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Fonte: Estadão Online - O Estado de S.Paulo 11/4/2011
Texto enviado ao JurisWay em 12/04/2011.
CAROLINA DALL’OLIO
Nos últimos doze meses, o bolso do motorista paulistano teve de resistir a vários aumentos. O álcool ficou 19,5% mais caro e a gasolina, quase 8%. Hoje também gasta-se 10% mais com estacionamento, 9,6% com a lavagem do veículo e 7,5% com o seguro. Só na oficina mecânica é que a conta permaneceu praticamente inalterada no último ano.
Com a oficina cheia, o empresário Pedro Scopino não precisa aumentar os preços (Foto: Carolina Dall’Olio/AE)
O custo com manutenção do veículo subiu 2,94% desde abril de 2010, bem abaixo da inflação de 6,72% registrada pelo Índice de Custo de Vida, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV-Dieese).
Ele foi a exceção em meio a tantos aumentos salgados. Alguns itens, como amortecedores, subiram mais que a inflação, mas foram compensados por outros que registraram queda, como a regulagem do motor.
Para Cornélia Porto, coordenadora do ICV-Dieese, acredita que a grande oferta de oficinas na cidade faz com que os preços se equilibrem. “Cada um cobra um valor e assim o cliente tem mais opções de escolha”, observa Cornélia.
O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), Antonio Fiola, tem outra explicação. Para ele, o fato de os preços se manterem praticamente inalterados se deve à profissionalização do setor.
“Hoje temos menos oficinas na cidade, porém de porte maior e muito mais equipadas”, analisa Fiola. “Para detectar problemas no carro, usa-se equipamentos e assim o trabalho se torna mais preciso, mais profissional.”
Nessas oficinas de maior porte, há todos os equipamentos necessários, funcionários mais bem preparados e os donos do negócio também costumam ter mais noções de gestão e planejamento. O resultado, segundo Fiola, é a formação de um setor mais competitivo, que consegue manejar seus custos sem repassar, na íntegra, os aumentos aos consumidores.
De papo para o ar
E numa cidade cuja frota de veículos já chegou a 7 milhões de unidades, é difícil encontrar um mecânico de papo para o ar. “Hoje, além de sofrermos com falta de peças para atender toda a demanda, estamos começando a enfrentar a escassez de mão de obra técnica e especializada”, reclama Fiola.
A oficina Scopino, fundada há 40 anos e instalada hoje na Casa Verde, zona norte da capital, é um exemplo de que a demanda anda forte neste setor. “Estamos atendendo cerca de 120 automóveis por mês”, informa Pedro Scopino, proprietário da oficina.
Além do aumento da frota de veículos da cidade, outra fator que ajudou a empresa de Scopino a ficar mais cheia foi a inspeção veicular ambiental, que se tornou obrigatória na capital desde 2009. “Tem muita gente que, antes de passar pela inspeção, faz uma avaliação do carro para não ser multado”, conta Scopino.
Com a oficina cheia, ele não precisou reajustar os valores cobrados por seus serviços. A tabela de preços, que fica exposta bem na entrada do estabelecimento, data de outubro de 2010. Ali, está escrito que a mão de obra custa R$ 70. “Mas já era esse preço antes de outubro, nem lembro quando foi a última vez que reajustei”, garante Scopino.
A advogada Andrea Vicente Bastos, de 31 anos, tem um Vectra 2001 e morre de medo de ser reprovada na inspeção veicular. Por isso, esse já o terceiro ano que ela faz uma revisão no carro antes dele ser vistoriado. E não notou aumento de preços.
“Para não dizer que paguei exatamente o mesmo valor, acho que paguei uns R$ 10 a mais que no ano passado”, diz Andrea, que gastou R$ 295 nesta revisão. “O preço pode não ter subido, mas acho o serviço caro mesmo assim”, reclama.