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O Ipem não fiscaliza qualidade de alimentos. Cuida só de pesos, medidas e embalagens. Na maior parte dos itens reprovados, faltavam poucos gramas.
O Fantástico acompanha uma megablitz nos supermercados de São Paulo e descobre que muitos produtos pesam menos do que diz a embalagem.
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Você vai ao supermercado e compra meio quilo de açúcar, um quilo de feijão, cem gramas de biscoito. Pelo menos, você acha que o peso é esse. Mas será que dá para confiar?
Uma pesquisa do Instituto de Pesos e Medidas, o Ipem, mostra que você pode estar levando pra casa bem menos do que a embalagem indica.
Na primeira quinzena de maio, o Ipem foi fundo no levantamento. Fiscalizou 5.281 produtos e encontrou problemas em 77. Mais do que nas pesquisas de janeiro a abril deste ano e bem acima dos resultados de 2010.
Os campeões das irregularidades foram os biscoitos. “Devia ter uma balança para a gente conferir”, diz um homem.
Nossas equipes foram com os fiscais nas blitz na capital paulista e em outras três cidades. “Você tem várias peças do produto sem etiquetar. Essa é uma dupla indicação quantitativa: já tem um valor que vem do acondicionador e aqui foi colocado como a mais”, explica a fiscal do Ipem de São Paulo Vera Lúcia Gonçalves.
Os produtos com suspeita de irregularidades foram levados para o laboratório do Ipem. O maior número de problemas foi encontrado nos biscoitos: 21 produtos das marcas Mabel e Elbi's pesavam menos do que o indicado. Em nota, o fabricante das duas marcas diz que "adota a política de colocar em seus produtos 3% a mais de peso".
Nos biscoitos Visconti e Bauducco, que pertencem ao mesmo grupo, foram oito irregularidades. A empresa afirma que os produtos "são elaborados dentro de rigorosos padrões de qualidade" e que "vai apurar o ocorrido e fazer as adequações devidas".
O Ipem não fiscaliza qualidade de alimentos. Cuida só de pesos, medidas e embalagens. Na maior parte dos itens reprovados, faltavam poucos gramas, mas algumas diferenças chamam mais a atenção.
Em uma embalagem de 478g de salame do supermercado Confiança, de Bauru, interior de São Paulo, havia 91g a menos. A empresa afirma que "os problemas foram pontuais e rapidamente ajustados".
No supermercado Hirota do Jabaquara, zona sul de São Paulo, a embalagem indicava 352g de bacalhau, mas trazia 61g a menos. O supermercado diz que, para evitar esse tipo de problema, "intensificou a repesagem diária do produto".
“A gente está sempre antenado e não pode bobear. Se bobear é passado pra trás”, alerta Lúcia Pacífico, presidente do MDCC-MG. Ela faz parte de um grupo que não admite produtos com peso a menos. É o movimento das donas de casa e consumidores de Minas Gerais.
“É mais interessante diminuir uma coisa pequena, ganhar numa coisa pequena, em milhões de coisas pequenas, porque aquilo não chama atenção. Ninguém vai pensar nisso”, ressalta
Geralda Lopes de Oliveira, integrante do MDCC-MG.
“Mas nós pensamos”, afirma Dona Lúcia.
A associação começou como uma reunião de donas de casa, mas foi ganhando adeptos. “Hoje os homens já fazem parte do movimento das donas de casa a pedido deles”, diz Dona Lúcia.
Atenção para essas dicas: pese o produto na balança do supermercado. O peso total deve ser sempre maior do que o indicado no pacote. Nunca compre produtos sem o peso na embalagem. A etiqueta de alimentos pesados pelo supermercado e vendidos em bandejas, como presunto, queijo, carnes etc, deve trazer o peso líquido do produto mais o peso da embalagem.
“Pedir para pesar na hora para a gente ver. Um queijo, por exemplo, está lá a embalagem marcando, faz favor de pesar que eu quero verificar se é essa quantidade mesmo”, indica Graça Castro, do MDCC-MG.
Fique atento às mudanças de embalagens. Se o produto tiver a quantidade reduzida, o consumidor deve ser informado com destaque e preste atenção ao rendimento dos produtos que usa com freqüência.
“O papel higiênico estava durando menos, estava comprando mais e botando a culpa no pessoal de casa, que tava usando desbragadamente o papel higiênico. Nós já começamos a ficar com a pulga atrás da orelha”, explica Lúcia Pacífico, presidente do MDCC-MG.
E, sempre que ficar com a pulga atrás da orelha: “A dona de casa tem que botar a boca no trombone. Se sentir lesada, não tem que ficar comodista. Tem que ir atrás. Vai no supermercado, vai aos Procons, vai em qualquer lugar, mas não leve gato por lebre”, recomenda Lúcia Pacífico.