Outros artigos do mesmo autor
É hora de mudarOutros
Outros artigos da mesma área
Análise da Jurisdição e Competência na esfera Processual Penal
Inclusão Social e o pisicomotrocidade
CONDUTA DE AÇÃO AUTORITÁRIA, NO INTERESSE DO ESTADO
TRÁFEGO OU CLIENTES: DO QUE VOCÊ PRECISA?
LEITURA PARA REMIÇÃO DA PENA NOS PRESÍDIOS FEDERAIS
Família quem é? Estatuto da família para que?
Resenha do filme Alexandria e a importância do Estado laico em tempos de intolerância
Resumo:
Crônica sobre as relações dos profissionais do Direito, abordando humor, comunicação e problemas do cotidiano.
Texto enviado ao JurisWay em 12/03/2013.
Indique este texto a seus amigos
RRRRHHHHH....BUUMMM, uma freada brusca, seguida de uma batida, era início de mais um dia daqueles.
Os motoristas conversaram, trocaram cartões e decidiram, resolveriam aquilo no final de semana, cada um seguindo seu rumo.
Um deles, advogado de uma grande empresa senta em sua cadeira, liga seu computador e começa a ler seus e-mails. A alguns quilômetros de distância, outro advogado repete a mesma rotina, ambos tem os mesmos problemas em suas cabeças– conta de água, luz, telefone e TV a cabo vencendo, o chefe que não está em um dia bom, o filho com problemas de aprendizado na escola, a esposa com a saúde nem tão em dia e ambos já quase não tem tempo para o único passatempo que guardam de seus tempos de solteiros; seus selos, suas lindas e preciosas, ao menos para eles, coleções de selos. Mas ambos precisam trabalhar; conviver com os demais, interagir, cumprir metas e prazos e ainda tentar resolver todos os problemas que os rodeavam no início do dia.
De repente, um envia ao outro um e-mail sobre um assunto importante a ser rapidamente resolvido e que seria, caso um dos dois tivesse a iniciativa de “passar” a mão no telefone e ligar para seu colega, mas isso não ocorreu.
Começou, então, uma apoteótica troca de e-mails, que foi se estendendo ao longo do dia: logo pela manhã, o clima dos e-mails ainda era ameno, já que ambos achavam que com 4 ou 5 mensagens tudo seria resolvido.
Foram almoçar, papearam com seus colegas de escritório, conheceram um restaurante diferente, mas na cabeça dos dois só passava uma coisa - teriam que iniciar a tarde com aquele mesmo assunto da manhã.
Um deles, mais rápido no teclado, atualizou suas mensagens e viu que a conversa ainda não tinha chegado ao fim e agora eles tinham expectadores: não acreditava no que estava vendo - chefes, sub-chefes e até pessoas que ele nem sabia quem eram, assistiam, ou melhor, liam a tudo de camarote, o clima começou a ficar tenso.
Chegou o período da tarde, já por volta das 16h:00h, e aquele que não era o mais rápido no teclado e que havia enviado a última mensagem do que agora poderíamos chamar de 1º round, nem imaginava que a luta estava armada. As mensagens que antes eram escritas com linguajar educado e cortês, foram substituídas por mensagens monossilábicas e acreditem vocês, algumas COM LETRAS MAIÚSCULAS – àqueles que tem filhos adolescentes, perguntem para eles o tamanho da falta de educação que é, em uma mensagem ou e-mail, escrever com letras maiúsculas.
A situação só piorava e ambos, em seus respectivos escritórios, blasfemavam um ao nome do outro aos colegas.
O final do expediente foi chegando, era hora de cada um deixar o ringue, ou melhor, seus escritórios. Cada um deles entrou em seus carros, ficaram horas parados em razão do trânsito, chegando em suas residências e de volta aos problemas, aqueles comum à ambos, só que agora acrescidos de mais um: o assunto que ficou sem resolução por nenhum dos dois ter o simples gesto de ligar para o outro, terem uma conversa sem interpretações dúbias; uma simples ligação, como aquelas que fazemos para pedir uma pizza.
A tecnologia é algo que nos ajuda na realização de nossos afazeres diários, tornando muito mais fácil e rápida a comunicação entre as pessoas e isso é algo que não podemos impedir, mas delas só temos que nos beneficiar.
Diariamente todos nós temos problemas, dos que consideramos mais difíceis aos mais fáceis de resolver e cabe a nós, seres pensantes e que vivem em sociedade, nos conhecermos e trabalharmos para sermos pessoas melhores.
Chega de criar problemas, vamos ser criativos e fazer brotar soluções.
Ah, quanto ao caso dos advogados, no dia seguinte um deles ouviu os conselhos do chefe; um daqueles que estava copiado nas mensagens e resolveu ligar para o colega - o problema foi resolvido em menos de 15 minutos de conversa e a vida de ambos continuou em seus respectivos escritórios, com um problema a menos.
Quanto aos selos, depois de descobrirem o hobbie em comum, fundaram a Associação dos Advogados Filatelistas e assim viverão com suas coleções, felizes para sempre.
Nenhum comentário cadastrado.
Somente usuários cadastrados podem avaliar o conteúdo do JurisWay. | |