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MARCO DIGITAL - OS DIREITOS DE ACESSO Á INTERNET


Autoria:

Jeferson Vieira Dourado


Estagiário, cursando Direito pela Faculdade de São Paulo - FASP

envie um e-mail para este autor

Resumo:

Será analisado os direito inerentes ao acesso a internet, pelo histórico marco digital.

Texto enviado ao JurisWay em 17/06/2016.

Última edição/atualização em 19/06/2016.



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RESUMO

 

Este trabalho procura compreender os pontos negativo e positivo para uma nova era digital, seus aspectos e mudanças levam a uma só razão, segurança, com este novo advento de uma sociedade moderna onde de acordo com a graduação da sociedade o direito busca adequar-se a ela tornando assim um novo  jeito de pensar em relação as mudanças, são lapsos temporais que necessitam de regramento para poder organizar os pontos não regulados em lei podendo assim tornar-se mais seguro as informações e contribuir para que haja direito e respeito entre as pessoas, servirá para penalizar infratores que causar desordem usando da internet um meio de recurso para apropriar-se de algo que não lhe pertençe, invadir privacidade, desrreipeitar outras pessoas publicamente sejá discriminadora ou preconceituosa, e pessoas penalizadas servirão de exemplos para tais atos e toda comunicação onde haja desconfiança será monitorada para haver segurança.

 

Palavras chaves: Internet, respeito, privacidade,regulamentação e segurança.

 

 

INTRODUÇÃO

 

O contato com atividades físicas na terceira idade inicia-se geralmente por indicação médica. Essas pessoas acabam encontrando nos exercícios muito mais que alívio para suas dores, fazem novas amizades e têm momentos de descontração. Além dos aspectos ligados à saúde, as atividades físicas trazem inúmeros benefícios psicológicos, de auto-estima e de melhoria do relacionamento social, aspectos muito importantes para pessoas da terceira idade, devido às inúmeras mudanças desta fase da vida.

A terceira idade, nova terminologia do idoso na sociedade contemporânea, implica na constatação de uma nova etapa de vida compreendida entre a idade adulta e a velhice. Categoria de idade, como as demais, opera em recorte no todo social, com direitos e deveres diferenciais característicos dessa população. As categorias de idade são constitutivas de realidades sociais específicas (BRANDÃO, 2004).

A terceira idade é acompanhada de um conjunto de práticas, instituições e agentes especializados encarregados de definir e atender às necessidades dessa população. Foi a partir de 1970 que, na maioria das sociedades européias e americanas, o idoso passou a ser visto como vítima da marginalização e da solidão (DEBERT, 2003).

A pesquisa antropológica tem demonstrado que as fases da vida, como a infância, a adolescência e a velhice, não são propriedades substanciais que o indivíduo adquire com o avanço da idade cronológica. As categorias de idade são construções históricas e sociais. Há trabalhos de diferentes autores que são unânimes em afirmar que os comportamentos em diferentes idades correspondem aos estímulos da natureza social, histórica e cultural que caracterizam diferentes épocas (DEBERT, 2003).

As representações sobre a velhice, a posição social dos idosos e o tratamento que ele recebe da sociedade ganham significados diversos conforme os contextos da sua época. Assim, o aposentado vem ganhando notoriedade nas falas das lideranças, nas suas associações, que desde a década de 1980 já vinham se concretizando em discussões sobre a Previdência Social. O idoso, como aposentado, ganhou identidade e formas de atuação no espaço público (SIMÕES, 2003).

Os idosos se nutrem do passado. Da sua trajetória se origina sua própria identidade, constituída pela representação de papéis sociais, papéis esses que vão dimensionar essa identidade. E há uma relação entre memória e construção de identidade social, compreendida no processo de envelhecimento. A memória, para o processo de envelhecimento tem lugar privilegiado na construção de sua identidade e suas estratégias de afirmação nos espaços sociais (FERREIRA, 2003).

Geralmente, a velhice está ligada às modificações do corpo, com o aparecimento das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição das capacidades auditivas e visual, é o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente normal, que evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento cronológico. Cientistas e geriatras preferem separar a idade cronológica da idade biológica. Para eles, tanto o homem quanto à mulher se encontra na terceira idade por parâmetros físicos, orgânicos e biológicos (CACHIONI, 1999)

A cada ano a população que pertence ao grupo da terceira idade, cresce de forma acelerada e sem os devidos esclarecimentos a respeito desses tais benefícios. Atividades simples e leves como, caminhadas, viagens turísticas a lazer em geral, proporcionam uma melhoria na condição física e psicológica, auxiliando na realização de movimentos do dia-a-dia, tornando esses indivíduos prestativos em seu meio social e  conscientes enquanto cidadãos.

A importância da recreação para o idoso está relacionada em utilizar o  tempo livre, deixando de lado o sentimento de inutilidade, solidão e abandono, que muitas vezes ajudam no desenvolvimento de patologias.  Aproveitar ao máximo este novo tempo com passeios, danças, teatro, jogos, esporte e tudo o que tiver vontade de fazer para viver com prazer. (BRANDÃO, 2004).

O lazer é de muita importância para saúde física e psicológica das pessoas, assim como também é responsável pela socialização e aumento a auto-estima. Praticar algum tipo de atividade física como, por exemplo, caminhadas, danças, ginásticas, dentre outras, pode ser um instrumento de recreação e lazer para o idoso. (BRANDÃO, 2004).

A população de idosos no Brasil é estimada atualmente em 13,5 milhões de pessoas. Isso faz com que se tenha uma crescente preocupação com a qualidade de vida dos idosos.

A qualidade de vida na terceira idade é importante para que se possa viver bem com saúde, sem sofrer tanto impacto com as alterações fisiológicas, psicológicas e cognitivas, próprias do processo de envelhecimento, e as modificações e intensificações sociais, físicas, políticas e morais que ocorrem ao mesmo tempo no ambiente. Para garantir a qualidade de vida, é fundamental adotar hábitos saudáveis, praticar atividade física regular e realizar uma alimentação equilibrada. Estas medidas precisam ser adotadas o quanto antes, pois contribuem para a melhoria das funções cardiovascular, endócrina, metabólica, músculo-esquelética e mental, prevenindo e adiando doenças debilitantes como osteoporose, diabetes e doenças cardiovasculares (PLUGIA, 2004).

Na sociedade atual, a qualidade de vida, não apenas de idosos, mas de todos crianças, jovens e adultos - é reflexo da alimentação adequada e também da prática de exercícios físicos. Uma dedicação a qualidade de vida dos idosos torna-se essencial, para uma reintegração social dos idosos, contribuindo para a sua saúde física e mental.

Segundo Dumazedier (1974), o lazer também é à busca da auto-satisfação, no qual o indivíduo procura suprir as necessidades do corpo e do espírito. Há, portanto, os lazeres físicos, artísticos, sociais e culturais, condicionados de acordo com o nível sócio-econômico e político-cultural de cada sociedade. Segundo este autor, o lazer resulta de uma livre escolha do indivíduo e o seu caráter desinteressado faz com que quem o pratique não busque fins lucraticos ou utilitários, somente a realização pessoal.

