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A nova gripe mudou o plano de viagem de milhares de brasileiros. O próprio governo pediu para evitar certos países. Mas algumas agências de viagem se recusam a cancelar o pacote, outras cobram multas. O Procon alerta que são medidas ilegais.
Flávia e Cínthia queriam fazer uma surpresa para os pais: uma viagem de sete dias para Argentina e Chile. Mas elas cancelaram o pacote com medo da gripe A.
“Falaram que, mesmo mudando roteiro, teríamos que pagar uma taxa de US$ 100 por pessoa, por conta de ter sido emitido voucher da parte aérea”, conta a médica Flávia Salvazo.
Mesmo com muita reclamação, tudo que conseguiram foi uma carta de crédito.
“Pagamos e deixamos muito claro que não concordávamos com isso e que íamos recorrer por nossos direitos”, completa Cínthia.
Os cancelamentos aumentaram nos últimos dias por causa do estado de emergência sanitária em Buenos Aires. Segundo a Associação Brasileira dos Agentes de Viagem, o problema é que os hotéis argentinos não querem devolver o dinheiro das diárias, que já foram pagas integralmente para garantir as reservas. A negociação mais difícil é com os hoteleiros de Bariloche, para onde 50 mil brasileiros viajariam nas férias de julho.
“Seria cobrada uma taxa de 10% de multa, a não ser que eu aceitasse uma carta de crédito ou mudasse meu destino”, conta uma cliente.
“Tentamos negociar ou até colocar uma taxa menor sobre o valor, mas a agência não teve acordo”, diz um passageiro
O presidente da Abav, Carlos Alberto Ferreira, diz que nem todas as agências têm dinheiro em caixa para ressarcir os passageiros de imediato.
“O agente de viagem, por sua vez, tem que tentar agilizar esse processo de devolução do dinheiro em junto a companhia aérea e hotelaria para reembolsar passageiro. Esse é um processo que demora um pouco mais do que o passageiro gostaria”, explica.
Como o cancelamento foi recomendado por autoridades sanitárias, o Procon garante que pode ser feito fora dos prazos estabelecidos em contrato.
“Não pode ser cobrada qualquer multa e assiste ao consumidor, nesses casos de cancelamento, a opção entre mudar o destino ou pleitear a devolução integral do dinheiro ou mesmo ganhar carta de crédito para utilização. Sempre sendo essa escolha do consumidor e não da agência”, destaca o diretor executivo do PROCON-SP Roberto Pfeiffer.
Os pais de Flávia aproveitaram a confusão para retomar planos mais antigos, que estavam esquecidos.
“Nem lembrava mais de Veneza. De repente surgiu a oportunidade”, comemora a professora Diana Castellucci.
Reforçando o que diz o Procon: o cancelamento das viagens está sendo feito por recomendação de autoridades sanitárias e os prazos previstos em contrato com as agências não contam. De qualquer maneira, a recomendação é para que o consumidor faça o cancelamento o quanto antes.