Por: Roberta de Matos Vilas Boas
SÃO PAULO - A gripe suína poderá fazer com que a recuperação econômica demore mais para acontecer, segundo considera a consultoria Oxford Economics. Isso porque a doença poderá fazer com que os consumidores cortem ainda mais gastos considerados supérfluos como cinema, restaurantes e compras, para evitar o contágio.
A entidade lembra que, durante a epidemia de SARS, os consumidores dos países afetados cortaram gastos não-essenciais, para evitar a contaminação. Com base nisso, a consultoria acredita que a atual epidemia de gripe pode levar a uma queda de 30% no consumo.
Recuperação
Ainda lembrando da SARS, a recuperação do consumo ocorreu rapidamente na Ásia, já que as pessoas apenas adiaram as compras. Porém, no cenário atual de crise econômica, a recuperação do consumo pode ocorrer de forma mais lenta, já que há um crescente desemprego, com as famílias economizando e organizando seus orçamentos cada vez mais.
Mas a situação poderá ser pior para os países do hemisfério norte. Isso porque o pior momento da epidemia é esperado para o último trimestre deste ano, quando as temperaturas deverão cair, facilitando o contágio. Para a consultoria, a gripe suína poderá prejudicar ainda mais as vendas de Natal, com os consumidores economizando mais do que gastando.
A Oxford Economics também ressalta que a nova doença poderá colocar os países afetados em uma recessão ainda mais séria, já que acontece durante um período em que bancos e negócios ainda estão sendo afetados pela crise. Em 2003, quando a Ásia sofreu com a epidemia de SARS, a situação econômica era diferente, já que esses países vinham apresentando um forte crescimento econômico.
Turismo
Por enquanto, os maiores impactos da gripe estão sendo sentidos no setor de turismo. Para a entidade, o setor deverá ter uma queda de 60% nos próximos trimestres, para apresentar uma recuperação gradual no próximo ano.
A recuperação será mais lenta do que a apresentada pelos países da Ásia, após a SARS, devido, principalmente, ao fato de que a gripe suína já afetou grande parte do mundo, ao contrário da doença anterior. Porém, o impacto no turismo será diferente em cada país, de acordo com a incidência da gripe.