O lazer é um direito dos cidadãos e é um pré-requisito fundamental para uma vida saudável. O lazer é uma constante para grande parte das crianças e adolescentes o lazer. Muitas vezes os adultos  se esquecem desta parte da vida dedicando-se apenas às atividades produtivas, onde o trabalho, a realização profissional ou a superposição de atividades remuneradas vêm em primeiro lugar. (VELOSO, 2004)

No momento em que esses adultos se aposentam, sente-se, de certa forma, descartada pela sociedade e é acometida por uma série de distúrbios psíquicos, como a depressão, que vem sendo considerada por especialistas o verdadeiro “mal do século” para a terceira idade.

Com a mudança de certos hábitos, a ociosidade, a terceira idade chega, para a maioria das pessoas, acompanhada de frustrações pessoais, perda de pessoas queridas e fragilidades de saúde. Ao mesmo tempo, muitas vezes é também nessa hora que o lazer volta a fazer parte da vida e, assim, contribui para um aumento na qualidade de vida física e mental das pessoas. (VELOSO, 2004).

O contato direto com o meio ambiente é uma das formas que os idosos encontram para relaxar. Parques e praças são endereços certos para quem se interessa em momentos de alta qualidade de vida e tranqüilidade garantida. São espaços em que se pode perceber a natureza em todas as suas formas e praticar atividades físicas. (VELOSO, 2004)

 

1. OS IDOSOS NO BRASIL

 

O acelerado ritmo de envelhecimento no Brasil cria novos desafios para a sociedade brasileira contemporânea. O envelhecimento ocorre num cenário de profundas transformações sociais, urbanas, industriais e familiares. A família encontra grandes dificuldades para o desempenho das funções tradicionais a ela atribuídas, de educadora das crianças e cuidadora dos mais velhos. Se as instituições para idosos, conhecidas como asilos, se destinavam à velhice desvalida, hoje, na sociedade marcada pelo envelhecimento, passam a ter uma nova missão: cuidar de idosos necessitados de várias modalidades de serviços; em face das perdas funcionais que tornaram problemática a vida a sós ou com a família. (LEITE, 1996)

O envelhecimento da população brasileira sofreu um rápido aumento a partir dos anos 60, quando começou a crescer em ritmo bem mais acelerado do que as populações adulta e jovem. De 1970 até hoje, o peso da população idosa sobre a população total passou de 3% para 8% e esse percentual deve dobrar nos próximos vinte anos. Devido à redução nas taxas de natalidade, da ordem de 35,5% nos últimos 15 anos, e o aumento da expectativa de vida por ocasião do nascimento, que passou de 61,7 anos em 1980, para 69 anos nos dias atuais, a base da pirâmide populacional vem se estreitando nas últimas décadas. E existe ainda a expectativa de uma intensificação desse processo de envelhecimento populacional. Estima-se que a partir de meados do próximo século, a população brasileira com mais de 60 anos será maior que a de crianças e adolescentes com 14 anos ou menos. (LEITE, 1995)

Para o Brasil, os custos do envelhecimento são desafiadores e alarmantes, pois os mecanismos que este possui para lidar com os problemas da velhice avançada são precários e escassos. Os custos médicos, assistenciais e da aposentadoria indicam que o sistema atual para a gestão da velhice é inviável e que, provavelmente, não poderá arcar com esses gastos sociais num futuro bem próximo. (TAVARES, 1999)

Essa temática provocou uma preocupação generalizada em diversos segmentos profissionais e fez com que, nos últimos anos, proliferassem no Brasil os programas e associações destinados aos idosos, como o movimento dos aposentados, os movimentos assistenciais e os sócio-culturais. Em razão dessa visibilidade alcançada pelos idosos nos últimos anos, e graças aos esforços de organização dos profissionais dedicados à essa área de atuação, através de núcleos de estudo e pesquisa, os estudos teóricos e empíricos na área do envelhecimento começaram a florescer no Brasil.

 

 

Segundo Debert (1999), “(...) a perspectiva do idoso como fonte de recurso exige a criação de um novo ideal de produtividade, com receitas que ensinam, aos que não querem sentir-se velhos, a maneira adequada de dirigir a vida e participar de atividades de lazer e de prevenção contra a velhice”.

 

Os idosos institucionalizados apresentam um perfil diferenciado, grande nível de sedentarismo, carência afetiva, perda de autonomia causada por incapacidades físicas e mentais, ausência de familiares para ajudar no auto cuidado e insuficiência de suporte financeiro. Estes fatores contribuem para a grande prevalência de limitações físicas e comorbidades refletindo em sua independência e autonomia. O novo paradigma de saúde do idoso brasileiro é como manter a sua capacidade funcional mantendo-o independente e preservando a sua autonomia. Portador de múltiplas doenças crônicas, problemas associados e sendo mais fragilizado, o idoso institucionalizado e a entidade que o abriga, geralmente, não conseguem arcar sozinhos com a complexidade e as dificuldades da senescência e/ou senilidade. Como se pode ver, o prolongamento da vida não é uma atitude isolada. (OKUMA, 1998)

Profissionais que trabalham com o processo do envelhecimento nas mais diversas áreas de saber (médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e outros), tentam proporcionar, em todos os níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário), o bem estar bio-psico-social dos idosos institucionalizados, potencializando suas funções globais, a fim de obter uma maior independência, autonomia e uma melhor qualidade para essa fase de vida. (PLUGIA, 2004)

Com o crescimento dessa população idosa e dependente de cuidados especiais, as instituições destinadas a prestar assistência a essa população se tornam cada vez mais necessárias. A busca por novos modelos institucionais que propiciem um ambiente e cuidados específicos e que preservem e promovam os direitos fundamentais do idoso como ser humano devem ser incentivados. Essa busca muitas vezes proporciona a aproximação entre a comunidade e a universidade e vice versa. (PLUGIA, 2004).

 

1.1 – Envelhecimento

 

O envelhecimento é um processo fisiológico e não está necessariamente ligado à idade cronológica. É nessa perspectiva que encaminhamos nosso trabalho, no sentido de compreender a fim de amenizar os problemas inerentes à Terceira Idade, promovendo momentos de prazer e descontração para que essa realidade seja plena, saudável e com melhores condições de vida. (NERI, 1999)

Uma boa qualidade de vida na velhice não é um atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual, mas sim, um produto da interação entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudança. Para avaliar a qualidade de vida na velhice, a autora referencia indicadores pertencentes a quatro áreas (NERI, 1999): a competência comportamental, que se refere ao funcionamento pessoal quanto à saúde, à funcionalidade física, à cognição, ao comportamento social e à utilização do tempo pelo idoso; a qualidade de vida percebida, que está relacionada ao autojulgamento do idoso sobre a sua funcionalidade física, social e psicológica, bem como sobre sua competência comportamental nessas áreas; condições contextuais, que compreendem as situações relativas à experiência de velhice; o bem-estar psicológico, que está relacionado ao domínio das percepções, das expectativas, dos sentimentos e dos valores.

Análises demográficas têm apontado a tendência de envelhecimento da população mundial, e as projeções para o Brasil, sempre considerado como um país de jovens, indicam que, em 2050, o percentual de pessoas com sessenta anos ou mais atingirá 23% da população total, representando significativo acréscimo em relação aos 9% atuais (ONU, 1999).

