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BRASÍLIA - O aumento dos juros e as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo para segurar a inflação encareceram as operações de crédito livre em 0,8 ponto percentual em abril e fizeram com que as taxas cobradas dos tomadores de empréstimos no país ficassem em 39,8% ao ano - maior patamar desde fevereiro de 2009. Isso é o que mostra relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). De acordo com o documento, para as pessoas físicas, o aumento foi de 1,8 pp. Para as empresas, houve queda de 0,3pp. No primeiro quadrimestre, as taxas dos empréstimos já subiram 4,8pp (sendo 6,2pp para pessoas físicas e 3,1pp para jurídicas).
Mesmo assim, o crédito continua crescendo no país. Segundo o BC, o estoque total chegou a R$ 1,776 trilhão em abril, ou 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O montante representa uma alta de 1,3% em relação a março e de 4,1% no acumulado do ano. Quando se considera o comportamento do crédito em 12 meses, a elevação já está em 21%.
A taxa de juro do cheque especial saiu de 174,6% em março para 178,1% anuais em abril, com acréscimo de 3,5 pontos percentuais. Em 12 meses, foi registrada ampliação de 16,8 pontos percentuais.
O spread (ganho com a diferença entre o custo de aplicação e o custo de captação) cobrado pelos bancos nessa operação subiu 3 pontos, ficando em 166,6% ao ano. Em 12 meses, foi apurado acréscimo de 13,7 pontos.
O juro do crédito pessoal apresentou elevação de 2,6 pontos percentuais, atingindo 49,9%. Em 12 meses, o BC apontou acréscimo de 7 pontos. Dentro dessas operações, a taxa média dos empréstimos com desconto em folha de pagamento aumentou 0,4 ponto, indo a 28,5%. Em 12 meses, houve adição de 1,7 ponto.
As taxas médias das operações tradicionais de crédito pessoal corresponderam a 65,6%, elevação de 5,4 pontos no comparativo mensal e de 9,4 pontos em 12 meses.
Nas outras modalidades de crédito à pessoa física, o custo médio do empréstimo para aquisição de veículos cresceu 1 ponto no mês passado, para 30,9% anuais. Em 12 meses, o aumento foi de 7,4 pontos. As taxas de empréstimos cobradas para aquisição de bens variados - como eletroeletrônicos, por exemplo - avançaram 1,2 ponto no comparativo mensal, para 54,8%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, disse que, apesar do crescimento, o crédito já está mostrando um arrefecimento. Isso porque a elevação de 4,1% no quadrimestre representa uma expansão anualizada de 13%. O presidente do BC, Alexandre Tombini, já afirmou que um aumento entre 10% para 15% para o crédito este ano é considerado equilibrado.
- O crescimento do crédito foi em ritmo menor. Esse arrefecimento está associado aos impactos das medidas macroprudenciais e ao ciclo de alta das taxas de juros _ disse Maciel.
O documento do BC também mostrou um aumento da inadimplência nos empréstimos em abril. Ela passou de 4,7% em março para 4,9% no mês passado. Maciel disse que o dado já era esperado e não é preocupante:
- Esse aumento na margem é algo relativamente esperado tendo em vista o aumento da inflação e das taxas de juros, ou seja, houve maior comprometimento da renda com o pagamento das dívidas. Essa reação tem sido bastante discreta e bastante moderada.
O aumento da inadimplência, no entanto, contribuiu para a elevação do spread (diferença entre a taxa de captação dos recursos pelos bancos e a taxa cobrada nos financiamentos). O spread subiu de 26,8pp para 27,7pp, ou seja, 0,9pp.