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E o papel da escola nessa fase é mais científico, ou seja, é mostrar às crianças que existem diferentes formas textuais que coexistem com os livros narrativos, como manuais, textos informativos, de receitas, de diversão. “A escola não vai trabalhar apenas a leitura voltada para o prazer. Ela vai mostrar que tanto leitura quanto escrita têm diferentes funções sociais”, explica Raquel.
Adolescência
Mas, com o crescimento e amadurecimento infantil, todo esse trabalho que pais e escola tiveram durante a infância para cativar o leitor pode ser perdido se o adolescente não receber atenção especial. O problema está no fato de nessa faixa etária surgirem diversas distrações para a criança, como esportes, computadores, celulares, grupos de amigos que não têm o mesmo hábito e namoros, por exemplo. “O adolescente é mais autônomo, independente e faz escolhas que fogem do controle dos pais”, afirma a professora da UFPR Marta Morais da Costa.
Conquistar esse jovem não é fácil. Se ele, quando criança, tinha o hábito de ler, a tarefa torna-se um pouco mais simples, mesmo assim é muito difícil concorrer com as tecnologias atuais. “Para conquistar o leitor, vale de tudo. Não importa a mídia, se é eletrônica ou em papel. Temos que atrair esse adolescente para aquilo que ele gosta”, diz Marta. Segundo ela, o primeiro passo é escolher temas do cotidiano dele, como esportes ou jogos eletrônicos, por exemplo. O segundo, é utilizar a mídia com a qual ele mais se identifica, podendo ser até o celular. A partir disso, pode-se escolher o texto que vai atrai-lo. “Só depois de tê-lo ‘fisgado’ é que vamos passar aos poucos para leituras mais profundas, porque, afinal de contas, não podemos dar a ele somente aquilo que achamos que ele possa querer.”
Best sellers podem atrair o leitor
Muito criticados pelos estudiosos da Literatura, livros como as séries de Harry Potter ou Crepúsculo (a nova sensação entre os jovens e até entre adultos) são uma ótima porta de entrada da leitura para os jovens. “Fiz uma pesquisa com meus alunos de Letras. Aqueles que começaram lendo a Série Vagalume passaram mais tarde a outras obras mais profundas. Todos estavam no curso de Letras, o que significa que hoje leem Machado de Assis, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Eu acredito no processo de formação do leitor que tem a ver com leituras agradáveis e que, aos poucos, levam o próprio leitor a querer algo mais consistente”, afirma a professora Cátia, cuja tese de doutorado aborda a Série Vagalume, muito popular entre os adolescentes das décadas de 1980 e 1990.
Se com relação ao estímulo à leitura na infância o papel dos pais é mais relevante, na adolescência o professor tem papel fundamental para desenvolver este hábito. Principalmente quando ela é obrigatória para, por exemplo, ingressar na universidade. “A gente vira um contador de histórias ali na frente”, afirma o professor de Literatura do Curso Positivo Braz Ogleari. “Eu faço um resumo da história, do enredo. É como se fosse um trailer de cinema, que as pessoas assistem e depois querem ver o filme. Eu faço o mesmo com as obras literárias. Eu apresento as partes mais importantes para eles com suspense e dramaticidade. Também reforço a sensualidade dos personagens. Eles ficam curiosos e acabam lendo as obras pela própria vontade.”
A união que transforma
Não é fácil dar o exemplo para os filhos se os pais não costumam ler. Nesse caso, o primeiro passo é comprar jornais, revistas, gibis ou livros e colocar a mão na massa. O que importa é ler algo que lhe interesse, que o ajude no ambiente de trabalho ou que, simplesmente, lhe dê prazer. “Tem gente que tem vergonha de dizer que lê romances como Sabrina ou Julia. Eu sempre digo que é muito melhor ler essas obras do que assistir a programas dominicais de tevê”, diz a professora do curso de Letras PUCPR Cátia Toledo Mendonça. “O que vale é começar. Pode ser aos poucos, mas que seu filho perceba que isso é um hábito.”
Uma boa forma de tentar criar o hábito é participar de grupos de leitura em que os participantes estimulam uns aos outros. Os iniciantes podem ler um livro por mês. Já os mais adiantados conseguem ler um livro a cada quinzena ou até a cada semana. É o caso do grupo de leitura criado pela professora Marta Morais da Costa. “Montamos esse grupo há 10 anos na PUCPR. Depois disso desliguei-me da universidade e me afastei do grupo, mas as reuniões continuam”, conta a professora. A diferença é que elas agora acontecem nas casas dos membros e a cada 15 dias, em vez de semanalmente. “Lemos o livro antes de nos reunirmos e debatemos o estilo, o autor, o enredo e os personagens”, diz a chef de cuisine Regina Leitão. “Sempre gostei de ler e com o grupo li obras de literatura latino-americana que eu não imaginava serem tão boas.”
Divisão de responsabilidades
As escolas também podem adotar caminhos que vão além do currículo para estimular a leitura, sem que isso seja algo obrigatório ou que valha nota. Um exemplo é o Programa Palavra Viva, das Escolas Positivo, em Curitiba. Todos os alunos, desde a primeira série do ensino fundamental até o segundo do ensino médio, podem participar inscrevendo textos de qualquer gênero e de autoria própria. “Para que o aluno se sinta motivado a escrever, o professor traz outros textos além dos já recomendados em sala de aula. São poemas, crônicas, contos e notícias. Para poder escrever, eles acabam se dedicando muito à leitura”, diz a coordenadora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental das Escolas Positivo, Ana Maria Miranda. Os textos premiados são publicados em livro editado todos os anos.
Divisão de responsabilidades
As escolas também podem adotar caminhos que vão além do currículo para estimular a leitura, sem que isso seja algo obrigatório ou que valha nota. Um exemplo é o Programa Palavra Viva, das Escolas Positivo, em Curitiba. Todos os alunos, desde a primeira série do ensino fundamental até o segundo do ensino médio, podem participar inscrevendo textos de qualquer gênero e de autoria própria. “Para que o aluno se sinta motivado a escrever, o professor traz outros textos além dos já recomendados em sala de aula. São poemas, crônicas, contos e notícias. Para poder escrever, eles acabam se dedicando muito à leitura”, diz a coordenadora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental das Escolas Positivo, Ana Maria Miranda. Os textos premiados são publicados em livro editado todos os anos.