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Resumo:
O presente artigo de pesquisa busca analisar o processo histórico e cultural que resultaram na EJA como conhecemos hoje, passando pelo direito ao acesso a educação como obrigação do Estado, e que traz igualdade ao sujeito. Aos requisitos necessários
Texto enviado ao JurisWay em 29/06/2015.
Última edição/atualização em 29/06/2017.
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ANALISE SOBRE A POTENCIALIZAÇÃO DA CAPACIDADE COGNITIVA DOS SUJEITOS DA EJA ATRAVÉS DO CONHECIMENTO INFORMAL E ATIVIDADE LABORAL
[2]UEMG – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Resumo: O presente artigo de pesquisa busca analisar o processo histórico e cultural que resultaram na EJA como conhecemos hoje, passando pelo direito ao acesso a educação como obrigação do Estado, e que traz igualdade ao sujeito. Aos requisitos necessários para ingresso na EJA, normatizada desde 2013, a inclusão da cadeira da EJA na graduação. A valoração dos vários saberes que os sujeitos da EJA possuem e sua junção com o conhecimento teórico como instrumento potencializador, a capacidade de absorver conhecimento através da assimilação dos saberes, a elevação à capacidade cognitiva dos sujeitos através da atividade laboral. Narrando história dos sujeitos da EJA onde se evidencia alguns fatores que envolvem as instituições de ensino, os docentes e projetos que envolvem, atividade labora que potencializam saberes na absorção do conhecimento.
Palavras chaves: capacidade cognitiva, reflexão, EJA, trabalho.
1. INTRODUÇÃO
Em perfunctória analise, o presente artigo aborda marcos que registram o acesso à educação dos sujeitos, a partir da Constituição de 1988, para compreender em uma visão panorâmica do que hoje se denomina a EJA.
A Educação de Jovens e Adultos passou por diversas mudanças de conceitos, formatos e abordagens, passando por variáveis formas de governos e políticas públicas até chegar ao que conhecemos hoje como EJA e sua inclusão no currículo da graduação atualmente passa a ser um marco na história da educação brasileira, o que de forma prática consolida o que já estava previsto na lei, a menção do direito positivado, de acordo com o artigo 208 da Constituição de 1988, que dispõe sobre o dever do Estado em ofertar educação gratuita mesmo a aqueles que não tiveram acesso na idade própria.
Por meio de fóruns a partir de 1997 a história da EJA começa a ser registrada no intitulado “Boletim da Ação Educativa”, nesta fase da história da Educação brasileira, a EJA possui um foco amplo, em busca de uma sociedade igualitária e uma Educação eficaz.
Para entender a potencialização da capacidade de aprender é necessário compreender e valorizar os saberes, a bagagem de vida, laboral, cotidiana do sujeito da Educação de Jovens e Adultos – EJA, partindo do ponto de que a atividade laboral, agregada a bagagem individual conhecimento tem papel fundamental no desenvolvimento e potencializar a capacidade cognitiva.
Desta forma, o sujeito da EJA é tratado de maneira especial e diferenciado, no sentido de agregar sua experiência de vida a teoria aplicada em sala.
Assim, o sujeito pode transcender a simples esfera do conhecimento de regras, métodos e linguagens, e passa a ser então inserido na esfera sócio-econômica e política da qual fora excluído.
O domínio das letras e das palavras é um instrumento para que o adulto alfabetizado elabore sua consciência política e social, conquistando um ponto de vista integral do saber e do universo que habita.
O artigo em questão terá como sede o tema o estudo a Educação de Jovens e Adultos – EJA a analise ao comportamento do sujeito e quais aspectos laborais influenciaram na absorção de conhecimento em sala, dando ênfase na reflexão e cognição, por intermédio da atividade laboral e dos vários saberes que compõem a bagagem do sujeito.
