Coceira nos olhos, desconforto em ambientes muito claros, visão turva. Homens e mulheres com mais de 60 anos são mais suscetíveis ao olho vermelho crônico — irritação causada, em geral, por infecções virais, como a conjuntivite ou a blefarite (inflamação nas pálpebras). Alergias e síndrome do olho seco também podem contribuir para o quadro.
— O problema se agrava no frio, tanto por causa do uso maior de aquecedores, quanto pela permanência maior em ambientes fechados, onde a contaminação por microorganismos é mais fácil — diz o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.
O tratamento é simples. Algumas mudanças de hábito ajudam a solucionar o problema e, em alguns casos, o especialista pode receitar antibióticos e lágrima artificial.
— Quando o olho já está irritado há mais de quatro dias, é hora de procurar o oftalmologista. Se for diagnosticado o olho vermelho crônico, será preciso um acompanhamento de seis em seis meses, para evitar recaídas — orienta Queiroz Neto.
Doença é mais frequente na mulher
Com a chegada da menopausa, por volta dos 50 anos, o organismo da mulher começa a produzir menos hormônios sexuais. Com o tempo, a taxa hormonal mais baixa, atrapalha a produção da lágrima, que funciona como um filme protetor dos olhos.
— As lágrimas têm diversas camadas. Uma delas é mais gordurosa e tem a função de evitar a evaporação. Nas mulheres acima de 60 anos, a qualidade dessa camada é um pouco afetada, e o olho resseca — explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.
Para a aposentada Clarisse Ferreira, de 81 anos, o olho vermelho crônico surgiu nessa fase. Tudo começou com uma irritação persistente, logo depois que fez uma cirurgia de catarata.
— O médico me passou um colírio porque meus olhos estão ficando muito secos. Eu faço excursões com amigos que fumam e acho que é a fumaça que provoca essa irritação. Mas agora estou ótima. Uma amiga até disse que estou com os olhos mais bonitos — brinca Clarisse.