Rio - Diante da previsão de abertura de 47.112 vagas em concursos públicos em nível nacional no ano que vem, como prevê o projeto de lei orçamentária enviado semana passada, há muitos interessados em ingressar na carreira pública. Mas a principal dúvida é saber por onde começar. O primeiro passo não é, necessariamente, escolher a seleção, mas iniciar os estudos.
Há disciplinas básicas que são cobradas em quase todas as seleções e, por isso, devem ser o ponto de partida: Português, Direito Constitucional e Administrativo, Raciocínio Lógico e Informática. “O candidato precisa saber muito bem essas disciplinas antes de começar a estudar os assuntos específicos”, explica Fernando Machado, diretor do QConcursos.com.
Em seguida, é preciso definir a área para a qual o candidato pretende concorrer, como tribunais, bancária e ambiental, entre outras. Cada uma tem suas próprias disciplinas, que são comuns aos concursos que fazem parte desse segmento. Dessa forma, o candidato já pode começar a estudar novos assuntos, mesmo sem definir de quais concursos participará.
Porém, para Juarez Lopes, especialista em otimização da mente do Instituto IOM, é importante que o candidato defina um objetivo desde o início da preparação. “Quem atira para todos os lados acaba não acertando em lugar nenhum”, alerta. O especialista afirma ainda que o candidato deve estudar durante todo o tempo disponível, inclusive aos fins de semana e feriados. “O tempo mínimo diário de estudo por disciplina deve ser de duas horas, e o tempo máximo, de três”, diz.
Porém, por mais que o tempo de estudo seja importante, é preciso ficar atento à qualidade da preparação. Para isso, organização e planejamento são fundamentais. “Ter acesso a bons materiais, entre cursos, livros e sites, faz toda a diferença”, conta Fernando. Segundo ele, se o candidato estudar de segunda a sexta-feira novos conteúdos e usar o sábado para revisão, pode descansar no domingo sem culpa.
Planejamento do tempo é essencial para a preparação
Candidata ao concurso do Detran, Nathalia Dourado, de 22 anos, conta que consegue conciliar o trabalho e os estudos, pois cumpre à risca o planejamento do seu dia a dia. “Eu trabalho o dia inteiro e faço curso preparatório aos sábados e domingos. Durante a semana, à noite, eu faço alguns aulões e me exercito em casa”, explica.
Para dar conta da grande quantidade de disciplinas cobradas na prova, Nathalia afirma que é preciso ter muita organização: “Separei cada dia da semana para estudar duas matérias. Estudo à noite em casa e tiro duas horas para cada um dos assuntos”.
Para Fernando Machado, o ideal é dedicar de uma a duas horas por dia para cada disciplina. “Dessa forma, se o candidato dispõe de quatro horas diárias, pode estudar duas disciplinas tranquilamente. É importante alternar entre as matérias, e não ficar estudando o mesmo assunto durante muito tempo”, aconselha o especialista.
ESTUDO E TRABALHO
É possível conciliar os estudos com o trabalho; basta fazer um planejamento semanal. “O próprio candidato pode determinar o seu melhor momento para estudar, se será antes ou depois do trabalho, por exemplo”, diz Fernando Machado, diretor do QConcursos.com.
CURSO PREPARATÓRIO
Assistir a aulas em um curso preparatório pode ser muito importante para o candidato, principalmente quem é iniciante, pois ajuda a direcionar a preparação. Porém, não substitui o estudo em casa. “ É na revisão que o aluno consegue absorver melhor o conteúdo”, explica o especialista Juarez Lopes.
BANCA ORGANIZADORA
Conhecer as bancas organizadoras é fundamental para direcionar os estudos, pois cada uma tem um estilo específico de prova. As bancas que mais organizam concursos atualmente são a Fundação Carlos Chagas (FCC) e a Cespe/UnB. A melhor forma de estudar o modelo das provas é por meio da resolução de questões de exames antigos.
EXERCÍCIOS
Além de ajudar a conhecer a banca, os exercícios são fundamentais para assimilar os conteúdos estudados. “É necessário que o candidato use seu tempo em casa para resolver o maior número de questões possível, o que também é um treino para a prova”, diz Fernando.