2. DESENVOLVIMENTO
Em relação à história da Educação de Jovens e Adultos, nem sempre foi chamada assim, inicialmente, por volta de 1985 era chamada “MOBRAL”, depois Fundação EDUCAR, houve muitas mudanças de conceitos, formatos e abordagens, passando por variáveis formas de governos e políticas públicas até chegar no que conhecemos hoje como EJA, a inclusão da EJA no currículo da graduação atualmente passa a ser um marco na história da educação brasileira, o que de forma prática consolida o que já estava previsto na lei, a menção do direito positivado, de acordo com o artigo 208 da Constituição de 1988:
“O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;” CF/88
Podemos vislumbrar um pequeno marco, o direito de acesso à educação para aqueles que estão fora de faixa de idade á escola regular, a partir dai surgem muitas mudanças.
Na década de 90 emergiram iniciativas em favor da Educação de Jovens e Adultos, o governo incumbiu os municípios a se engajarem nesta política, ocorrem parcerias entre ONG’s, municípios, universidades, grupos informais, populares, Fóruns estaduais, nacionais e através dos Fóruns a partir de 1997 a história da EJA começa a ser registrada no intitulado “Boletim da Ação Educativa”.
Nesta fase da história da Educação brasileira, a EJA possui um foco amplo, para haver uma sociedade igualitária e uma Educação eficaz é necessária que todas as áreas da Educação sejam focadas e valorizadas, não é possível desvencilhar uma da outra.
Dai surge à concepção de que a EJA tem um perfil de sujeito adulto, trabalhador e que por algum imprevisto da vida, ficou impossibilitado de cursar o ensino regular e em um momento posterior procura a EJA a fim de concluir seus estudos.
O que se pode afirmar com certeza é que hoje funciona assim a Educação de Jovens e Adultos - EJA visa atender os cidadãos que não tiveram oportunidades de estudos na idade própria e desejam completar a Educação Básica Ensino Fundamental e Médio.
Os cursos presenciais da EJA são oferecidos em várias escolas e tem a seguinte organização; curso presencial dos anos finais do Ensino Fundamental, com duração de 02 (dois) anos letivos, organizados em 04 (quatro) períodos semestrais.
O curso presencial do Ensino Médio, com duração de 01 (um) ano e meio, organizado em 03 (três) períodos semestrais.
Esta organização dos cursos presenciais de EJA foi implantada no ano de 2013, estipulando a idade mínima para matrícula em cursos de Ensino Fundamental, 15 anos e Médio, 18 anos respectivamente, esses parâmetros vigoram desde 23 de março de 2004, de forma costumeira.
Nesse processo o que se pode observar é o costume prevalecendo em detrimento da norma que em poucos momentos foi prescrita, um grande marco foi a Emenda Constitucional nº 65, de 13 de julho de 2010altera a denominação do capítulo VII, do título VIII, da Constituição Federal Brasileira e modifica o artigo 227, para cuidar dos interesses da juventude. [3]
A Constituição Federal mudou em 1988, em 2002 a maioridade para práticas de atos da vida civil reduziu de 21 para 18 anos, em alguns casos cabendo emancipação aos 16 anos, hoje se conceitua a faixa da vida de 14 à17 anos de idade adolescente, de 18 a 25 anos de idade jovens, de 26 á 59 anos de idade adulto e a partir de 60 anos de idade é idoso.
A sociedade mudou os excluídos da década de 80, são diferentes dos excluídos de hoje, os padrões de formação de famílias mudou, o perfil atual de docente mudou hoje o sujeito da EJA não é apenas o adulto, mas por inúmeros fatores sociais o jovem e adolescente, vem migrando para a EJA na maioria das vezes esse jovens e adolescente também são trabalhadores.
Segundo Vygotsky, todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem com base na história de trajetória social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico-social de sua comunidade.
Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não são determinadas por fatores congênitos.
Esse é o resultado das atividades praticadas de acordo com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo se desenvolve. Conseqüentemente, a história da sociedade na qual o jovem e adulto desenvolve e a história pessoal, são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar.
Neste processo de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinação de como o jovem e adulto vai aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são transmitidas através de palavras.
A idéia de zona de desenvolvimento próximo é de grande relevância em todas as áreas educacionais.
Uma implicação importante é a de que o aprendizado humano é de natureza social e é parte de um processo em que se desenvolve o intelecto dentro da intelectualidade daqueles que a cercam (VYGOTSKY:1994).