Segundo Derbert (1999),

 

“(...) a terceira idade é um termo inventado para reincorporar os mais velhos na sociedade, criando um mercado e padrões de consumo específicos aos idosos, além de programas que visam transformar o envelhecimento em um momento propício para o prazer e a realização pessoal”.

 

Novas definições da velhice e do envelhecimento ganharam dimensão com a expressão “terceira idade”.  O significado do envelhecimento vem incorporando novas designações, tais como, “nova juventude”, “idade do lazer”. A aposentadoria deixou de ser sinônimo de descanso e recolhimento e passou a ser atividade, lazer, realização pessoal. O importante não é só resolver problemas econômicos dos idosos, mas proporcionar cuidados culturais e psicológicos, objetivando integrar socialmente uma população vista como marginalizada. (DEBERT, 2003)

Geralmente, a velhice está ligada às modificações do corpo, com o aparecimento das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição das capacidades auditiva e visual, é o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente normal, que evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento cronológico. Cientistas e geriatras preferem separar a idade cronológica (idade numérica) da idade biológica (idade vivida). Para eles, tanto o homem quanto à mulher se encontra na terceira idade por parâmetros físicos, orgânicos e biológicos. (MATSUDO, 2001)

 

1.2 - A Alterações Fisiológicas no Processo de Envelhecimento

 

Segundo Euclides Cunha, com o envelhecimento as alterações fisiológicas declinam em geral, mas, nem todas declinam com o mesmo ritmo.

A força muscular: os mais altos níveis de força para homens e mulheres são alcançados, em geral, entre 20 e 30 anos de idade. Após, a força da maioria dos grupos musculares começa a declinar. Esse declínio evolui lentamente e vai aumentando a partir da meia idade. A perda de força entre os idosos está associada diretamente a sua mobilidade e desempenho físico limitados, assim como, a aumentos na incidência de acidentes sofridos por aqueles com fraqueza muscular e equilíbrio precário. (OKUMA, 1998)

A massa óssea: a osteoporose constitui um dos principais problemas do envelhecimento atingindo, principalmente a população idosa, especialmente as mulheres com mais de 60 anos de idade e pós-menopáusicas. Para as pessoas com mais de 60 anos de idade, as alterações no osso envelhecido podem reduzir a massa óssea em cerca de 30 a 50%. (MEIRELLES, 2000)

A maior suscetibilidade à osteoporose entre as mulheres mais idosas está associada intimamente à redução acentuada da secreção de estrogênio que acompanha a menopausa. A maneira exata pela qual o estrogênio exerce seu efeito protetor sobre o osso é desconhecida, porém, acredita-se que acelera a absorção de cálcio e limita sua retirada do osso. A principal razão pela prevalência muito mais baixa de osteoporose entre os homens é que estes produzem normalmente uma quantidade significativa de estrogênio. Além disso, alguma testosterona circulante é transformada em estrogênio, o que também promove um equilíbrio positivo do cálcio. (MEIRELLES, 2000)

A função pulmonar: As medidas, tanto estáticas quanto dinâmicas da função pulmonar em geral, sofrem deterioração com a idade. Por exemplo, existe lentidão significativa da ventilação e da cinética da permuta gasosa durante a transição do repouso para o exercício sub-máximo. A função cardiovascular: a função cardiovascular e a capacidade aeróbia não são imunes aos efeitos relacionados à idade. (RASO, 2002)

A freqüência cardíaca: Não ocorre qualquer modificação significativa na freqüência cardíaca em repouso com o envelhecimento, porém, observa-se que, com o envelhecimento há um declínio na freqüência cardíaca durante exercício máximo. Esse efeito da idade é progressivo com o passar dos anos e reflete um fluxo anterógrado medular reduzido de atividade simpática (estimulação ß-adrenérgica) que ocorre no mesmo grau, tanto em homens, quanto em mulheres.

A capacidade aeróbia: Os valores em corte transversal indicam que o VO2 máximo declina entre 0,4 e 0,5 ml/kg (aproximadamente 1%) a cada ano em adultos (RASO 2002).

Homens e mulheres sedentários exibem um ritmo quase duas vezes mais rápido de declínio no VO2 máximo à medida que envelhecem, sendo que pesquisas mostraram, de fato, que não existiu qualquer declínio na capacidade aeróbia para os indivíduos que mantiveram um treinamento relativamente constante durante um período de 10 anos. (MEIRELLES, 2002)

 

2. A ATIVIDADE FÍSICA

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua atividade física como qualquer movimento produzido pela musculatura esquelética que resulte em energia expandida, quantificável em termos do critério de Kilo-Joule (Kj) ou Kilo-calorias (Kcal). (Gonçalves et al., 1992).

Bouchard, Shephard e Stephens (1993), definem-na como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos e que resulte em energia expandida,  incluindo o exercício, o esporte, o trabalho e as atividades domésticas.

De acordo com Vieira (1996), atividade física é um conjunto de ações corporais capazes de contribuir para a manutenção e o funcionamento normal do organismo em termos biológicos, psicológicos e sociais.

O exercício tem como objetivo induzir habilidades e capacidades motoras (coordenação e condicionamento), bem como incrementar a mobilidade. Caspersen, Powell e Christenson (1985), conceituam treinamento como uma subcategoria de atividade física e de exercício que se caracteriza por ser planejada, estruturada e repetitiva, e normalmente realizada com o objetivo de incrementar e manter o desempenho físico. Já a aptidão física é considerada como a capacidade de executar as atividades diárias com vigor e atenção, sem fadiga, e com reservas para que o indivíduo leve uma vida física, intelectual e social normal (Barbanti e Guiselini, 1985). Segundo Okuma (1997), a aptidão física é um indicador de um estado ótimo de funcionamento dos principais sistemas do organismo que se refletem em boa saúde física, ou seja, os sistemas cardíaco, vascular, respiratório, músculo-esquelético e nervoso.

Stephens e Caspersen (1994) apud Okuma (1997), relataram que pesquisas feitas na Austrália, no Canadá e nos Estados Unidos indicaram que somente 10% dos adultos realizam atividades físicas, pelo menos três vezes por semana, durante um mínimo de vinte minutos, taxas essas consideradas adequadas para a manutenção de um nível ótimo de aptidão para a manutenção da saúde. Por outro lado, a prevalência de sedentarismo varia de um terço a um quarto da população adulta, exceto na Finlândia, onde metade da população é, ao menos, moderadamente ativa. Neste país, 15% dos adultos realizam atividades físicas com regularidade.

O sedentarismo é, sem dúvida, um dos mais importantes pontos no estudo dos males que acometem a sociedade atual. A falta de atividade é apontada como a causa de inúmeros danos à saúde e tem como conseqüência direta e indireta o aparecimento de doenças, tais como hipertensão, obesidade, doença arterial coronariana, ansiedade, depressão e desconfortos músculos-esqueléticos. (Ouriques e Fernandes, 1997).

