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BC mantém taxa básica em 8,75% e caderneta leva vantagem até sobre fundo que cobra 0,8% de administração
Rio - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve os juros básicos da economia em 8,75% ao ano, interrompendo série de cinco cortes seguidos. A decisão era a aposta da maioria dos analistas, principalmente devido aos sinais de que a crise global perdeu força. Mesmo com a Taxa Selic em 8,75% ao ano, a caderneta de poupança se tornou ainda mais competitiva em relação aos fundos DI e de renda fixa.
Professor de finanças, Liao Yu Chieh explica que fundos com taxa de administração de pelo menos 0,8% ao ano já perdem para a poupança, se a aplicação for de curto prazo (até seis meses), período em que a alíquota do Imposto de Renda cobrada é mais alta, de 22,5%. Nesse caso, a remuneração aos investidores será de 0,50% ao mês. Na poupança, livre do IR e da taxa de administração, a rentabilidade varia de 0,51% a 0,57%, dependendo do aniversário da caderneta. Neste ano, 140 mil pequenos investidores já deixaram os fundos.
É preciso ficar atento às taxas de administração cobradas, fator fundamental na hora de se tomar a decisão. Investimentos de longo prazo permitem alívio maior. Para um prazo acima de 720 dias, quando a alíquota de IR cai para 15%, fundos com taxa de 1,45% ao ano também rendem 0,50% ao mês. “A partir de 1,5% ao ano, em nenhum caso, vale a pena aplicar no fundo”, alerta Chieh.
No entanto, encontrar taxas atraentes é tarefa muito difícil para o pequeno investidor. Segundo levantamento do site Fortuna com fundos curto prazo, DI e renda fixa, oferecidos em grandes bancos, as aplicações mais populares, com valor inicial de até R$ 5 mil, cobram em média taxa de administração de 3% ao ano. No grupo daqueles com aplicação inicial de R$ 5 mil a R$ 100 mil, a média é de 1,4% ao ano. O custo da administração cai a 0,8% ao ano só nos fundos com aplicação inicial a partir de R$ 100 mil.
Para Chieh, a competitividade entre os investimentos só tende a pender para os fundos se o governo aprovar a diminuição do IR que vem sendo cobrado, ou taxar saldos mais altos na caderneta de poupança, proposta discutida em maio, mas que não avançou, principalmente devido ao desgaste político com a proximidade do ano eleitoral de 2010.
Selic não deve cair mais este ano
A decisão do Copom foi unânime e reforçou as apostas de que os juros não mudam mais neste ano. Em nota, os diretores do Banco Central afirmaram que o nível atual da Taxa Selic é capaz de garantir a recuperação da economia sem gerar pressões inflacionárias.
Comércio, indústria e centrais sindicais criticaram. Presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz disse que a interrupção dos cortes foi precipitada: “Com um menor risco de inflação, perdemos a oportunidade de diminuir a distorção entre a nossa taxa de juros e a média internacional”.
Para a Firjan, é preciso controlar gastos públicos e reduzir o spread (diferença entre o que os bancos pagam ao captar dinheiro e o que cobram). A Força Sindical ressalta que a decisão “frustra os trabalhadores e estimula os especuladores”.