De acordo com Vygotsky, uma característica essencial do aprendizado é que ele desperta vários processos de desenvolvimento internamente, os quais funcionam e interagem em seu ambiente de convívio.
... um problema deve surgir, que não possa ser solucionado a não ser que pela formação de um novo conceito (Vygotsky, 1962:55)
O conhecimento científico, metodológico é importante e através dele é possível desenvolver, aprimorar o pensamento e a formação de conceitos para os jovens e adultos em processo de escolarização, porém para esse público é necessária uma atenção especial que valoriza os vários saberes da qual bagagem de vida esta carregada, nesse sentido a junção do científico com o cotidiano, é a fórmula perfeita. (MOURA: 2013).
No âmbito da aprendizagem o conceito científico, baseado em conhecimentos teóricos, desvinculado das experiências pessoais e dos próprios objetos representados pelo conceito em questão, logo torna se notório e necessário o conhecer científico, que traz compreensão ao cotidiano.
Neste sentido Segundo Mayra Moura entende que o pensamento possui natureza dinâmica, estando constantemente sujeito a transformações e re-elaborações, que o tornem mais coerentes, consistentes e abrangentes, independentemente da aprendizagem de um determinado conceito científico e da emergência de um novo modo de funcionamento cognitivo, associado a essa aprendizagem, tornando se evidente a necessidade de inovar a fim de valorar o conhecimento subjetivo do individuo.
Nesse sentido este artigo se pauta na analise do aumento e potencialização da capacidade cognitiva, a partir da experiência do sujeito da EJA, que esta engajada a práticas que corroboram para fixação e ampliação do aprendizado.
As crescentes exigências de qualificação do mundo do trabalho cada vez mais competitivo e excludente, impulsionando o retorno aos estudos, dentre as motivações para a busca de maiores níveis de escolarização após a infância e adolescência, destacam se as múltiplas necessidades de conhecimentos ligadas ao acesso e aos meios de informação e comunicação, à afirmação de identidades singulares em sociedades complexas e multiculturais, em torno do trabalho como meio de subsistência. (DI PIERRO: 2005)
Na linha de Vygotsky, aprendizado é despertando a partir de vários processos de desenvolvimento internamente, os quais funcionam e interage em seu ambiente de convívio, neste sentido o presente estudo tem por objetivo analisar de que forma a experiência laboral influencia na potencialização da capacidade cognitiva.
Em perfunctória analise a uma escola pública estadual do município de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, no ano de 2015, com 1º, 2º e 3º ano da EJA, para traçar o perfil da turma, foi solicitado a cada aluno que se apresentasse e exteriorizasse o motivo pelo qual buscaram a EJA e suas expectativas para conclusão do curso.
A intenção era diagnosticar o perfil da turma relacionado ao histórico de vida dos indivíduos, fazendo o levantamento sobre as expectativas, anseios e causas que motivaram o sujeito à busca por concluir os estudos em um curso da EJA.
Como resultado desse estudo, pode constatar que na maioria, os sujeitos trabalham, formal e informalmente.
O trabalho pode ser uma experiência estruturante da vida adulta, dentre várias histórias ouvidas no âmbito da Educação de Jovens e Adultos podem remeter facilmente a problemas, em situações laborais, na fronteira entre linguagem, alfabetização e letramento. Através dessas histórias, que podem ser garimpadas nos cursos de EJA, vislumbramos a implicação da escrita no exercício quotidiano da atividade de trabalho. Mas resta interrogar de quais trabalhos estaríamos falando ao nos remetermos às experiências laborais dos alunos de EJA (CUNHA: 2010).
Há atividades em que o mercado de trabalho exige pouca escolaridade, mas frequência com que se desenvolve essa tarefa leva seu executor a refletir em maneiras que reduzem o esforço e potencializam o desempenho de sua função.
Nesse sentido mesmo sem dominar a teria, o sujeito através de sua experiência de vida é capaz de refletir e de aperfeiçoar os métodos que lhe auxiliam a executar aquela tarefa com perfeição e menor tempo.