A vida sedentária estabelece um conjunto de eventos fisiológicos que acabam intensificando a diminuição da capacidade aeróbia máxima, da força muscular, das respostas motoras, da capacidade funcional geral. Acarreta redução da aptidão física, em todas as faixas etárias. Em conjunto, esses aspectos acabam por resultar não somente em diminuição da capacidade física, como também em aumento das despesas com os cuidados de saúde. Além disso, provocam diminuição na disposição para as tarefas diárias, influindo na duração e na qualidade de vida dos indivíduos. (Achour Junior, 1995; Huang et al., 1998; Koo e Rohan, 1999).

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que o estilo de vida refletido em hábitos alimentares saudáveis, controle de estresse e prática regular de atividade física têm um impacto significativo na qualidade de vida em todas as faixas etárias (Nahas e Corbin, 1992; Van Heuvelen et al., 1998). Comportamentos favoráveis á boa saúde afetam positivamente o funcionamento físico e previnem limitações físicas possivelmente porque atuam na redução da incidência de doenças crônicas, que são as principais causas de limitações funcionais.

Influenciam igualmente a manutenção da capacidade fisiológica para atividades diárias. Entre as doenças cuja incidência e cujo agravamento são reduzidos pela atividade física estão as cardiovasculares, a hipertensão, o diabetes, a osteoporose e certos tipos de câncer. (Huang et al., 1998; Koo e Rohan, 1999)

Trabalhando com indivíduos de 40 anos ou mais, Huang et al. (1998) verificaram que quanto mais ativo o indivíduo menor o número de limitações físicas. Os autores afirmam que a atividade física é um fator de proteção funcional em todas as idades, possibilitando uma melhor qualidade de vida para homens e mulheres. Estudos epidemiológicos mostraram que há uma relação inversa entre atividade física e prevalência de doenças hipocinéticas. A atividade física regular melhora a densidade óssea e diminui as perdas ósseas bem como o risco de fraturas. (Coupland, Wood e Cooper, 1993)

Nos últimos anos, os profissionais da saúde têm enfatizado o papel preventivo da atividade física. Juntamente com a hereditariedade, uma alimentação adequada e hábitos de vida apropriados, as atividades físicas podem melhorar a qualidade de vida das pessoas (Berguer e Mcinman, 1989; Achour Junior, 1995). Pessoas ativas apresentam menor incidência de doenças crônicas degenerativas, vida mais longa e menor número de sintomas do que pessoas inativas. (Bokovoy e Blair, 1994; Morey et al., 1996)

A atividade física promove benefícios fisiológicos imediatos e a longo prazo nos sistemas cardiovascular, respiratório, músculo-esquelético e metabólico em todas as idades. Entre os imediatos estão não só a regularização dos níveis de glicose sanguínea, de adrenalina e noradrenalina, mas também a quantidade e qualidade do sono. (Gobbi, 1997) Os efeitos a longo prazo são representados pela melhora em todos os aspectos do funcionamento cardiovascular (capacidade aeróbia e anaeróbia), flexibilidade, resistência, potência e fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação e velocidade de movimento; pela diminuição da incidência de doenças músculos-esqueléticos, cardiovasculares e metabólicas; pela diminuição da taxa de mortalidade na população e pelo aumento do bem-estar subjetivo. (Buchner et al., 1992; Achour Junior, 1995; Gobbi, 1997; Okuma, 1997)

Todos esses benefícios dependem do tipo, da intensidade, da freqüência e da duração da atividade física. A literatura tem definido estas variáveis de acordo com os objetivos a serem alcançados pela intervenção. Com ênfase na melhoria da capacidade cardiorrespiratória e prevenção de doenças cardiovasculares e metabólicas, o American College of Sports Medicine (ACSM) e o Center for Disease Control and Prevention (CDC) preconizam que se deva realizar atividades físicas aeróbias de intensidade moderada, durante 30 minutos ou mais, todos os dias (Pate et al., 1995; Blair, 1995). A American Heart Association (AHA) recomenda que se realize atividade física no mínimo três vezes por semana, com intensidade de 50 a 60% do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) por no mínimo 30 minutos. Para a manutenção e aumento da força e resistência muscular, a AHA recomenda que a atividade seja praticada duas ou três vezes por semana, com 10 a 15 repetições por região corporal e intensidade entre 50 a 70% da força máxima (Fletcher et al., 1995). Semelhantes recomendações vão ao encontro de resultados de pesquisas  relatadas em vários contextos, como poderá ser observado a seguir.

Wannamethee, Shaper e Walker (2000) estudaram as relações entre atividade física e causas de mortalidade, em 7735 homens na faixa etária de 40 a 59 anos, por doenças coronarianas.

Verificaram que os indivíduos que praticavam atividades físicas de intensidade moderada e alta, regularmente, apresentaram baixo risco de mortalidade comparados aos inativos ou ocasionalmente ativos. Wannamethee, Shaper e Alberti (2000) examinaram as relações entre atividade física e incidência de doenças coronarianas e diabetes em 5159 sujeitos na faixa etária entre 40 e 59 anos. Notaram que a prática de atividades físicas regulares de intensidade moderada está associada à diminuição do diabetes e do risco de doenças coronarianas.

Leon e Norstron (1995), relataram que o risco de doenças cardiovasculares crônicas é  reduzido quando se realizam atividades físicas aeróbias por 30 minutos ou mais, três vezes ou mais por semana. Hill, Storandt e Malley (1993), estudaram os efeitos do treinamento aeróbio realizado por doze meses, três a cinco vezes por semana por 50 minutos cada sessão, sobre a freqüência cardíaca, pressão arterial, VO2máx., memória e velocidade psicomotora. Verificaram que houve mudanças positivas nas variáveis psicológicas e aumento do VO2máx. e diminuição da freqüência cardíaca e pressão arterial no grupo treinado quando comparado ao controle.

Chien et al. (2000), investigaram a relação entre o nível de atividade física e densidade óssea em 76 mulheres pós-menopausa na faixa etária de 42 a 65 anos. Notaram que as mulheres ativas apresentaram melhores níveis de densidade óssea do que as inativas. Krall e Dawson Hughes (1994), avaliaram a associação entre distância percorrida, intensidade e densidade óssea em 239 indivíduos saudáveis na faixa etária de 43 a 72 anos. Os dados mostraram que, percorrendo mais de uma milha por dia e com intensidade moderada, houve melhora na densidade óssea dos participantes.

Puggard et al. (1994) apud Okuma (1997), acompanharam a evolução dos efeitos de cinco meses de programas de ginástica, dança e natação sobre a força máxima, a coordenação, o equilíbrio, o tempo de reação e a flexibilidade de 59 homens e mulheres entre 60 e 82 anos. Observaram que independentemente do tipo de atividade praticada, o treinamento sistemático teve efeito fisiológico importante em todas as variáveis estudadas.

Rhodes et al. (2000), analisaram os efeitos de um programa de resistência e força muscular sobre a densidade óssea em 44 idosas sedentárias, realizado três vezes por semana durante 52 semanas. Verificaram que o aumento na força e na resistência muscular é acompanhado de aumento na densidade óssea.

Em adição aos exercícios de resistência e força muscular, os de flexibilidade têm sido considerados essenciais para o desenvolvimento da capacidade funcional, mobilidade articular e prevenção e reabilitação de doenças músculos-esqueléticos. Alter (1999), em um estudo de revisão descreveu que, como regra geral, realizar exercícios de alongamentos por 30 a 60 segundos, uma vez por dia é suficiente para manter e aumentar a flexibilidade.

