Quem faz churrasco em casa percebeu a diferença: uma alta de 13,06%, entre junho de 2008 e maio de 2009.
Você gosta mais de churrasco ou de camarão? Prefere uma picanha mal ou bem passada? Carne de frango é sua favorita? A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que o prazer de
comer está pesando não no estômago, mas no bolso de alguns brasileiros.
"Esse caráter folclórico da pesquisa tende a aproximar estes números da população, das pessoas que demandam os ingredientes que fazem parte destes pratos”, explica o economista André Braz.
Os pratos favoritos de cada área serviram de medida para as alterações de preço: no Norte e Nordeste, bobó de camarão. Para o Sudeste, feijoada. Galinhada no Centro-Oeste. Churrasco no Sul do Brasil.
Alcatra, costela, maminha, picanha - as carnes de que nós, brasileiros, mais gostamos e consumimos, especialmente quando estamos com amigos ou com nossa família - foram itens que mais subiram de preço. Quem faz churrasco em casa percebeu a diferença: uma alta de 13,06%, entre junho de 2008 e maio de 2009.
A alcatra subiu 19, 53% em Porto Alegre, onde o consumo do churrasco é tradicional. A costela, 15,,43%. No custo da maminha, alta de 18,17%. A picanha subiu 23,91%. “O principal prato gaúcho subiu muito acima da inflação média dos alimentos naquela região”, diz o economista.
Salvador (BA) serviu de parâmetro no aumento no preço dos ingredientes do bobó, que teve um aumento de apenas 1,20%. Apesar do preço de alguns dos componentes do prato terem disparado, como foi o caso do limão (+33,28%). E do aipim, ou mandioca (+41,22%). Em compensação, o preço da cebola caiu 18,17%. O do azeite, também (-4,01%).
“A dona de casa pode trocar itens mais caros por mais baratos, criando pratos diferentes e sofisticando o prazer de cozinhar”, sugere o economista André Braz.
Ficaram mais baratos, por exemplo, alguns dos componentes da galinhada, com queda de 0,21%. Agora: sorte mesmo tiveram os amantes da feijoada. Olha o que aconteceu entre junho de 2008 e maio deste ano: ficaram mais baratas a linguiça, a farinha de mandioca, o arroz branco, a couve, a laranja-pêra e, claro, o feijão preto.
A exceção ficou por conta da caipirinha: a cachaça subiu 15,39%. Mas quem vive numa cidade bonita como o Rio de Janeiro, também não pode ter todas as vantagens, não é mesmo?