Nesse sentido, Moura que adota a corrente de Vygotsky salienta a capacidade de aprender através dos vários saberes adquiridos pela bagagem cotidiana da vida de cada sujeito.
Dentre várias histórias concebidas na EJA tem o eletricista que domina as leis da física, o marceneiro e pedreiro que dominam a geometria no quesito área e perímetro, a cozinheira que domina pesos e medidas, a auxiliar de serviços gerais que a fração de tempo e quantidade de pessoas necessárias para limpar determinado perímetro.
Esses sujeitos têm de comum é a falta do domínio e técnica em relação ao conhecimento cientifico e teórico e mesmo assim dominam o exercício de sua atividade laboral, que o aprendizado aconteceu de forma paulatina, dia a dia, com a repetição.
Ao ingressarem na Educação de Jovens e Adultos esses sujeitos apenas conheceram a seqüência teoria de atividades que já executavam em sua vida cotidiana laboral.
No que se refere à potencialização da capacidade cognitiva em uma relação de trabalho, é interessante o relato de uma auxiliar de serviços gerais, jovem de 25 anos, que já exercia função de confiança, liderando a equipe, entretanto, não detinha o conhecimento teórico nem dominava a oralidade da norma padrão da língua portuguesa, porém seu desempenho na atividade laboral é notório por comprometimento, criatividade, espírito de liderança e motivação, dentre outros. Por seu potencial foi estimulada a concluir seus estudos e participar do programa de promoção por títulos adquiridos, visando crescer dentro da empresa inicia e EJA ensino médio.
Nesse caso em especial a aluna relata que tinha muita dificuldade, mas que o conhecimento teórico adquirido na EJA, nos livros e prática laboral, a oralidade, os relatórios ajudaram na fixação e potencializando o aprendizado.
Nesse caso é perceptível à influência da atividade laboral, movimentando a engrenagem que motiva os sujeitos a retomarem os estudos, seja em busca de melhores condições de ganhos financeiros, colocação no mercado de trabalho, realização pessoal e que há ambientes de trabalho fornecem condições que potencializam a capacidade de aprender e refletir do sujeito.
A atividade laboral pode ter uma dimensão importante e relevante, interagindo com o aprendizado cientifico e corroborando com exercício intelectual, potencializando a capacidade reflexiva dos sujeitos heterogêneos e suas bagagens.
Em se tratando de conhecimento informal a escola quando age com papel de mediado entre o sujeito e a escola, não só de levar o conhecimento, mas de formar vidas, e não mão de obra para o mercado, por isso o convívio é relevante e trás troca de vários saberes.
O educador é pivô e mediador dos relacionamentos, por isso ele precisa estar sempre motivado, essa função é vai além do que se pede no currículo.
Quando se abre dialogo no interior da escola, para professor e alunos onde os sujeitos da EJA podem expor o conhecimento cotidiano, o resultado é a potencialização da capacidade do sujeito que se engaja no propósito, resultando em aumento do respeito entre os sujeitos, diversidade os saberes, aprender se tornar mais interessante e gostoso quando a comunidade abraça a escola que se torna referencia.
Uma proposta interessante, que integraliza os conhecimentos cotidianos ao aprendizado cientifico, abrindo a escola para o sujeito, que se materializa através do projeto da feira de ciências promovida pelo Professor Edson, há vários anos desenvolve esse trabalho inicialmente com ciências, depois veio teve adesão de todas as disciplinas.
Cada professor passa seu cronograma, os alunos são divididos em grupos, de forma que todas as disciplinas são contempladas, na execução, os alunos são separados em grupos que expõem o trabalho conforme proposto pelo professor de cada disciplina.
Esse trabalho funciona de forma interdisciplinar, de forma que todas as disciplinas atuam, no dia da feira há professores convidados que pontuam os trabalhos, é feito uma média e a nota final será valida para todas as disciplinas.
Em uma feira foi possível observar uma casa em miniatura, com toda a parte elétrica, com lâmpada e apagador, o objetivo era identificar a condução da energia, os polos positivos e negativos, o trabalho foi muito impressionante.