Sun et al. (1996), estudaram os efeitos da prática de Tai Chi Chuan, por 12 semanas, uma vez por semana com duração de uma hora sobre a flexibilidade, a pressão arterial e o nível de stress em um grupo de 20 adultos com mais de 60 anos, sendo 10 no grupo controle e 10 no grupo experimental. Observaram diferenças, estatisticamente significativas, entre os grupos em todas as variáveis estudadas.

Bembem et al. (1996), aplicaram um programa de exercícios com fitas elásticas e alongamentos em 20 mulheres entre 60 e 81 anos. Notaram que houve um aumento de 1,5% na força muscular do gastrocnêmio e do sóleo e de 25% no do bíceps, enquanto que na flexibilidade ocorreu um aumento de 25% e 23% na dorsiflexão e na flexão plantar do tornozelo, respectivamente. King et al. (2000) avaliaram os efeitos de um programa de alongamentos sobre a flexibilidade e capacidade funcional em 103 idosos, realizado uma vez por semana por 12 meses. Notaram que houve melhora significativa na flexibilidade e na capacidade funcional do sujeitos.

Existem evidências de que a atividade física melhora, mantém e previne desconfortos músculos-esqueléticos (Coleman et al., 1996; Campello, Nordin e Weiser, 1996), entretanto, outras investigações relataram que um número considerável de lesões músculos-esqueléticos é observado em esportistas que participam de competições (Videman et al., 1995; DiFiori, 1999). Videman et al. (1995) avaliaram os efeitos da atividade física sobre a dor lombar em 937 atletas de elite e 620 sujeitos não-atletas. Verificaram que a ocorrência de dor lombar é menor nos atletas do que nos não-atletas.

Em um estudo retrospectivo, Ali e Tavares (1992) analisaram o risco de lesões músculoesqueléticas em 576 esportistas e constataram que 33% dos sujeitos apresentaram lesões com afastamento de suas atividades por um período médio de três meses. Sandelin (1995) estudou 750 atletas de alto nível participantes do Toronto Masters Games, no Canadá, no período de 1985 a 1992. Verificou que 57% da amostra apresentou alguma lesão durante os sete anos do estudo, sendo que 92,3% das lesões foram relacionadas à prática de atividade física.

Em revisão da literatura sobre o impacto da atividade física sobre a saúde e o bem-estar psicológico em populações não-clínicas publicada entre 1980 e 1990, Plante e Rodin (1990), concluíram que atividade física melhora o humor, promove bem-estar e reduz ansiedade, depressão e estresse. Em geral, os efeitos positivos do exercício sobre a auto-estima e o auto conceito são igualmente evidentes na literatura. No entanto, não há evidências fortes de relação entre a prática de exercícios, a extroversão e outras dimensões da personalidade, tampouco entre a atividade física e respostas psicológicas para funções cognitivas.

A atividade física contribui para a redução da ansiedade e para o aumento da satisfação de vida, da saúde percebida, da saúde mental, das funções cognitivas, da auto-estima e do senso de auto-eficácia (Gobbi, 1997; Okuma, 1997). Pesquisando uma amostra de 401 adultos, Ross e Van Willigen (1997), encontraram relações positivas entre a atividade física e o bem-estar psicológico. As atividades físicas, como também as sociais, têm efeitos preventivos e terapêuticos sobre as reações ao estresse e à doença (De Vries, 1987; Stones e Kozma, 1989).

Aenchbacher, Dishman e Tieman (1991), notaram relação positiva entre inatividade e depressão em um grupo de 95 idosos. Shephard (1993), relata que o exercício melhora o humor, a ansiedade e a depressão dessas pessoas. Estudos de intervenção e de observação relataram que a atividade física promove a prevenção e o tratamento de muitas doenças psiquiátricas, como por exemplo, a depressão e a psicose, e favorece o bem-estar psicológico dos idosos. (Weyerer e Kupfer, 1994)

Dados obtidos em estudos transversais e longitudinais com pessoas idosas indicaram que exercícios físicos feitos regularmente não somente favorecem a capacidade de resistência e a flexibilidade, mas também facilitam a velocidade psicomotora (Stacey, Kozma e Stones, 1985; Rikli e Busch, 1986), o desempenho neuropsicológico (Stones e Kozma, 1989) e a saúde física e mental (Pate, 1995).

A implementação de programas de cuidados físicos tende a gerar impacto sócio-econômico porque graças a seus efeitos sobre a qualidade de vida global, o humor e a saúde percebida, provocam um aumento no grau de independência dos idosos e assim reduzem a demanda por serviços médicos.

Heidrich e Ryff (1993), acreditam que problemas de saúde na velhice são aliviados pelo aumento da integração social propiciadas pelo exercício físico feito em grupo. Os autores verificaram que boas condições de saúde física têm um efeito direto e significante sobre a diminuição da angústia e são relacionadas a altos níveis de integração social e a conseqüências positivas de comparação social. Os mesmos autores indicaram que mulheres com boas condições de saúde física são mais aptas a perceber o seu lugar no sistema social e manejam melhor os mecanismos de comparação social, produtos que estão associados a altos níveis de bem-estar psicológico.

A integração social propiciada pela atividade física pode facilitar comportamentos promotores de saúde (por exemplo, diminuição do consumo de cigarro e bebida e aumento da prática de atividades físicas) e pode produzir mudanças positivas nos estados psicológicos (afeto, autoestima e controle pessoal) que influenciam as respostas neuro-endócrinas associadas ao aparecimento de doenças cardiovasculares e auto-imunes. Além disso, pode prevenir doenças tanto pela assistência material como através de informações sobre comportamentos promotores de saúde. (Cohen, 1991)

Cientes dos efeitos positivos da atividade física, muitos estudiosos têm se dedicado a investigar os efeitos de sua interrupção sobre o organismo. Admite-se que a maioria dos efeitos do treinamento sobre as aptidões cardiorespiratórias, bioquímicas e metabólicas são perdidas dentro de um período de tempo relativamente curto depois que o treinamento é suspenso. Foram observadas reduções mensuráveis (6 a 7%) no VO2máx., na capacidade de trabalho físico, na hemoglobina e no volume sangüíneo após apenas uma semana de repouso completo no leito. De uma maneira geral, o ritmo de declínio dos benefícios da aptidão é perdido completamente após quatro a oito semanas de ausência de treinamento. (Foss e Keteyian, 2000)

Uma vez desenvolvidas, a força e a resistência muscular regridem num ritmo mais lento que aquele observado para a sua aquisição. Assim, a força obtida durante um programa, comumente não é perdida durante um período subsequente de seis semanas sem treinamento.

Já a resistência é perdida rapidamente durante as primeiras semanas de não-treinamento, mas após 12 semanas sem qualquer atividade, ainda persiste 70% da resistência obtida anteriormente mediante treinamento controlado (Foss e Keteyian, 2000). Não há consenso sobre o que acontece com a flexibilidade sob o efeito de descontinuidade do treinamento. No entanto, estudos específicos como os da articulação do quadril têm mostrado que há perdas importantes da flexibilidade na segunda semana após a interrupção do exercício. (Alter, 1999)

A revisão de literatura trouxe indicações claras a respeito dos benefícios propiciados pela atividade física praticada com regularidade sobre a qualidade de vida de adultos e de idosos.

