos didáticos, no sentido de tentar superar a antiga dicotomia entre a formação técnica e a formação pedagógica.

É necessário, ainda, que a política de formação pedagógica de professores universitários deva preocupar-se também com as questões de valores éticos. Entende-se que a competência na docência encontra-se indissoluvelmente ligada com os sentimentos de valores. Isso porque a exigência da ação pedagógica sempre implica um dever-fazer e um dever-ser e relaciona-se com a formação.

Assim, os professores inseridos na docência de ensino superior precisam superar o estilo capitalista de catequização e estar preparados para trabalhar o conhecimento científico com os estudantes em formação, como também, influenciar a conduta destes, através da cultura da ética e da cidadania.

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