Em outra sala foi criado uma célula do corpo humano, construída em tamanho gigante, para compreendo cada parte.
Para tema de história foi construída uma caverna, que demonstravam as forma primitivas de habitação humana.
Em cada trabalho tinha um aluno mediador que explicava o tema, o funcionamento e objetivo do trabalho, eles trabalhavam em equipe, utilizavam sua bagagem de vida junto ao conhecimento cientifico.
Para qualquer pessoa sem formação em elétrica, seria bem difícil construir uma casa e demonstrar a condução da eletricidade, o negativo e positivo, entretanto o conhecimento desse sujeito é cotidiano, é sua bagagem de vida, para ele isso é muito fácil, é algo que parte da sua profissão.
Nesse sentido quando a escola abre espaço e o professor impulsionado por motivação elabora projetos como feiras que valorizam a bagagem do sujeito e potencializa a reflexão, a capacidade cognitiva, trazendo um sentido real de teoria em face do cotidiano.
Os sujeitos da EJA, já chegam com seus saberes, sua bagagem, que pode ser potencializada quando se cria pontes para o saber, Freire adota a valorização desse conhecimento. “Fui alfabetizado (...) com palavras do meu mundo, não do mundo maior dos meus pais. (...) Já homem, eu proponho isso! Ao nível da alfabetização de adultos, por exemplo,”(FREIRE: 1987).
Obrigação do Estado e direito de todos, é assim que esta normatizada na Constituição Federal de 1988, o acesso a educação para aqueles, que se encontram foram da faixa etária para o ensino regular, a esses sujeitos é garantido direito constitucional o acesso a educação.
Mas como? Se todo o arcabouço que envolve a formação de docentes, esta enraizada nas diretrizes do ensino regular?
Podemos salientar que estamos em um segundo marco de conquista, pois a primeira conquista foi positivada em 1988 com o direito de acesso a educação para jovens e adultos, hoje é necessário mais para ser resguardada a garantia constitucional de dignidade da pessoa humana, hoje muito se tem estudado, escrito e divulgado sobre as formas e diferentes técnicas de ensino em face dos sujeitos da EJA.
Paulo Freire propõe a alfabetização a partir da cognição subjetiva e heterogenia de cada sujeito, dessa forma o aprendizado se torna eficaz, divertido, interessando mesmo após uma jornada desgastante de trabalho e transito intenso.
O desafio agora é agregar os mecanismos cotidianos que contribuem para a potencialização da capacidade cognitiva do sujeito, a feira de ciências do Professor Edson é um bom exemplo.
Também é possível agregar os momentos de desempenho laboral, quando desenvolvidos em ambientes e com atividades que potencializam o aprendizado teórico concebido pela instituição de ensino.
Em suma a proposta deste artigo é evidenciar a possibilidade de ampliação da capacidade de aprender, em detrimento da atividade laboral.
A partir do caso da aluna que é promovida a supervisão é possível perceber e constatar que mesmo de forma inconsciente, o sujeito é empurrado pelo mercado de trabalho para as instituições de ensino a fim de se capacitarem teoricamente.
Quando há junção de condições laboral que corroboram com o aprendizado, esse processo acaba por potencializar a capacidade do sujeito em adquirir conhecimento.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
MOURA, MAYRA PATRÍCIA. Desenvolvimento do pensamento: um estudo sobre formação de conceitos com jovens e adultos em processo de escolarização. 2000
CUNHA, DAISY MOREIRA. Problemas de Trabalho e Questões de Linguagem. 2010
DI PIERRO, MARIA CLARA. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. 2005
VYGOTSKY, L. S., LURIA, A R., LEONTIEV, A. N., Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: 1994
https://www.educacao.mg.gov.br/cidadao/servicos/eja-presencial
http://www.acaoeducativa.org.br/index.php/boletins
[3] Artigo 227 da Constituição Federal Brasileira de 1988
“Art. 2º O art. 227 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos:
(...)
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.
§ 3º (...)
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
(...)
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.
(...)
§ 8º A lei estabelecerá:
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;
II - O plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas ” CF/88
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