Os benefícios extrapolam os indivíduos para atingirem a comunidade em que estão inseridos, seja porque têm mais chance de serem atuantes e produtivos, seja porque oneram menos a sociedade com eventuais doenças e incapacidades.

  

3. Atividades físicas: BENEFÍCIOS PARA A QUALIDADE DE VIDA

 

As atividades físicas podem ser um meio de o idoso manter seu organismo ativo, em bom funcionamento biológico e em equilíbrio com as relações afetivas e sociais. Os profissionais de educação física devem valorizar os programas de conservação da saúde e de atividades físicas direcionadas aos idosos, a fim de gerar melhora na funcionalidade de seu organismo e, assim, contribuir para sua socialização e o seu bem-estar subjetivo.

Revisando a literatura, McAULEY e RUDOLPH (1995), apontaram os seguintes benefícios decorrentes da prática de atividade física: redução da tensão com a prática de exercícios aeróbicos, melhor saúde física e melhor saúde psicológica, melhoria no humor e redução da ansiedade; melhoria no bem-estar e diminuição da ansiedade e melhora da estabilidade emocional. Segundo OKUMA (1998), os idosos praticantes de atividades físicas, além de se sentirem bem, têm mais disposição dentro e fora da família, são menos dependentes e conhecem novamente seu corpo, ultrapassando limites e barreiras muitas vezes auto impostas.

De acordo com BRUNNER (1970), SHEPPARD (1978, 1991, 1995, 1998), CHARNESS (1985), MATSUDO (1992), WEINECK (2000), as atividades físicas trazem benefícios físicos e psicológicos para os idosos, tais como: diminuição da gordura corporal, aumento da força e da massa muscular, fortalecimento do tecido conectivo e melhoria da flexibilidade, diminuição da pressão arterial, diminuição da insônia, estresse, ansiedade, melhoria das funções cognitivas, auto-estima e imagem corporal, e maior socialização. SPIRDUSO (1995) diz que as atividades físicas realizadas regularmente trazem também como benefícios, a redução dos níveis de triglicérides no sangue, redução dos riscos de acidentes vasculares cerebrais e a manutenção do funcionamento de alguns neurotransmissores.

Segundo HUGHES et al. (1991), a atividade física melhora o metabolismo de maneira geral, mas sabe-se que o coração é um dos órgãos mais beneficiados: passa a bombear maior quantidade de sangue, permitindo melhor oxigenação de outros órgãos vitais como o cérebro, os pulmões e os rins. O aumento do colesterol HDL também é um dos resultados positivos do exercício físico. Funciona como um antídoto do colesterol LDL, que se acumula nas paredes das artérias, obstruindo coronárias e vasos cerebrais provocando enfartes e derrames.

Segundo MATSUDO, MATSUDO E BARROS NETO (2000), além de ser um aliado no controle do peso, a atividade física praticada regularmente, aumenta a capacidade das células de absorver glicose, diminuindo o nível de açúcar no sangue.

Algumas vezes, é possível controlar o diabetes apenas com dieta e atividade física. Algumas pesquisas citadas por COUSINS e BURGESS (1992), sugerem que o exercício pode reduzir a velocidade do processo de envelhecimento, elevando e mantendo funções fisiológicas em níveis típicos de adultos que são décadas mais jovens.

De certo modo, a atividade física regular parece ser uma solução, para inverter a tendência global de 1% de declínio anual em muitas funções humanas. Segundo VUORI (1995), as pessoas idosas que praticam atividades físicas regulares obtêm melhores resultados em testes de marcha e de subir escadas, quando comparadas com indivíduos sedentários. A autora diz, também, que a atividade física é um fator chave na manutenção ou aumento da aptidão física relacionada à saúde e aumento das capacidades funcionais, mesmo após doenças funcionais ou degenerativas, uma vez que exercícios físicos são elementos fundamentais para o funcionamento músculo-esquelético. A atividade física pode ter um potencial preventivo resguardando a massa mineral óssea e os riscos de queda.

SPIRDUSO (1995) e SHEPHARD (1998), afirmam que os idosos iniciantes em um programa de atividade física podem previnir, retardar e em alguns casos, atingir aumentos significativos quanto ao VO2 máximo, com variação de 10 a 25% de ganhos.

SMITH e MITCHELL (1994), citam benefícios que as pessoas mais velhas podem ter no sistema cardiorespiratório: aumento do volume sistólico, aumento no volume sangüíneo total, redução da freqüência cardíaca de repouso e melhor redistribuição do fluxo sangüíneo para os músculos ativos.

Segundo MATSUDO e MATSUDO (1991), principalmente se feita com pesos, as atividades físicas podem aumentar a densidade óssea, por meio de ação mecânica sobre os osteoblastos (células responsáveis pela formação óssea), pelo efeito piezoelétrico (transformação da energia mecânica causada pela atividade física, em energia elétrica).

Pesquisando a densidade óssea entre vinte mulheres praticantes de atividade física e trinta sedentárias, OURIQUES e FERNANDES (1997), concluíram que a prática de atividade física entre os idosos pode ser uma grande aliada na prevenção de doenças ósseas, uma vez que o grupo ativo apresentou diferenças positivas estatisticamente significativas em relação ao grupo sedentário.

NUNES e FERNANDES (1997), estudaram a influência de exercícios físicos sobre a densidade óssea de mulheres, sendo um grupo de pessoas ativas e o outro de pessoas sedentárias. Os dois grupos não utilizavam reposição de cálcio, não faziam tratamento hormonal e eram grupos semelhantes quanto à idade, peso, altura e índice de massa corporal. Os resultados mostraram que as mulheres que praticaram exercícios (ginástica localizada) por mais de dois anos apresentaram densidade mineral óssea maior que as sedentárias.

A prática da atividade física para adultos maduros e idosos pode reduzir riscos de quedas e de fraturas (MANIDI e MICHEL, 2001), manter a força muscular e ajudar na manutenção de uma vida independente (RASO et al., 1997; RANTANEN e HEIKKINEN, 1998). Relacionando crenças de auto-eficácia e medo de quedas, McAULEY, MIHALKO e ROSENGREN (1997) encontraram que indivíduos idosos fisicamente ativos tinham menos medo de quedas, melhor equilíbrio e forte percepção de eficácia.

ROSENGREN, McAULEY e MIHALKO (1998), examinaram os ajustamentos da marcha em adultos idosos, ativos e sedentários, com idade entre 60 e 85 anos. Utilizando três instrumentos para medir o histórico de atividade física, o senso de auto-eficácia para a marcha e o equilíbrio. Encontraram correlação significativa entre as medidas de eficácia e os parâmetros de marcha. Especificamente, houve associação entre alto nível de eficácia e uma velocidade de marcha mais rápida. Esse resultado sugere que os fatores cognitivos e sociais podem ter um papel importante no controle da marcha em idosos, e é consistente com os princípios da teoria social cognitiva de BANDURA (1986, 1996, 1997).

