JurisWay - Sistema Educacional Online
 
É online e gratuito, não perca tempo!
 
Cursos
Certificados
Concursos
OAB
ENEM
Vídeos
Modelos
Perguntas
Eventos
Artigos
Fale Conosco
Mais...
 
Email
Senha
powered by
Google  
 

AS RELAÇÕES COMERCIAS E O BANCO COMO UM TERCEIRO DE BOA-FÉ


Autoria:

Yuri De Moraes Murano


YURI MURANO, ADVOGADO, FORMADO EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE ANHANGUERA -UNIDERP/MS

envie um e-mail para este autor

Outros artigos do mesmo autor

A BANALIZAÇÃO DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Direito Processual Civil

Lei de Tempo em Fila - Uma falsa proteção social
Direito Processual Civil

Outros artigos da mesma área

Em Defesa do Caso Soberanamente Julgado

Impenhorabilidade do Bem de Família

PROCESSOS CAUTELARES

Análise ao artigo 285-A do Código de Processo Civil: uma busca desenfreada pelo direito fundamental à efetividade da tutela jurisdicional em face das demais garantias fundamentais asseguradas pelo Estado Democrático de Direito.

A REFORMA PROCESSUAL CIVIL E SUAS IMPLICAÇÕES NO EMBARGO A EXECUÇÃO FISCAL.

COMPETÊNCIA E ARBITRAGEM NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Ilicitude das Provas

A SÚMULA VINCUNLANTE ANTES E APÓS A LEI N 11.417 DE 19.02.2006: análise do efeito das súmulas 282 e 356 no âmbito do recurso extraordinário

Breves anotações sobre o Novo Código de Processo Civil

A Exigência Das Peças Essenciais Para A Interposição do Agravo De Instrumento

Mais artigos da área...

Resumo:

Trata-se de um artigo que aborda as relações comerciais e o papel da Instituição Financeira

Texto enviado ao JurisWay em 29/11/2013.

Última edição/atualização em 13/12/2013.



Indique este texto a seus amigos indique esta página a um amigo



Quer disponibilizar seu artigo no JurisWay?

 

As Instituições Financeiras atuam em diversas relações comerciais, dentre as quais, esta a concessão de crédito a clientes, por intermédio de terceiros, empresas comerciais, que atuam no ramo de vendas de móveis planejados, agências de turismo, agindo como intermediador para aquisição de produtos, fornecendo o crédito, sem qualquer participação na relação jurídica entre o contratante e o contratado. 

 

O crédito é concedido ao contraente, mas sem qualquer negócio jurídico estabelecido junto ao Banco, este apenas outorga o crédito para uma relação contratual já existente, atuando como distribuidor monetário, para o cliente e uma empresa comercial.

 

 

Ocorre que estas relações comerciais formalizadas muitas vezes se desfazem, seja por vício, rompimento unilateral, desequilíbrio contratual, ficando a instituição fornecedora do crédito, que não faz parte da relação contratual originária, desprotegida, sem qualquer garantia de retorno do valor concedido. O beneficiário do crédito apenas cancela o pagamento, desfaz a transação com a empresa contratada, se esquivando da obrigação do crédito anteriormente adquirido.

 

 

As Instituições Financeiras ficam totalmente desamparadas, pois concedem crédito para financiar uma relação negocial entre partes distintas, legitimadas na maioria das vezes por boletos ou cheques pós-datados, não participam da relação negocial, mas ficam condicionadas ao risco de uma quebra de contrato, não recebendo os valores devidos, o cliente por desentendimento com a empresa contratante simplesmente cessa o pagamento junto ao Banco. 

 

 

O Superior Tribunal de Justiça, nos autos do Recurso Especial 612.423/DF, através do voto da Ministra Nancy Andrigui, confirmou que o possuidor do crédito de boa-fé, não pode ser restringido em razão as relações entre anteriores possuidores e o emitente do contrato. 

 

 

Seguindo esta teoria, as relações comerciais devem ser garantidas pelo princípio da abstração, não possuindo qualquer ligação com a causa que lhe deu origem, salvo se o terceiro possuidor tenha conhecimento do vício que o contamina, há uma desvinculação com o negócio jurídico originário, isto é, questões relativas a esse negócio jurídico subjacente não têm o condão de afetar o cumprimento da obrigação, ou seja, é dever do contratante liquidar o débito, mesmo com desacordo comercial com a contratada.  

 

O desacordo comercial se de fato existir, não exime o contratante de sua obrigação junto a Instituição Financeira, pois esta em nada participou para a desavença, apenas forneceu crédito, assumindo a relação com um terceiro de Boa-Fé, ou seja, a causa debendi originária não pode ser manifestada contra o terceiro legítimo portador do crédito.  

 

 

As Instituições Bancárias, ao concederem crédito a uma relação negocial já existente, apenas assumem a relação como um terceiro de Boa-fé, que contribuíram para aquisição de um produto ou coisa, não possuem responsabilidades por eventuais desacordos comerciais, devendo os contratantes se obrigarem a ressarcir o crédito concebido, independente de qualquer vício encontrado. 

 

A Boa-fé é tão presumida, que além do princípio da Abstração, o principio da Inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé, também assegura as instituições bancárias o direito ao recebimento do crédito, seja qual fora o motivo da quebra contratual anteriormente desfeita. 

 

O devedor, por mais coerente que for sua justificativa para se abster da obrigação de liquidação do crédito junto ao Banco, seja por desfazimento negocial com a empresa contratada, seja por vício no negócio entabulado, não pode alegar qualquer exceção pessoal, se este crédito na verdade estiver sido concedido por um terceiro, munido de boa –fé  como o Banco. 

 

 

O principio da Inoponibilidade das Exceções pessoais ao terceiro de boa-fé garante ao portador do crédito, no caso o banco, a segurança na aquisição de tal contratação, não podendo, o contratante devedor opor-se a tal acordo, uma vez que este exerce direito próprio, e não pode ser atingido por eventual vício existente na relação jurídica firmada entre ele e o produto eivado de vício adquirido. 

 

 

A relação comercial se desfez, no entanto, o Banco não pode ser compelido ao prejuízo por quebra contratual que não deu causa, pois apenas concede crédito para uma relação contratual já determinada, sendo totalmente justo o recebimento do crédito concedido independente de rompimento contratual.

 

 

Yuri Murano, advogado do Escritório Mascarenhas Barbosa & Advogados Associados.

 

Importante:
1 - Conforme lei 9.610/98, que dispõe sobre direitos autorais, a reprodução parcial ou integral desta obra sem autorização prévia e expressa do autor constitui ofensa aos seus direitos autorais (art. 29). Em caso de interesse, use o link localizado na parte superior direita da página para entrar em contato com o autor do texto.
2 - Entretanto, de acordo com a lei 9.610/98, art. 46, não constitui ofensa aos direitos autorais a citação de passagens da obra para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor (Yuri De Moraes Murano) e a fonte www.jurisway.org.br.
3 - O JurisWay não interfere nas obras disponibilizadas pelos doutrinadores, razão pela qual refletem exclusivamente as opiniões, ideias e conceitos de seus autores.

Nenhum comentário cadastrado.



Somente usuários cadastrados podem avaliar o conteúdo do JurisWay.

Para comentar este artigo, entre com seu e-mail e senha abaixo ou faço o cadastro no site.

Já sou cadastrado no JurisWay





Esqueceu login/senha?
Lembrete por e-mail

Não sou cadastrado no JurisWay




 
Copyright (c) 2006-2024. JurisWay - Todos os direitos reservados