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 Defesa do Consumidor
 

Uso da aspirina para evitar infarto deve ser feito com cautela

Fonte: Folha de S.Paulo 9/6/2009

Texto enviado ao JurisWay em 11/09/2009.

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GABRIELA CUPANI

Embora, de acordo com as últimas diretrizes americanas, a aspirina deva ser prescrita de forma rotineira para indivíduos com alto risco cardiovascular, o remédio não deve ser usado indiscriminadamente na prevenção primária (quando o paciente ainda não sofreu um infarto ou derrame, mas há chance de que isso ocorra).

Esse é o resultado de uma meta-análise, publicada no "Lancet", que envolveu seis estudos e mais de 95 mil pessoas. Apesar de a aspirina comprovadamente reduzir a chance de um infarto ou derrame, o medicamento deve ser reservado aos pacientes em que esse risco é maior do que o de ter sangramentos -conhecido efeito colateral da aspirina.

Os autores relatam que o risco de eventos cardiovasculares caiu de 0,57% para 0,51% por ano com o uso da aspirina, mas, por outro lado, o remédio aumentou a chance de sangramentos importantes de 0,07% para 0,10% por ano, o que, segundo o estudo, é estatisticamente significante.

Por isso, mesmo indivíduos com alto risco cardiovascular (pelas recomendações brasileiras, aqueles com risco superior a 20% em dez anos) devem ser bem avaliados antes de receber o medicamento.

"O que a meta-análise destaca é que mesmo para esses pacientes, se o médico avaliar que pode haver sangramentos importantes -especialmente no sistema nervoso central ou no trato digestório, por exemplo, em idosos que já têm histórico de muitas quedas, úlceras ou doença diverticular- o uso da aspirina deve ser pesado", avalia o cardiologista Juliano de Lara Fernandes, pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Hemorragias

Sabe-se que o uso da aspirina traz o risco de graves hemorragias digestivas, do estômago ou do intestino grosso, que podem ocorrer de forma rápida ou lenta, e até mesmo imperceptível.

"Talvez algumas pessoas não devam tomar", diz o cardiologista Luiz Antonio Machado César, diretor da unidade clínica de coronariopatia crônica do InCor (Instituto do Coração), em São Paulo. "Quem tem alto risco tem que tomar sempre, a menos que haja alergia à aspirina, que é raríssima, ou em situações especiais de já ter havido sangramento digestivo."

Ele cita um exemplo: um homem de 45 anos, com discreto aumento da pressão arterial deve primeiramente controlar a hipertensão. Já um indivíduo com 70 anos, com placas nas carótidas e hipertensão moderada ou grave, deve lançar mão da aspirina.

Mas há situações em que ela continua sendo indispensável. "É o caso dos quadros de angina bem definida", diz o cardiologista Antonio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo. Nesses pacientes, ela pode ser determinante para evitar que o trombo que causa dor provoque uma obstrução.

O cardiologista Marcos Knobel, coordenador da unidade coronariana do hospital Albert Einstein, em São Paulo, ressalta que há métodos de imagem para diagnosticar a doença aterosclerótica. "Quem já tem a doença precisa tomar", diz ele.

O que ninguém discute é o valor da aspirina na chamada prevenção secundária, isto é, quando o paciente já sofreu um infarto ou AVC. Nesses casos, todos devem usar o remédio para evitar um segundo evento. Hoje costuma-se receitar uma dose diária de 100 miligramas.

 

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