WOODS et al. (1999), estudaram os efeitos de exercícios aeróbicos sobre a aptidão cardiovascular e sobre o sistema imunológico de idosos. Após seis meses de atividade física moderada (caminhada), três vezes por semana e 40 minutos por dia, houve aumento em algumas medidas do funcionamento imunológico, como células sangüíneas brancas, neutrófilos, linfócitos e monócitos.

A relação entre exercícios físicos estruturados e o funcionamento cognitivo (memória, atenção, tempo de reação, inteligência fluída e cristalizada) tem sido extensivamente documentada. Acredita-se que o aumento de atividade física pode conter o declínio na função cardiovascular, relacionada com hipóxia cerebral, e assim, previne o declínio cognitivo. Estudos epidemiológicos mostram relação entre alta habilidade cognitiva e o nível de atividade física em pessoas idosas. (DiPIETRO, 2001)

Segundo FIATARONE (1996), há evidências epidemiológicas que sugerem que a manutenção de um estilo de vida com atividade física regular está associada com menor grau de incapacidade na idade avançada. A autora afirma que algumas incapacidades e limitações fisiológicas que contribuem para o declínio funcional (perda de força e massa muscular, perda de capacidade aeróbica, depressão) são claramente modificados pelo exercício físico, mesmo em indivíduos fragilizados ou em idade avançada.

Os objetivos da atividade física são abrangentes e não se restringem à busca de rendimento ou performance: incluem a exploração dos sentidos e do potencial de cada um. Concebida desta forma, pode levar a uma diminuição de problemas ligados ao envelhecimento, favorecer o emagrecimento, aumentar a agilidade nas tarefas diárias e ajudar a obter plenitude física e psíquica.

Exercícios físicos feitos regularmente trazem benefícios psicológicos que  incluem aumento no senso de auto-eficácia, melhora da auto-estima e melhor auto-imagem corporal. Exercícios físicos têm sido associados à redução em estados de estresse, depressão e ansiedade (BERGER, 1989). Podem contribuir para ampliar o quadro de amizades, gerando afetos positivos e melhor saúde percebida. A atividade física pode recuperar vivências corporais cotidianas que fazem parte da vida das pessoas, favorecendo a qualidade de vida e o bem-estar subjetivo.


4. A RECREÇÃO E O LAZER COMO FORMA DE ENTRETENIMENTO

 

O lazer foi um fenômeno que evoluiu com o crescimento da classe proletária, fruto das transformações econômicas, culturais e espaciais provocadas pela Revolução Industrial do século XIX. No século XX cresceu e valorizou-se, tornando-se um fenômeno de massa. Neste início do século XXI o encontramos em pleno processo de expansão (MARCELINO, 1983)

O lazer é um conjunto de ocupação às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 1973)

O lazer é um direito dos cidadãos e é um pré-requisito fundamental para uma vida saudável. Para grande parte das crianças e adolescentes o lazer é uma constante, mas, no Brasil, os adultos muitas vezes se esquecem desta parte importante da vida e dedicam-se demais às atividades produtivas, onde o trabalho, a realização profissional ou a superposição de atividades remuneradas se tornam uma necessidade e vêm em primeiro lugar. (LEITE, 1995)

No entanto, há um momento em que essa “massa produtiva” se aposenta, sente-se, de certa forma, descartada pela sociedade e é acometida por uma série de distúrbios psíquicos, como a depressão, que vem sendo considerada por especialistas o verdadeiro “mal do século” para a terceira idade. (BRANDÃO, 2004)

Além da ociosidade gerada pela mudança nos hábitos de trabalho, a terceira idade também chega, para muitas pessoas, acompanhada de frustrações pessoais, perda de pessoas queridas e fragilidades de saúde. Ao mesmo tempo, muitas vezes é também nessa hora que o lazer volta a fazer parte da vida e, assim, contribui para um aumento na qualidade de vida física e mental das pessoas. (LEITE, 1995)

A procura por grupos de recreação tem crescido devido a fatores intrínsecos e extrínsecos, como solidão, falta de trabalho, ou simplesmente por diversão. Os principais motivos que as levam à procura de um grupo de indivíduos da Terceira Idade são: Melhora da qualidade de vida, melhora da condição em relação à sociedade, ocupação do tempo livre, fugir da solidão e encontrar diversão.

As atividades em grupo, bailes, viagens podem contribuir para um resgate do convívio social e para que o envelhecimento deixe de ser apenas um período de perdas, abandono, solidão e exclusão por parte da sociedade.

Particularmente as atividades recreativas devem ser: atraentes, diversificadas, com intensidade moderada, de baixo impacto, realizadas de forma gradual, promovendo a aproximação social, sendo desenvolvidos de preferência coletivamente, respeitando as individualidades de cada um, sem estimular atividades competitivas, pois tanto a ansiedade como o esforço aumenta os fatores de risco. Com isso é possível se alcançar níveis bastante satisfatórios de desempenho físico, gerando autoconfiança, satisfação, bem-estar psicológico e interação social. Deve-se levar em conta que o equilíbrio entre as limitações e as potencialidades da pessoa idosa ajudam a lidar com as inevitáveis perdas decorrentes do envelhecimento. (FERREIRA,2003)

 

4.1. Uma Terceira Idade bem sucedida, self e bem-estar subjetivo

 

Velhice bem sucedida é uma condição na qual os idosos, sozinhos ou coletivamente, vivem com qualidade de vida, em relação aos ideais individuais e aos valores existentes no lugar onde vivem. Faz parte de um envelhecimento bem sucedida a história pessoal do idoso e a manutenção da plasticidade comportamental, dentro dos limites impostos pelo processo normal de envelhecimento. O envelhecimento bem sucedido é definido por ROWE e KAHN (1997, 1998), como a habilidade que os indivíduos têm para manter as três seguintes características: baixo risco para doença relacionada a incapacidade, elevado funcionamento físico e mental e engajamento ativo com a vida. Para estes autores, é preciso que haja uma interação entre estes três componentes para que o conceito de envelhecimento bem sucedido seja melhor representado.

BALTES e LANG (1997), argumentam que recursos sensórios-motores, cognitivos, de personalidade e sociais têm grande importância para o envelhecimento bem sucedido porque eles facilitam a interação entre três processos adaptativos: seleção, compensação, e otimização de recursos para enfrentar e adaptar-se às perdas do envelhecimento.

A continuidade, a quantidade e a qualidade de atividades de amplo alcance físico e cognitivo têm sidos associados com bem-estar geral. PUSHKAR et al. (1997), supõem que a competência para realizar tarefas, a saúde psicológica e o bem estar estão associados à continuidade na realização de atividades que exigem habilidades individuais. Envelhecer bem irá depender do equilíbrio entre as potencialidades e limitações do indivíduo, o que permitirá, com formas diversas de eficácia, o desenvolvimento de mecanismos para enfrentar as perdas do processo de envelhecimento e a adaptação às incapacidades e desvantagens.

Vários elementos são indicadores de bem-estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo, competência social, atividade, eficácia cognitiva, renda, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais (NERI, 1993). A esses elementos soma-se o senso de auto-eficácia de idosos, tão importante nesta fase da vida, num mundo em que as pessoas só enxergam as perdas e o declínio da velhice.

