Últimos artigos
Questões Polêmicas Na Sociedade De Consumo É Tema De Congresso Da Adeccon07/12/2011
Justiça Obriga Celpe, Compesa e Oi a Oferecerem Seis Opções de Data de Vencimento das Faturas07/12/2011
Procons iniciam Operação Natal Legal e reforçam fiscalização no varejo07/12/2011
Mantega: população deve pechinchar e exigir desconto maior que o da redução de impostos07/12/2011
Casa própria: comprador deve se preparar para gastos com escritura e impostos07/12/2011
Regulamentação de microsseguros irá atrair novo público e criar produtos07/12/2011
Inmetro garante a qualidade de produtos importados30/11/2011
Sites na mira da Polícia30/11/2011
Quer pagar quanto pela luz?30/11/2011
Férias: consumidor não é obrigado a aceitar pacote de diárias em hotel30/11/2011
Segundo pesquisa de autoria do IBGE, queda no poder de compra médio da população foi de 1,5% em cinco meses
São Paulo. O aumento dos preços já está corroendo os ganhos salariais dos brasileiros. Apesar dos fortes reajustes conquistados no ano passado pelos trabalhadores, o rendimento real médio ficou menor no País nos últimos meses, passando de R$ 1.563,88 em outubro para R$ 1.540,30 em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A queda acumulada é de R$ 23,58, ou 1,5%, maior perda em dois anos, aponta relatório do Itaú. Segundo levantamento do Dieese, 89% dos reajustes salariais do ano passado tiveram aumento acima da inflação.
No entanto, segundo avaliação do economista do Santander Cristiano Souza, como houve uma aceleração da inflação no fim do ano passado, "os aumentos reais podem não ter sido tão grandes assim".
Ele observa que, durante as negociações de 2010, a inflação acumulada em 12 meses estava em cerca de 5%. A partir de outubro, a alta de preços se acentuou e levou a taxa a 5,9% em dezembro.
"Esse 0,9 ponto percentual faz diferença: o consumidor perdeu poder de compra. Houve uma surpresa inflacionária", ressalta o economista do Santander. Atualmente, o IPCA - índice oficial de inflação - está acumulado no patamar de 6,01%, e a projeção do mercado é de que baterá 7% em agosto.
Regiões
Das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, quatro registraram queda no rendimento real de outubro a fevereiro. As maiores perdas, de 11%, foram em Recife e Salvador.
Além do efeito da inflação, as duas metrópoles também tiveram forte decréscimo dos salários nominais, na faixa de 8%, em igual período. "Essa queda é consequência do aumento da contratação de temporários no fim do ano e nas férias. Esses profissionais costumam ganhar menos", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Famílias
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, informou ontem que o comprometimento da renda mensal dos brasileiros com o pagamento de dívidas atingiu no final do ano passado 24,2%. O nível de endividamento das famílias, calculado em relação à massa salarial, atingiu 40,5%.
Hamilton afirmou que indicadores antecedentes mostram que a taxa de inadimplência deve continuar crescendo nesse início de ano, depois de dois meses de alta.
"É natural que esse indicador cresça", disse o diretor, explicando que isso em parte reflete as ações de alta de juros e aperto do crédito, que encarecem o custo do financiamento.
Rendimento real
1.540 reais é o valor do rendimento real do brasileiro em fevereiro. De outubro até o mês passado, quantia sofreu decréscimo de cerca de R$ 23,00, por conta dos efeitos da inflação
CUSTO MUITO ELEVADO
BC desiste de reduzir IPCA
Façanha de deixar a inflação oficial em 4,5% foi adiada para o ano que vem para evitar efeitos drásticos na economia
Brasília. O Banco Central (BC) jogou oficialmente a toalha e não trabalha mais para levar a inflação a 4,5% neste ano. De acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado ontem pelo BC, diante dos choques (especialmente de alimentos) na inflação, o custo para levar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao centro da meta em 2011 seria muito elevado para o crescimento econômico, cuja projeção foi reduzida de 4,5% para 4% de alta. Por isso, a estratégia explicitada é de aceitar um pouco mais de inflação neste ano e fazer o IPCA ir para 4,5% só em 2012.
"O Copom entende que os custos, em termos de nível de atividade, de se evitar que os efeitos primários do choque de oferta levassem a inflação, em 2011, para um nível acima do valor central de 4,5% para a meta seriam demasiado elevados", afirmou o BC, no relatório. "Nas atuais circunstâncias, a boa prática recomenda buscar uma convergência mais suave da inflação para a trajetória de metas, à semelhança de estratégia adotada no passado", acrescentou a autoridade. Com esse discurso, grande parte do mercado passou a apostar em alta de apenas 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Copom, no início de abril e avaliando que o BC está correndo riscos demais em relação ao combate da inflação.
No relatório, o BC elevou de 5% para 5,6% a projeção para o IPCA em 2011, tanto no cenário de referência (que considera juros e câmbio constantes ao longo do tempo) como no de mercado (que leva em conta a trajetória de juros e câmbio projetado pelos economistas que fazem parte da pesquisa Focus).