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 Defesa do Consumidor
 

Chocolate liberado, só se for amargo

Fonte: Gazeta do Povo 13/7/2009

Texto enviado ao JurisWay em 17/09/2009.

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Basta um pedaço de chocolate para os sentidos se aguçarem. O aroma encorpado, o sabor doce e a consistência cremosa são alguns dos atrativos desse “alimento divino”. O apelido pomposo vem do nome científico do cacaueiro, Theobroma cacao, que une os radicais “deus” e “alimento” em grego.

E os curitibanos conhecem bem essa tentação. Uma pesquisa realizada pelo Ibope Mídia em abril deste ano revela que 68% dos moradores da cidade haviam ingerido chocolate havia no máximo uma semana. Se o prazer já é motivo suficiente para que tantas pessoas consumam esse produto, imagine se ele também trouxer, como bônus, benefícios à saúde. É o que está acontecendo: as pesquisas mais recentes já afirmam isso.

“Antigamente o chocolate era condenado por ser um produto rico em carboidratos e gordura, mas pesquisas que se iniciaram no fim da década de 80 encontraram diversos benefícios decorrentes do alto teor de flavonoides”, conta a engenheira de alimentos Cláudia Helena Degáspari, que há 20 anos pesquisa as propriedades do chocolate.

Flavonoides são uma palavra-chave quando se fala nos benefícios do chocolate para a saúde. São substâncias encontradas também em frutas, chás e vinhos e que têm ação anti-inflamatória, antioxidante (retarda o envelhecimento das células) e antiaterosclerótica (reduz o depósito de gordura nas veias). Na prática, favorecem o controle da pressão arterial e a produção de HDL (o colesterol bom), contribuindo para a prevenção de doenças cardiovasculares.

Além disso, a endocrinologista Rosângela Rea afirma que o chocolate estimula a produção de serotonina e endorfinas, hormônios relacionados ao bem-estar. “Mais recentemente se tem falado que ele contem também feniletilamina, a mesma substância que o organismo produz quando estamos apaixonados”, diz.

Antes que os chocólatras corram para a bomboniere mais próxima, Degáspari faz um alerta: o chocolate branco não apresenta flavonoides – logo, do ponto de vista nutricional, continua sendo um vilão. O chocolate ao leite também não é muito vantajoso, porque tem uma quantidade pequena dessas substâncias e, além disso, a composição láctea praticamente anula o efeito antioxidante. O mais saudável, segundo os médicos, é o tipo amargo, aquele que tem mais de 50% de cacau – e duas vezes mais flavonoides do que o chocolate ao leite.

Nutricionistas enfatizam ainda que, para desfrutar desses benefícios, mesmo o consumo de chocolate amargo deve ser moderado. Por enquanto, não há unanimidade sobre a quantidade ideal. “Uma pesquisa feita e publicada recentemente nos Estados Unidos recomenda 6 gramas diários. Mas todos os demais estudos que eu li até hoje indicam de 30 a 40 gramas”, diz Degáspari.

Contando calorias

No inverno, a vontade de comer chocolate pode aumentar. A endocrinologista Rosângela Rea afirma que isso é natural. Nesse período, o organismo gasta mais calorias para se manter aquecido, por isso, ele pede alimentos mais calóricos e gordurosos. Outro fator que atrai as pessoas para a guloseima, segundo Rea, é o tempo nublado típico de Curitiba, que reduz a taxa de serotonina. A ingestão de chocolate repõe essa perda e alivia o quadro de depressão. “O problema é que hiper-reagimos e comemos mais do que o necessário”, diz Rea. Ela atribui isso à facilidade em se adquirir o doce. “Não é como na época em que as pessoas precisavam caçar e abater animais para ingerir gordura. Agora é só abrir a embalagem e comer”, compara.

Embora seja bastante tolerante ao chocolate na hora de montar o cardápio de suas pacientes, a nutricionista Luciana Laffitte também enfatiza a moderação na ingestão. “Se a pessoa comer chocolate todo dia em grande quantidade, mesmo que isso a faça se sentir bem, ela vai engordar, porque é um produto muito calórico”, avisa.

Não há chocolates em barra light. O diet, para os desavisados, pode conter menos sacarose, mas a quantidade de gorduras e calorias é, em geral, até maior, conforme explica a nutricionista Marina Munhoz. Uma pesquisa realizada pela engenheira de alimentos Cláudia Degáspari ilustra isso (veja quadro).

“Há outros alimentos, como o aspargo e o brócolis, que são pouco calóricos e também contêm serotonina, que estimula o prazer. Então, por que as pessoas sempre recorrem ao chocolate?”, reflete a endocrinologista. Em seguida, tenta responder: “O chocolate é um alimento único, porque combina benefícios à saúde com o prazer.” Essa característica explica em parte o apelido “alimento dos deuses”. A resposta completa, essa só mesmo o paladar pode dar.

Escolha consciente

No comércio, a diversidade de chocolates é grande. A nutricionista Marina Munhoz ensina quais são as diferenças entre algumas das variedades

Ao leite - Rico em massa e manteiga de cacau, açúcar e leite. É muito calórico, por isso, pode causar aumento do peso e da taxa de gordura. Quando tem gordura vegetal hidrogenada, o risco de haver problemas com colesterol alto é ainda maior.

Branco - Rico em manteiga de cacau, açúcar e leite. Além do alto teor de gorduras, não apresenta flavonoides – portanto, não traz benefícios cardiovasculares.

Amargo - Feito principalmente à base de massa de cacau, tem baixo teor de açúcar. É escuro e tem sabor mais forte. O consumo moderado traz benefícios cardiovasculares.

Meio amargo - Semelhante ao amargo, mas apresenta adição de açúcar.

Diet - Composto por manteiga de cacau, leite em pó, adoçantes e gordura vegetal hidrogenada (opcional). Pode elevar a glicemia (açúcar presente no sangue) e provocar aumento de peso, pois é tão rico em gorduras e carboidratos quanto o chocolate ao leite. A grande diferença é que o diet está isento de sacarose, o açúcar de mesa.

Em pó - Proveniente da amêndoa de cacau ralada e isento de manteiga de cacau. É mais saudável quando não há adição de açúcares – logo, não é o caso do achocolatado solúvel.





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