O senso de bem-estar subjetivo resulta da avaliação que o indivíduo realiza das suas capacidades, as condições ambientais e a sua qualidade de vida, a partir de critérios pessoais combinados com os valores e as expectativas que vigoram na sociedade. Seu indicador mais conhecido é a satisfação com a vida. Avaliações desta natureza, dependem do self que atua sempre numa perspectiva temporal e comparativa (NERI, 2001c).

De acordo com HERZOG e MARKUS (1999), o self é um sistema multifacetado e dinâmico de estruturas interpretativas que regulam e medeiam o comportamento. O self abrange os níveis cognitivo e afetivo, as representações somáticas e as rotinas. O self é aquilo que alguém acha que é. É a pessoa inteira, vista a partir de certos pontos de vista. As idéias e imagens que as pessoas têm de si e as histórias que contam sobre si refletem a construção do self, um processo contínuo de organizar e dar forma, significado e continuidade às próprias ações e reações, em interação com imperativos culturais, os próprios insights e a compreensão emocional das habilidades, do temperamento, das preferências e dos comportamentos. A ligação entre o sistema do self e comportamentos e atividades é de grande importância para a teorização em Gerontologia sobre a manutenção das atividades na velhice. Quanto mais estruturado o sistema de competência do self, composto por senso de controle pessoal, crença de auto-eficácia e senso de domínio, maior a chance de adaptação e bem-estar do idoso.

O bem-estar subjetivo é um componente importante da boa qualidade de vida na velhice, e tem relação com o que o indivíduo acredita ser relevante para si. Segundo SPIRDUSO (1995), vários aspectos da vida influenciam os sentimentos de bem-estar subjetivo, entre eles o econômico (renda), a educação, o status conjugal, os transportes, a rede de relações sociais, o local de residência e a saúde física e mental.

Para LEE e ISHI-KUNTZ[1] (1988, apud DEPS, 1993), o bem-estar psicológico refere-se ao estado da mente, incluindo sentimentos de felicidade, contentamento e satisfação com as condições da própria vida.

DIENER e SUH (1997), afirmam que o bem-estar subjetivo é um aspecto da qualidade de vida e refere-se a uma avaliação da própria pessoa sobre sua vida. Assim sendo, estudar essa dimensão poderá ser uma contribuição às iniciativas aplicadas à melhoria da qualidade de vida de idosos. Estudos sobre o bem-estar subjetivo devem considerar pelo menos três componentes tidos como essenciais pela literatura da área: satisfação com a vida, afeto agradável e ausência de afeto agradável. Um aspecto importante de bem-estar tem a ver com a percepção do indivíduo a respeito do funcionamento do seu corpo. Nesse sentido, o bem-estar subjetivo reflete a harmonia entre funções fisiológicas e manutenção da capacidade de ajustar-se (auto-regulação) aos estímulos e agressões do ambiente. Facilita a convivência com situações de perdas de saúde decorrentes do envelhecimento como, por exemplo, doenças crônicas, como diabetes, hipertensão ou glaucoma.

SPIRDUSO (1995), confirma essas relações e pergunta em que medida o sentimento de bem-estar subjetivo e a satisfação com a vida aumentam com a prática de exercícios. Segundo a autora, não é fácil estabelecer a direção da causação entre essas variáveis, isto é, a relação entre os objetivos físicos, condições dos indivíduos, sua saúde subjetiva e satisfação com a vida ou bem-estar subjetivo. Entretanto, considera ela, a saúde e a aptidão física contribuem de várias formas para o bem-estar subjetivo, mantendo a independência do indivíduo, e permitindo seu engajamento e interação com outras pessoas. A atividade física não só mantém a saúde, como também pode promover sentimentos de auto-eficácia, afetos positivos e equilíbrio entre afetos positivos e negativos, que são grande parte do significado de ser humano e importantes componentes para o bem-estar subjetivo.

 

CONSIDERAÇOES FINAIS

 

O mundo chegou à virada do Terceiro Milênio com 600 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representava 6% da população mundial. A América do Sul chegou, ao final do ano 2000, com mais de 350 milhões de habitantes e mais de 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

Apesar do envelhecimento da população ser um problema ainda recente nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, podemos prever seus efeitos econômicos e sociais, que só tenderão a crescer com o passar dos anos. Segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde -, em 2050 estaremos com mais de 1 bilhão e 500 mil idosos. O número bastante expressivo dá a dimensão da importância de se conscientizar a sociedade.

No Brasil, os idosos são indivíduos, muitas vezes, desvalorizados e discriminados simplesmente por estarem na terceira idade. As pesquisas e publicações sobre os temas idosos, atividades físicas e bem-estar, ainda são escassas, e não existe, até agora, um corpo organizado de conhecimentos sistemáticos sobre o assunto, principalmente em termos de idosos brasileiros.

Como a população de muitos países está envelhecendo, a preocupação com a qualidade de vida dos idosos tem aumentado em, praticamente, todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde – OMS – define como marco inicial da velhice a idade de 60 anos, em países em desenvolvimento, e 65 anos, em países desenvolvidos.

O envelhecimento pode comprometer o indivíduo em vários aspectos de sua vida e restringir a sua participação na sociedade, mas é errôneo supor que seja sinônimo de doença e incapacidade. Nesse período, convivem limitações impostas pelo processo de envelhecimento e potencialidades que podem ser exploradas e ativadas.

Neste ponto é que a atividade física e a recreação mostram seu papel e a sua importância, pois possibilitam aos idosos terem mais saúde e melhor qualidade de vida. As recomendações e diretrizes da Organização Mundial de Saúde (1997, 1998) para a promoção da atividade física entre idosos, mostram que um programa de exercícios deve incluir atividades individuais e/ou em grupo; que existem benefícios fisiológicos, psicológicos e sociais resultantes de vários tipos de atividade física de baixa intensidade (alongamento, relaxamento, calistenia, exercícios aeróbicos, musculação, hidroginástica, entre outros); e de atividades de intensidade moderada (caminhada, dança, passeios ecológicos).

As transformações positivas promovidas por programas de atividades físicas permitem também, aos idosos, perceberem o que pode ser feito em cada situação, cuidando do corpo, da mente e da alma com dignidade, preservando a saúde encontrando e mantendo satisfação, bem-estar e, provavelmente, melhor sentido para a vida. Estes elementos contribuem substancialmente para a qualidade da convivência e do relacionamento com os semelhantes e consigo mesmos.

É necessário que os idosos aprendam a viver o restante de suas vidas da melhor maneira possível, praticando atividades físicas, estando no meio de amigos, com bom convívio familiar e com boa saúde. Isso além de gerar um bem estar do idosos, que se torna com mais auto-estima, melhora o relacionamento dos idosos não somente com a família, mas, com todos a sua volta.

Faz-se necessário pensar, em relação aos idosos, em medidas que possam impedir, ou mesmo atenuar, sua exclusão social, não só por problemas econômicos, mas também relativos a sua auto-imagem, a sua identidade e a sua auto-estima. A própria sociedade pode colaborar para um envelhecimento mais feliz, modificando também sua postura diante da terceira idade.

E a prática de atividade física e de recreação vem como uma oportunidade de reintegrar os idosos na sociedade e proporcionar uma melhora na qualidade de vida. Posto que, todos os idosos de qualquer classe social tem direito a uma vida saudável e com qualidade.

 

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